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Índios Mebengokre consolidam iniciativas de extração florestal sustentável

03/08/2005

Fonte: Funai-Brasília-DF



O ano de 2005 marca a consolidação de novos rumos para os índios Mebengokre. Em busca de alternativas à exploração da madeira e do ouro em suas terras, os índios, em parceria com a Fundação Nacional do Índio (Funai), deram início uma série de ações cujo objetivo primordial é assegurar um valor econômico ao conhecimento tradicional indígena, com o uso sustentável da biodiversidade em suas terras. Num primeiro momento, foi identificado um forte potencial para a extração do óleo da castanha e da copaíba, bem como para a coleta de mel, breu e a desidratação do pequi.

Na opinião dos técnicos envolvidos no projeto, o manejo sustentável é o novo rumo para a sociedade indígena, garantindo não apenas sua sobrevivência mas também a biodiversidade em suas terras. Com base nessa premissa, a Funai, junto com outros órgãos governamentais e não-governamentais, organizou cursos de capacitação para os índios sobre o beneficiamento dos seus recursos florestais e a padronização dos processos necessários à circulação dos produtos no mercado.

Com o apoio financeiro da Funai, foram edificadas estruturas de beneficiamento da castanha nas aldeias Mekrangnoti, Pykany e Baú. Os resultados iniciais já foram obtidos. O primeiro lote, ainda em clima inaugural, deverá atingir o equivalente a 8000 kg de óleo de castanha. Segundo técnicos da Administração Executiva da Funai em Colíder, há um grande interesse do mercado pela produção dos índios Mebengokre.

Do mesmo modo, o óleo de copaíba tem se mostrado uma alternativa muito promissora. Já foi realizado um trabalho de identificação das árvores e formulação de uma estratégia de manejo. De início, foram extraídos aproximadamente 150 litros de óleo, na aldeia Kremoro (Kapot) --e os índios informaram que estão se preparando para a extração de mais 200 litros. Amostras da produção foram enviadas para uma análise laboratorial, como parte das estratégias de celebração de futuras parcerias comerciais. No entanto, somente com o tempo e o acúmulo de experiências por parte dos índios se conhecerá o efetivo potencial extrativista da região.

Dando prosseguimento às atividades de valorização e de uso sustentável da biodiversidade, a Coordenação Geral de Desenvolvimento Comunitário da Funai (CGDC), em parceria com a Administração Regional de Colíder, vem capacitando os índios no manejo de apis e meliponas para a extração de mel e seus subprodutos.

Ainda em estágio inicial, mas numa escala crescente, alguns índios têm demonstrado grande interesse na extração do mel como mais uma atividade a agregar valor à biodiversidade local. Atualmente, técnicos da CGDC e da administração de Colíder concentram esforços para a obtenção do Serviço de Inspeção Federal (S.I.F.), junto ao Ministério da Agricultura --licenciamento imprescindível à comercialização do mel em território nacional e estrangeiro.

As novidades, entretanto, não param por aí. A aldeia de Piaraçú conta com um pequizal de aproximadamente 5000 pés. A grande maioria está em produção. A Funai iniciou o processo de aquisição de maquinário para a desidratação da fruta, enquanto o governo do Estado de Mato Grosso comprometeu-se construir a estrutura para abrigar a unidade de beneficiamento do pequi. Com isso, espera-se fornecer ao mercado um produto que pode ser consumido durante todo o ano.

Diante de todas estas experiências, o grande desafio é alcançar o mercado consumidor e promover estratégias de agregação de valor ao produto. Para isso, técnicos da CGDC e da administração da Funai em Colíder buscam a obtenção de uma certificação para o território Mebengokre, para valorizar ainda mais o trabalho indígena.


Para obter mais informações sobre os produtos:

CGDC-Funai
Nelson Cesar Destro Jr. e Eduardo Barcellos (eduardo.barcellos@funai.gov.br)
(61) 3313.3773/3706


AER Colíder
Megaron Txukarramãe - administrador
Luis Carlos (luissamp@vsp.com.br)
(66) 541.2011
 

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