De Pueblos Indígenas en Brasil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.

Noticias

Alunos são chance de José voltar a ter com quem conversar em ofaié

17/09/2024

Autor: Aletheya Alves

Fonte: Campo Grande News - https://www.campograndenews.com.br



"Trabalhar com a língua é como se eu fosse remexer uma fogueira que antes era muito acesa e, de repente, se apagou, mas que lá no fundo dessa fogueira ainda sobra uma brasinha. Então a gente assopra para reacender a chama da fogueira novamente". Um dos últimos falantes da língua ofaié, José de Souza segue lutando na comunidade indígena localizada em Brasilândia. Sem ter ninguém para conversar na língua nativa, a emoção é escutar seus alunos aprendendo os sons de cada palavra.

Hoje, José trabalha na Escola Estadual Indígena Ofaié e se dedica a "assoprar" a brasa da etnia. Historicamente, a etnia chegou a ser definida como extinta e quase extinta por vezes, mas quem resiste faz questão de reforçar como as explicações de estudiosos foram erradas.

Insistindo no caminho contra a perda da cultura, o professor descreve que todo o processo do ensino é emocionante. E, quando o assunto é repassar uma língua com poucos falantes, as implicações envolvem uma garantia de futuro.

"É emocionante usar a escola como um método de garantir o futuro da comunidade ofaié, dos jovens serem valorizados como indígenas e ofaié. Eles têm que ter o conhecimento sobre onde vieram, sua história e sua descendência", defende o professor.

Hoje, José trabalha na Escola Estadual Indígena Ofaié e se dedica a "assoprar" a brasa da etnia. Historicamente, a etnia chegou a ser definida como extinta e quase extinta por vezes, mas quem resiste faz questão de reforçar como as explicações de estudiosos foram erradas.

Insistindo no caminho contra a perda da cultura, o professor descreve que todo o processo do ensino é emocionante. E, quando o assunto é repassar uma língua com poucos falantes, as implicações envolvem uma garantia de futuro.

José narra que não faltaram, e não faltam, exemplos sobre como seu povo conseguiu preservar a identidade e mostrar para o mundo que seguem por aqui, apesar das insistências em tentar deixá-los no esquecimento.

"Estamos resistindo pelo nosso território porque território é tudo, é vida, subsistência, saúde e educação. Quando um povo, uma tribo, não tem seu território, ela se acaba", diz. Em 1992, a área em que a comunidade vive foi definida como tradicionalmente indígena, mas a demarcação definitiva até hoje não ocorreu.

Mas a luta, como de costume, não é nada fácil e, no caso de José, uma espécie de isolamento também é enfrentado através da língua. Antes dos alunos e ainda hoje, ele explica que uma forma de ser "salvo" é através de registros audiovisuais de outros ofaiés.

São esses vídeos  que o professor usa como referência para retomar as memórias dos sons, das formações das palavras e dos sentimentos que vêm com elas.

"Parece que me alimenta, que volto no passado e consigo novamente ouvir o som das palavras e de como era falado. Então, (o ensino aos alunos) é um legado que vou deixar para a escola e para meu povo", completa.

https://www.campograndenews.com.br/lado-b/comportamento-23-08-2011-08/alunos-sao-chance-de-jose-voltar-a-ter-com-quem-conversar-em-ofaie
 

Las noticias publicadas en el sitio Povos Indígenas do Brasil (Pueblos Indígenas del Brasil) son investigadas en forma diaria a partir de fuentes diferentes y transcriptas tal cual se presentan en su canal de origen. El Instituto Socioambiental no se responsabiliza por las opiniones o errores publicados en esos textos. En el caso en el que Usted encuentre alguna inconsistencia en las noticias, por favor, póngase en contacto en forma directa con la fuente mencionada.