De Pueblos Indígenas en Brasil
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Noticias
Avança projeto de produção sustentável de palma no Pará
22/03/2021
Autor: CHIARETTI, Daniela
Fonte: Valor Econômico - https://valor.globo.com/agronegocios/noticia
Avança projeto de produção sustentável de palma no Pará
Desenvolvido por Natura e Embrapa, "SAF Dendê" dá resultados
Por Daniela Chiaretti - De São Paulo 22/03/2021
Um projeto pioneiro no Nordeste paraense tem potencial de revolucionar a produção de óleo de palma e quebrar a fama de um dos cultivos com pior imagem internacional quando se trata de desmatamento de florestas tropicais. Desenvolvido há 12 anos pela Natura e pela Embrapa, o "SAF Dendê" vem demonstrando que é possível obter mais produtividade, regeneração do solo e rentabilidade aos produtores, com menos emissão de gases-estufa e evitando desmatamento, quando se mistura o plantio de dendezeiros a banana, açaí e cacau, além de mandioca, pimenta, ingá, bacaba e outras plantas comuns na Amazônia. A base da proposta é imitar o que a floresta faz. O SAF Dendê foi iniciado em 2008 em Tomé-Açu pela Natura e pela Embrapa com a criação de um sistema agroflorestal para a produção de óleo de palma (ou dendê, como é mais conhecido no Brasil), em 18 hectares. A área pertencia a três agricultores. O projeto hoje ocupa 60 hectares, recebeu investimentos de US$ 4,7 milhões e atraiu também a agência de cooperação americana, a Usaid, o Centro Internacional de Pesquisa Agroflorestal (Icraf) e a Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu (Camta). "Rompemos um paradigma", diz Roseli Melo, líder global de pesquisa e desenvolvimento da Natura. A linha-mestra da iniciativa é revolucionar a ideia de que o dendezeiro produz mais se for em monocultivo. "O SAF usa biomimética, ou seja, mimetiza as ações da Natureza e cria um sistema muito mais saudável". De fato, o manejo dos dendezeiros misturados a diversas outras espécies no SAF Dendê alcança produtividade muito maior. São 180 quilos de cachos de frutas por planta, quando no monocultivo o índice fica, em média, em 130 quilos, diz Steel Vasconcelos, pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental. O ponto de partida foi limpar a capoeira que crescia em terra degradada com o uso de uma máquina desenvolvida pela Embrapa e que tritura o material orgânico. As emissões de gases-estufa são cinco vezes menores à queima da vegetação usada na prática tradicional. "Começamos um sistema mais conservacionista logo no preparo da terra", conta Vasconcelos. O enriquecimento da terra é feito a partir de leguminosas e não são usados fertilizantes sintéticos. Práticas regenerativas e o uso de agentes biológicos no controle de pragas e doenças aumentaram a quantidade de microorganismos no solo (entre 92% e 238% a mais do que na monocultura). O armazenamento de carbono no solo por hectare passou de 31 para 47,5 toneladas com a conversão da capoeira sem uso de fogo. A presença de espécies de ciclo curto no SAF torna mais rápido o retorno ao produtor. Em uma das dez unidades demonstrativas avaliadas, para uma área de cerca de um hectare ocupada pelo cultivo de 14 espécies como dendê, cacau, açaí, milho, feijão e árvores nativas, o retorno do investimento para o agricultor, considerando um período de 25 anos, pode acontecer a partir do quinto ano. É menos da metade do tempo necessário no monocultivo de dendê. O óleo de palma é um produto muito usado no mundo pela indústria de alimentos e cosméticos. Segundo dados da Aliança Europeia de Óleo de Palma, o consumo global cresceu de 14,6 milhões de toneladas, em 1995, para 61,1 milhões de toneladas em 2015. É o óleo mais usado no mundo, com China, Índia, Indonésia e União Europeia no topo dos consumidores globais. O Pará é o maior produtor no Brasil.
A produção em monocultivo com a destruição de florestas, uso de agrotóxicos e herbicidas, contaminação de solo e água, perturbavam a Natura, que, segundo Roseli Melo, compra o óleo de plantações certificadas, com garantia de origem e rastreabilidade. A empresa não respondeu qual o consumo de óleo de palma e em quais produtos. O maior uso é na produção de sabonetes em Benevides, no Pará. A má imagem internacional do óleo de palma teve origem na Indonésia há alguns anos. Milhares de hectares de floresta foram derrubados para dar espaço ao monocultivo das palmeiras. "O SAF Dendê é pioneiro no mundo", diz Roseli Melo. "Agora pretendemos dar escala ao projeto", adianta. "Não é um projeto de dois ou três anos, temos que continuar a investir para que comece a ser atraente para o próprio mercado de óleo de palma", diz ela. Vasconcelos lembra que, no início, o projeto SAF Dendê teve como consultor o agricultor suíço Ernst Götsch, profundo conhecedor dos sistemas naturais e criador da agricultura sintrópica, sistema famoso mundialmente.
https://valor.globo.com/agronegocios/noticia/2021/03/22/avanca-projeto-de-producao-sustentavel-de-palma-no-para.ghtml
Desenvolvido por Natura e Embrapa, "SAF Dendê" dá resultados
Por Daniela Chiaretti - De São Paulo 22/03/2021
Um projeto pioneiro no Nordeste paraense tem potencial de revolucionar a produção de óleo de palma e quebrar a fama de um dos cultivos com pior imagem internacional quando se trata de desmatamento de florestas tropicais. Desenvolvido há 12 anos pela Natura e pela Embrapa, o "SAF Dendê" vem demonstrando que é possível obter mais produtividade, regeneração do solo e rentabilidade aos produtores, com menos emissão de gases-estufa e evitando desmatamento, quando se mistura o plantio de dendezeiros a banana, açaí e cacau, além de mandioca, pimenta, ingá, bacaba e outras plantas comuns na Amazônia. A base da proposta é imitar o que a floresta faz. O SAF Dendê foi iniciado em 2008 em Tomé-Açu pela Natura e pela Embrapa com a criação de um sistema agroflorestal para a produção de óleo de palma (ou dendê, como é mais conhecido no Brasil), em 18 hectares. A área pertencia a três agricultores. O projeto hoje ocupa 60 hectares, recebeu investimentos de US$ 4,7 milhões e atraiu também a agência de cooperação americana, a Usaid, o Centro Internacional de Pesquisa Agroflorestal (Icraf) e a Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu (Camta). "Rompemos um paradigma", diz Roseli Melo, líder global de pesquisa e desenvolvimento da Natura. A linha-mestra da iniciativa é revolucionar a ideia de que o dendezeiro produz mais se for em monocultivo. "O SAF usa biomimética, ou seja, mimetiza as ações da Natureza e cria um sistema muito mais saudável". De fato, o manejo dos dendezeiros misturados a diversas outras espécies no SAF Dendê alcança produtividade muito maior. São 180 quilos de cachos de frutas por planta, quando no monocultivo o índice fica, em média, em 130 quilos, diz Steel Vasconcelos, pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental. O ponto de partida foi limpar a capoeira que crescia em terra degradada com o uso de uma máquina desenvolvida pela Embrapa e que tritura o material orgânico. As emissões de gases-estufa são cinco vezes menores à queima da vegetação usada na prática tradicional. "Começamos um sistema mais conservacionista logo no preparo da terra", conta Vasconcelos. O enriquecimento da terra é feito a partir de leguminosas e não são usados fertilizantes sintéticos. Práticas regenerativas e o uso de agentes biológicos no controle de pragas e doenças aumentaram a quantidade de microorganismos no solo (entre 92% e 238% a mais do que na monocultura). O armazenamento de carbono no solo por hectare passou de 31 para 47,5 toneladas com a conversão da capoeira sem uso de fogo. A presença de espécies de ciclo curto no SAF torna mais rápido o retorno ao produtor. Em uma das dez unidades demonstrativas avaliadas, para uma área de cerca de um hectare ocupada pelo cultivo de 14 espécies como dendê, cacau, açaí, milho, feijão e árvores nativas, o retorno do investimento para o agricultor, considerando um período de 25 anos, pode acontecer a partir do quinto ano. É menos da metade do tempo necessário no monocultivo de dendê. O óleo de palma é um produto muito usado no mundo pela indústria de alimentos e cosméticos. Segundo dados da Aliança Europeia de Óleo de Palma, o consumo global cresceu de 14,6 milhões de toneladas, em 1995, para 61,1 milhões de toneladas em 2015. É o óleo mais usado no mundo, com China, Índia, Indonésia e União Europeia no topo dos consumidores globais. O Pará é o maior produtor no Brasil.
A produção em monocultivo com a destruição de florestas, uso de agrotóxicos e herbicidas, contaminação de solo e água, perturbavam a Natura, que, segundo Roseli Melo, compra o óleo de plantações certificadas, com garantia de origem e rastreabilidade. A empresa não respondeu qual o consumo de óleo de palma e em quais produtos. O maior uso é na produção de sabonetes em Benevides, no Pará. A má imagem internacional do óleo de palma teve origem na Indonésia há alguns anos. Milhares de hectares de floresta foram derrubados para dar espaço ao monocultivo das palmeiras. "O SAF Dendê é pioneiro no mundo", diz Roseli Melo. "Agora pretendemos dar escala ao projeto", adianta. "Não é um projeto de dois ou três anos, temos que continuar a investir para que comece a ser atraente para o próprio mercado de óleo de palma", diz ela. Vasconcelos lembra que, no início, o projeto SAF Dendê teve como consultor o agricultor suíço Ernst Götsch, profundo conhecedor dos sistemas naturais e criador da agricultura sintrópica, sistema famoso mundialmente.
https://valor.globo.com/agronegocios/noticia/2021/03/22/avanca-projeto-de-producao-sustentavel-de-palma-no-para.ghtml
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