De Pueblos Indígenas en Brasil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.

Noticias

Indígenas aprendem saberes ancestrais em associação de Manaus

24/03/2025

Autor: Jadson Lima

Fonte: Agencia Cenarium - https://agenciacenarium.com.br



MANAUS (AM) - Trinta e cinco alunos indígenas de dez etnias - Tukano, Baré, Tariano, Piratapuia, Wanano, Tuyuka, Miriti-Tapuia, Karapanã, Arapaço e Desano - do Alto Rio Negro, no Amazonas, aprendem a língua materna "Tukano - Yepâ Masa" na escola Bumine, em aulas on-line e presenciais conduzidas pela professora indígena Joana Galvão, da etnia Desano. Inaugurado em 2003, o espaço escolar funciona na sede da Associação de Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro (Amarn), localizada no bairro Aleixo, na Zona Centro-Sul de Manaus.

As atividades on-line buscam aprimorar a escrita e a fala dos alunos que nasceram ou vieram até a capital do Estado, para manter a cultura do que eles classificam como "língua mãe". A CENARIUM acompanhou uma das aulas presenciais, que contou com a presença de crianças e adultos e foi realizada no último sábado, 22. Os estudantes da língua aprenderam sobre a escrita, por meio de exercícios, e sobre a língua falada, com cantos e danças, respeitando a cultura dos povos ancestrais.

A professora indígena falou com a reportagem para a matéria e afirmou que a escola foi criada dentro da Amarn, por mulheres indígenas que são empregadas domésticas, como uma forma de manter a cultura ancestral entre os indígenas que já nasceram em Manaus. Ela também falou sobre o processo de escolha do nome do espaço de estudo, que leva o mesmo nome de um pássaro, que imita o canto de outros animais e está presente na região do Alto Rio Negro, principalmente no município de Santa Isabel do Rio Negro (AM), localizado a 630 quilômetros da capital amazonense.

Eu sou professora indígena no espaço, escolhida pela comunidade. E a gente vem trabalhando com as nossas crianças e os nossos alunos a nossa cultura, a fala, a comida, a dança e os cantos, e repassando o ensinamento para eles. O nome da escola é Bumine, que significa o pássaro que existe no interior. Quando esse passarinho ouve outros passarinhos cantando, ele rapidamente repete o mesmo canto de outro pássaro, ou seja, ele imita. Pensando nisso, nós chegamos a um acordo", afirmou a professora.

A indígena Maria Helena, da etnia Tukano, é uma das 35 artesãs entre 84 associadas e uma das alunas que frequentam as aulas. Ela destacou à CENARIUM que sabe falar a língua Tukano, mas está na escola para aprender a escrever e repassar o conhecimento aos demais, entre eles muitas crianças que nasceram na cidade e não tiveram contato com a cultura dos povos indígenas.

"Como eu sei falar a língua Tukano, mas não sei escrever, eu estou aqui, como uma das associadas e aluna, para aprender a escrever e também traduzir também. Isso é muito importante para nós indígenas, porque está se querendo acabar com e nós estamos tentando, dessa forma, ensinar e repassar para os nossos filhos para eles aprenderem a falar e escrever, porque como eles nascem na cidade, só aprendem a falar o português", disse.

Atualmente, a escola conta com a parceria da Secretaria Municipal de Educação de Manaus (Semed). Durante a semana, as aulas ocorrem de forma remota, com o envio de atividades para os alunos que frequentam o espaço. Joana Galvão explicou que foi uma forma encontrada para que as crianças e adolescentes não sejam prejudicados no ensino regular. Aos sábados, os estudantes se reúnem, de 9h às 12h, para as correções, além dos exercícios de canto.

https://agenciacenarium.com.br/indigenas-aprendem-saberes-ancestrais-em-associacao-de-manaus/
 

Las noticias publicadas en el sitio Povos Indígenas do Brasil (Pueblos Indígenas del Brasil) son investigadas en forma diaria a partir de fuentes diferentes y transcriptas tal cual se presentan en su canal de origen. El Instituto Socioambiental no se responsabiliza por las opiniones o errores publicados en esos textos. En el caso en el que Usted encuentre alguna inconsistencia en las noticias, por favor, póngase en contacto en forma directa con la fuente mencionada.