De Pueblos Indígenas en Brasil
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Noticias
Líder de associação indígena diz ser contra invasão da Sesai em Roraima
28/01/2015
Autor: Anne de Freitas
Fonte: G1 - http://www.g1.globo.com
O presidente da Hutukara Associação Yanomami, Davi Kopenawa, disse em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (27) não ser a favor da manifestação feita por indígenas das etnias Yanomami, Xirixana e Xiriana, que ocupam o prédio da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) em Roraima há uma semana.
Eles pedem a exoneração da coordenadora do Distrito Especial de Saúde Indígena Yanomami (Dsei-Y), Maria de Jesus do Nascimento, e alegam ainda que não há remédios e atendimento médico na área indígena.
De acordo com Davi Kopenawa, a manifestação foi feita sem prévio acordo com as demais lideranças indígenas das regiões atendidas pela Sesai. "Eu não sou a favor do protesto, pois o meu povo Yanomami não preparou isso. Não preparamos nenhum documento, nenhum dossiê. Eu sou contra porque isso é 'por conta' de apenas dois indígenas e por motivos pessoais", explicou.
Kopenawa afirma ainda que o pedido de exoneração da atual coordenadora do Dsei-Y é infundado, tendo em vista a recente entrada de Maria de Jesus no cargo, ocupado anteriormente por Claudete Schuertz, que saiu da coordenação após exigência dos indígenas. Maria assumiu em 2014 e, segundo ele, o trabalho dela ainda não terminou.
"Nós somos a favor da permanência de Maria de Jesus porque ela ainda não completou o trabalho. Todos sabem que o nosso território é grande, de Roraima e do Amazonas. Se fosse uma área pequena, os problemas já teriam sido resolvidos há muito tempo. Ela vem trabalhando com a gente e prometeu melhorar a saúde do povo indígena. São esses dois Yanomami 'da cidade' que querem mandar ela ir embora, mas nós não vamos deixar", afirmou.
O presidente do Conselho Distrital da Saúde Indígena Yanomami, Alberto Góes, disse não ter conhecimento sobre o dossiê que denuncia o suposto descaso com a saúde nas comunidades indígenas. Ele afirma que os números apresentados pelos manifestantes não correspondem à realidade.
"Muita coisa aconteceu. Mas, do jeito que esse dossiê está sendo apresentado, de que tem várias mortes de adultos e crianças, a gente não comprova isso nas nossas malocas. Inclusive na minha região, que é no Amazonas, não se confirmam esses dados. Muitas mortes de adultos aconteceram sim, mas não com números tão grandes. Acho que há manipulação do que realmente está acontecendo e não confirmamos essa alta taxa em nosso território", disse.
Retirada
De acordo com eles, uma decisão liminar foi emitida pela Justiça e entregue na manhã desta terça com pedido de retirada dos manifestantes em até 24 horas. A ação foi ajuizada pela Advocacia-Geral da União (AGU).
"Não é hora de brigar. Vamos fazer isso por coisa certa, pois essa briga só está prejudicando a nossa luta. Nós queremos trabalhar e isso só atrapalha. Eles [manifestantes] vão sair para os funcionários da Sesai começarem a trabalhar. Nós pedimos à Justiça a retirada deles", disse Kopenawa.
Os indígenas ocupam o prédio da Sesai desde o dia 19 deste mês. Reuniões de negociação com os líderes da manifestação foram feitas com o Ministério da Saúde e Ministério Público Federal, mas nenhum acordo foi fechado.
Por telefone, o Ministério da Saúde informou que está em contato com os indígenas e acrescentou que não há previsão de visita para verificar a situação em Roraima.
Outro lado
Júnior Hekurari Yanomami, um dos líderes da manifestação, informou que, 'culturalmente', não era necessário avisar a todas as lideranças indígenas sobre a realização do protesto. Entretanto, ele ressaltou que houve conversas com o presidente da Associação Hutukara, Davi Kopenawa, explicando os motivos da ocupação do prédio da Sesai.
Sobre a suposta manipulação dos dados, Júnior explicou que as informações do dossiê foram dadas pelo Distrito Yanomami. "Esses dados de mortes e de malária são do Dsei. O movimento não está falsificando nada", assegurou.
http://g1.globo.com/rr/roraima/noticia/2015/01/lider-de-associacao-indigena-diz-ser-contra-invasao-da-sesai-em-roraima.html
Eles pedem a exoneração da coordenadora do Distrito Especial de Saúde Indígena Yanomami (Dsei-Y), Maria de Jesus do Nascimento, e alegam ainda que não há remédios e atendimento médico na área indígena.
De acordo com Davi Kopenawa, a manifestação foi feita sem prévio acordo com as demais lideranças indígenas das regiões atendidas pela Sesai. "Eu não sou a favor do protesto, pois o meu povo Yanomami não preparou isso. Não preparamos nenhum documento, nenhum dossiê. Eu sou contra porque isso é 'por conta' de apenas dois indígenas e por motivos pessoais", explicou.
Kopenawa afirma ainda que o pedido de exoneração da atual coordenadora do Dsei-Y é infundado, tendo em vista a recente entrada de Maria de Jesus no cargo, ocupado anteriormente por Claudete Schuertz, que saiu da coordenação após exigência dos indígenas. Maria assumiu em 2014 e, segundo ele, o trabalho dela ainda não terminou.
"Nós somos a favor da permanência de Maria de Jesus porque ela ainda não completou o trabalho. Todos sabem que o nosso território é grande, de Roraima e do Amazonas. Se fosse uma área pequena, os problemas já teriam sido resolvidos há muito tempo. Ela vem trabalhando com a gente e prometeu melhorar a saúde do povo indígena. São esses dois Yanomami 'da cidade' que querem mandar ela ir embora, mas nós não vamos deixar", afirmou.
O presidente do Conselho Distrital da Saúde Indígena Yanomami, Alberto Góes, disse não ter conhecimento sobre o dossiê que denuncia o suposto descaso com a saúde nas comunidades indígenas. Ele afirma que os números apresentados pelos manifestantes não correspondem à realidade.
"Muita coisa aconteceu. Mas, do jeito que esse dossiê está sendo apresentado, de que tem várias mortes de adultos e crianças, a gente não comprova isso nas nossas malocas. Inclusive na minha região, que é no Amazonas, não se confirmam esses dados. Muitas mortes de adultos aconteceram sim, mas não com números tão grandes. Acho que há manipulação do que realmente está acontecendo e não confirmamos essa alta taxa em nosso território", disse.
Retirada
De acordo com eles, uma decisão liminar foi emitida pela Justiça e entregue na manhã desta terça com pedido de retirada dos manifestantes em até 24 horas. A ação foi ajuizada pela Advocacia-Geral da União (AGU).
"Não é hora de brigar. Vamos fazer isso por coisa certa, pois essa briga só está prejudicando a nossa luta. Nós queremos trabalhar e isso só atrapalha. Eles [manifestantes] vão sair para os funcionários da Sesai começarem a trabalhar. Nós pedimos à Justiça a retirada deles", disse Kopenawa.
Os indígenas ocupam o prédio da Sesai desde o dia 19 deste mês. Reuniões de negociação com os líderes da manifestação foram feitas com o Ministério da Saúde e Ministério Público Federal, mas nenhum acordo foi fechado.
Por telefone, o Ministério da Saúde informou que está em contato com os indígenas e acrescentou que não há previsão de visita para verificar a situação em Roraima.
Outro lado
Júnior Hekurari Yanomami, um dos líderes da manifestação, informou que, 'culturalmente', não era necessário avisar a todas as lideranças indígenas sobre a realização do protesto. Entretanto, ele ressaltou que houve conversas com o presidente da Associação Hutukara, Davi Kopenawa, explicando os motivos da ocupação do prédio da Sesai.
Sobre a suposta manipulação dos dados, Júnior explicou que as informações do dossiê foram dadas pelo Distrito Yanomami. "Esses dados de mortes e de malária são do Dsei. O movimento não está falsificando nada", assegurou.
http://g1.globo.com/rr/roraima/noticia/2015/01/lider-de-associacao-indigena-diz-ser-contra-invasao-da-sesai-em-roraima.html
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