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'Não vou parar por aqui', diz primeira índia xukuru formada em enfermagem
13/02/2017
Autor: Joalline Nascimento
Fonte: G1- http://g1.globo.com
A índia Luana Bezerra Cabral tem 27 anos e se tornou bacharel em enfermagem pelo Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) campus Pesqueira, no Agreste. A jovem é a primeira da tribo xukuru a concluir o ensino superior nesta área e garante: "Não vou parar por aqui, continuarei estudando e buscando alternativa para que minha tribo diminua o uso excessivo de medicamentos. Isso se desenvolverá com pesquisas de mestrado e doutorado".
Ao olhar para a trajetória acadêmica, Luana comemora a conquista. "Hoje sou a primeira Xukuru de Cimbres a se formar em enfermagem, agradeço a Tupã por ter permitido essa realização e por durante o curso ter tido a chance de contribuir através da pesquisa com a população a qual faço parte", fala.
O próximo passo de Luana é encontrar meios de melhorar a qualidade da saúde da tribo, diante dos problemas detectados em sua pesquisa. "Não vou parar por aqui, continuarei estudando e buscando alternativa para que minha tribo diminua o uso excessivo de medicamentos. Isso se desenvolverá com pesquisas de mestrado e doutorado", explica.
Motivação para estudar enfermagem
Desde que ingressou no IFPE, Luana desenvolve pesquisas sobre a saúde da população indígena. O trabalho de conclusão dela teve como tema "Medicação do Povo Xukuru de Cimbres: implicações para a atenção psicossocial no Polo Base de Saúde Indígena". Com o projeto ela ficou em segundo lugar no Congresso Norte-Nordeste de Pesquisa e Inovação em Rio Branco, no Acre, e em primeiro lugar no Congresso de Iniciação Científica do IFPE.
Com base nas pesquisas, Luana afirma que a separação do povo Xukuru, em 2003, provocou um adoecimento da população de Cimbres - que passou a fazer uso de maneira excessiva de remédios antidepressivos e ansiolíticos.
"Com a saída violenta de parte das pessoas da aldeia mãe, observei que muito de meus parentes entraram em processo de adoecimento mental devido a essa ruptura e mudança radical no estilo de vida. Esse fato foi preponderante para lutar e ser aprovada na seleção do curso de bacharelado em enfermagem do IFPE e, posteriormente, desenvolver essa linha de pesquisa", destaca a índia.
Início das pesquisas
Em 2014 Luana passou a integrar o grupo de pesquisa que discutia a temática indígena na saúde mental. Enquanto estudante, a enfermeira investigou a rede da atenção psicossocial de Pesqueira no contexto dos Xukurus de Cimbres e, posteriormente, o processo de medicalização dos índios. Os resultados da pesquisa foram apresentados em 2016 no Polo Base Xukuru de Cimbres.
Para Luana, o fato dela ser enfermeira irá impactar de forma positiva a comunidade indígena. "Me tornar enfermeira e poder participar de uma pesquisa voltada para compreender as dores da alma do meu povo está sendo de extrema importância para mim e para a comunidade indígena, pois se trata de uma temática que existem pouquíssimas publicações, além de contribuir cientificamente", ressalta.
http://g1.globo.com/pe/caruaru-regiao/noticia/2017/02/nao-vou-parar-por-aqui-diz-primeira-india-xukuru-formada-em-enfermagem.html
Ao olhar para a trajetória acadêmica, Luana comemora a conquista. "Hoje sou a primeira Xukuru de Cimbres a se formar em enfermagem, agradeço a Tupã por ter permitido essa realização e por durante o curso ter tido a chance de contribuir através da pesquisa com a população a qual faço parte", fala.
O próximo passo de Luana é encontrar meios de melhorar a qualidade da saúde da tribo, diante dos problemas detectados em sua pesquisa. "Não vou parar por aqui, continuarei estudando e buscando alternativa para que minha tribo diminua o uso excessivo de medicamentos. Isso se desenvolverá com pesquisas de mestrado e doutorado", explica.
Motivação para estudar enfermagem
Desde que ingressou no IFPE, Luana desenvolve pesquisas sobre a saúde da população indígena. O trabalho de conclusão dela teve como tema "Medicação do Povo Xukuru de Cimbres: implicações para a atenção psicossocial no Polo Base de Saúde Indígena". Com o projeto ela ficou em segundo lugar no Congresso Norte-Nordeste de Pesquisa e Inovação em Rio Branco, no Acre, e em primeiro lugar no Congresso de Iniciação Científica do IFPE.
Com base nas pesquisas, Luana afirma que a separação do povo Xukuru, em 2003, provocou um adoecimento da população de Cimbres - que passou a fazer uso de maneira excessiva de remédios antidepressivos e ansiolíticos.
"Com a saída violenta de parte das pessoas da aldeia mãe, observei que muito de meus parentes entraram em processo de adoecimento mental devido a essa ruptura e mudança radical no estilo de vida. Esse fato foi preponderante para lutar e ser aprovada na seleção do curso de bacharelado em enfermagem do IFPE e, posteriormente, desenvolver essa linha de pesquisa", destaca a índia.
Início das pesquisas
Em 2014 Luana passou a integrar o grupo de pesquisa que discutia a temática indígena na saúde mental. Enquanto estudante, a enfermeira investigou a rede da atenção psicossocial de Pesqueira no contexto dos Xukurus de Cimbres e, posteriormente, o processo de medicalização dos índios. Os resultados da pesquisa foram apresentados em 2016 no Polo Base Xukuru de Cimbres.
Para Luana, o fato dela ser enfermeira irá impactar de forma positiva a comunidade indígena. "Me tornar enfermeira e poder participar de uma pesquisa voltada para compreender as dores da alma do meu povo está sendo de extrema importância para mim e para a comunidade indígena, pois se trata de uma temática que existem pouquíssimas publicações, além de contribuir cientificamente", ressalta.
http://g1.globo.com/pe/caruaru-regiao/noticia/2017/02/nao-vou-parar-por-aqui-diz-primeira-india-xukuru-formada-em-enfermagem.html
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