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Professores indígenas terão verba para elaborar proposta de curso de licenciatura
03/10/2005
Fonte: Radiobrás-Brasília-DF
A Organização dos Professores Indígenas Mura (Opim) e a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) conseguiram aprovar no Ministério da Educação (MEC), por meio do Programa de Apoio à Implantação e Desenvolvimento de Cursos de Licenciatura para Formação de Professores Indígenas (Prolind), um projeto que vai permitir a elaboração da proposta de um curso superior voltado aos professores Mura.
Durante 12 meses, cerca de R$ 81 mil serão investidos em pesquisas, visitas técnicas, fóruns de debate e oficinas a serem realizadas nas aldeias do município de Autazes e em Manaus, no Amazonas. "É preciso discutir com os professores mura quais as necessidades que eles têm. Não adianta a Ufam abrir vagas em cursos já existentes, fazer a inclusão tradicional, na qual o incluído tem que se adaptar a uma realidade dada. Esse projeto vai mexer também com a estrutura da universidade", explicou a professora de Pedagogia da Ufam responsável pelo projeto, Rosa Helena Dias da Silva. Segundo ela, a expectativa é de que o MEC comece a liberar os recursos ainda neste ano e que, após a conclusão do projeto, a Ufam aprove e implemente a proposta do novo curso.
Segundo dados da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) relativos a 2004, vivem em Autazes 5.978 muras, representando 20% da população total do município. Há 1.055 alunos nas 10 escolas mura da região, que possuem turmas de 1ª à 6ª séries do ensino fundamental. "Quarenta e dois professores mura concluíram em 2003 o magistério específico oferecido pela Secretaria Estadual de Educação. Eles fizeram um levantamento e viram que outros 18 indígenas também teminaram o ensino médio. Então o curso de licenciatura atenderia, inicialmente, essas 60 pessoas. A Lei de Diretrizes e Bases exige que os professores cursem uma faculdade para que possam dar aulas na segunda etapa do Ensino Fundamental e no Ensino Médio", informou Rosa Helena.
Faz parte do projeto também a realização de um censo escolar pelos próprios professores indígenas, com o objetivo de verificar a real demanda por cursos de 5ª a 8ª série e de ensino fundamental. Além disso, representantes da Opim e da Ufam viajarão a Boa Vista, para conhecer a experiência do Núcleo Inkiran, da Universidade Federal de Roraima (que atualmente possui 179 alunos indígenas cursando Licenciatura Intercultural), e ao Rio de Janeiro, para pesquisar a história do povo Mura nos arquivos do Museu Nacional.
"Os mura perderam sua língua. Durante um tempo, eles falaram o nheengatu (língua-geral, introduzida pelos jesuítas na Amazônia, no período colonial), hoje usam apenas o Português. É preciso pensar, então, qual será a política linguística dessa licenciatura. O Português será tratado como primeira ou segunda língua? Haverá retomada do Nheengatu ou não?", questionou Rosa Helena. O projeto aprovado pelo Prolind prevê duas oficinas para debater a questão, com auxílio do linguista Wilmar D´Angelis, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Durante 12 meses, cerca de R$ 81 mil serão investidos em pesquisas, visitas técnicas, fóruns de debate e oficinas a serem realizadas nas aldeias do município de Autazes e em Manaus, no Amazonas. "É preciso discutir com os professores mura quais as necessidades que eles têm. Não adianta a Ufam abrir vagas em cursos já existentes, fazer a inclusão tradicional, na qual o incluído tem que se adaptar a uma realidade dada. Esse projeto vai mexer também com a estrutura da universidade", explicou a professora de Pedagogia da Ufam responsável pelo projeto, Rosa Helena Dias da Silva. Segundo ela, a expectativa é de que o MEC comece a liberar os recursos ainda neste ano e que, após a conclusão do projeto, a Ufam aprove e implemente a proposta do novo curso.
Segundo dados da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) relativos a 2004, vivem em Autazes 5.978 muras, representando 20% da população total do município. Há 1.055 alunos nas 10 escolas mura da região, que possuem turmas de 1ª à 6ª séries do ensino fundamental. "Quarenta e dois professores mura concluíram em 2003 o magistério específico oferecido pela Secretaria Estadual de Educação. Eles fizeram um levantamento e viram que outros 18 indígenas também teminaram o ensino médio. Então o curso de licenciatura atenderia, inicialmente, essas 60 pessoas. A Lei de Diretrizes e Bases exige que os professores cursem uma faculdade para que possam dar aulas na segunda etapa do Ensino Fundamental e no Ensino Médio", informou Rosa Helena.
Faz parte do projeto também a realização de um censo escolar pelos próprios professores indígenas, com o objetivo de verificar a real demanda por cursos de 5ª a 8ª série e de ensino fundamental. Além disso, representantes da Opim e da Ufam viajarão a Boa Vista, para conhecer a experiência do Núcleo Inkiran, da Universidade Federal de Roraima (que atualmente possui 179 alunos indígenas cursando Licenciatura Intercultural), e ao Rio de Janeiro, para pesquisar a história do povo Mura nos arquivos do Museu Nacional.
"Os mura perderam sua língua. Durante um tempo, eles falaram o nheengatu (língua-geral, introduzida pelos jesuítas na Amazônia, no período colonial), hoje usam apenas o Português. É preciso pensar, então, qual será a política linguística dessa licenciatura. O Português será tratado como primeira ou segunda língua? Haverá retomada do Nheengatu ou não?", questionou Rosa Helena. O projeto aprovado pelo Prolind prevê duas oficinas para debater a questão, com auxílio do linguista Wilmar D´Angelis, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
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