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Encontro da Juventude Indígena no Sul do Pará discute justiça socioambiental, crise climática e racismo estrutural
07/07/2025
Fonte: CPT - https://cptnacional.org.br
Nos dias 03 e 04 de julho, a aldeia Sororó, localizada na Terra Indígena Sororó, em São Domingos do Araguaia (PA), recebeu o II Encontro da Juventude Aikewara. O evento reuniu jovens das nove aldeias que compõem o território no sul do Pará, com o objetivo de fortalecer o protagonismo juvenil indígena e promover debates sobre temas urgentes relacionados à defesa dos territórios, à crise climática e aos direitos dos povos originários. Entre os convidados, estiveram presentes Silvio Marques, SJ, diretor do Serviço Amazônico de Ação, Reflexão e Educação Socioambiental (Sares), de Manaus (AM), e Juscelio Pantoja, coordenador do Centro Alternativo de Cultura (CAC), de Belém (PA).
O encontro teve como tema: "Resistir para existir: o papel da juventude indígena no contexto atual e os desafios em proteger o território, garantir direitos, políticas públicas e consulta prévia aos povos indígenas na realização da COP30."
Durante o encontro, foram realizadas mesas de diálogo com temáticas como juventude e políticas públicas, consulta prévia, crise climática e COP30, alteridade, racismo estrutural e ambiental, além de conflitos territoriais e direitos humanos. A programação buscou integrar saberes ancestrais, populares, acadêmicos e jurídicos em um ambiente de escuta e participação horizontal, com a presença de estudantes indígenas, professores universitários, lideranças locais, movimentos sociais, associações, representantes da Comissão Pastoral da Terra (CPT), da Igreja e do Ministério Público.
O povo Aikewara-Suruí, como se autodenomina, quase foi dizimado na década de 1970, quando a região foi palco da Guerrilha do Araguaia. Hoje, a Terra Indígena Sororó se tornou uma ilha de conservação, cercada por grandes fazendas e empreendimentos que impactam diretamente seu território e, consequentemente, seus modos de vida.
Há décadas, o povo Aikewara-Suruí luta por seus direitos - garantidos pela Constituição brasileira -, pela salvaguarda de seu território e de sua cultura, pela reparação dos danos históricos causados pelo Estado brasileiro, que os afetaram e continuam afetando até os dias atuais, e por um futuro mais digno para as próximas gerações.
Durante o encontro, os mais velhos relembraram o passado e falaram dos tempos difíceis vividos por eles, seus pais e avós, no período da Guerrilha. As jovens lideranças abordaram os problemas atuais enfrentados pelo povo, os desafios e as estratégias para garantir a salvaguarda de sua cultura. Também debateram sua participação na COP30, que acontecerá em Belém.
Juventude indígena do Pará no contexto da COP30 e da crise climática
Na mesa "Juventude no contexto da COP30 e crise climática", os representantes do Sares e do CAC dialogaram sobre os desafios e caminhos possíveis diante do agravamento da crise ambiental. Silvio Marques, SJ, partilhou reflexões sobre a invisibilização cultural e o projeto político existente para que não se compreenda a Amazônia, sua diversidade e os impactos ambientais e climáticos que nos atravessam e continuarão a atravessar à medida que esse bioma é fragilizado. Ele ponderou sobre o papel organizativo e político na defesa e cuidado com a Amazônia e na construção de políticas públicas, destacando que os povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos e da floresta são e serão os mais afetados pela crise climática. Ressaltou, ainda, que soluções reais e concretas para esses problemas dependem da escuta, do reconhecimento e dos saberes dos povos que sofrem esses impactos.
Juscelio Pantoja contribuiu no diálogo sobre o cenário e os encaminhamentos das organizações, movimentos e coletivos em vista da realização da COP30, que ocorrerá em novembro, em Belém (PA). Animando a juventude indígena presente à reflexão de temas-chave relacionados à conferência, incentivou a participação coletiva a partir da convergência e do fortalecimento de pautas necessárias à defesa e conservação dos territórios e à permanência dos povos nesses espaços, com seus direitos garantidos. Ele ressaltou a importância da realização de escutas das Terras Indígenas próximas à conferência, articulando possíveis colaborações com outras organizações, movimentos e entidades, destacando a presença da Articulação REPAM-COP30 e da Igreja rumo à COP30.
Os representantes também participaram da discussão sobre racismo estrutural, ambiental e conflitos nos territórios. O evento contou com a participação de representantes de nove aldeias da Terra Indígena e com o apoio das organizações: Vida e Juventude, REPAM, MAM, CPT, MIQCB, MST, CAC, UEPA, UNIFESSPA, IZM, CUT e CRMB.
Francisco Alan, da coordenação da CPT Regional Pará, apresentou dados do relatório de conflitos, pontuando que, no contexto amazônico, as violações, violências e mortes têm rosto, cor, gênero e classe: "são indígenas, negros, mulheres e pobres os afetados", reforçando o racismo estrutural existente. Argumentou, ainda, sobre a necessidade de organização e luta coletiva pela defesa dos corpos e territórios amazônicos.
A mediação da mesa ficou sob a responsabilidade do CAC, que, a partir das falas, foi convergindo para a necessidade de fortalecer processos educativos humanizadores e antirracistas, que empoderem as vozes dos territórios e se tornem mecanismos de combate ao racismo, em vista da alteridade.
Durante os dois dias, as partilhas e atividades realizadas buscaram reforçar e fortalecer o protagonismo da juventude, sem deixar de reconhecer e trazer ao centro a experiência, os saberes e as vivências dos mais velhos, estabelecendo a compreensão de que os saberes são os principais mecanismos de defesa dos territórios indígenas.
Com informações da Ascom Jesuítas Brasil
Edição: Carlos Henrique Silva (Comunicação CPT Nacional)
https://cptnacional.org.br/2025/07/07/encontro-juventude-indigena/
O encontro teve como tema: "Resistir para existir: o papel da juventude indígena no contexto atual e os desafios em proteger o território, garantir direitos, políticas públicas e consulta prévia aos povos indígenas na realização da COP30."
Durante o encontro, foram realizadas mesas de diálogo com temáticas como juventude e políticas públicas, consulta prévia, crise climática e COP30, alteridade, racismo estrutural e ambiental, além de conflitos territoriais e direitos humanos. A programação buscou integrar saberes ancestrais, populares, acadêmicos e jurídicos em um ambiente de escuta e participação horizontal, com a presença de estudantes indígenas, professores universitários, lideranças locais, movimentos sociais, associações, representantes da Comissão Pastoral da Terra (CPT), da Igreja e do Ministério Público.
O povo Aikewara-Suruí, como se autodenomina, quase foi dizimado na década de 1970, quando a região foi palco da Guerrilha do Araguaia. Hoje, a Terra Indígena Sororó se tornou uma ilha de conservação, cercada por grandes fazendas e empreendimentos que impactam diretamente seu território e, consequentemente, seus modos de vida.
Há décadas, o povo Aikewara-Suruí luta por seus direitos - garantidos pela Constituição brasileira -, pela salvaguarda de seu território e de sua cultura, pela reparação dos danos históricos causados pelo Estado brasileiro, que os afetaram e continuam afetando até os dias atuais, e por um futuro mais digno para as próximas gerações.
Durante o encontro, os mais velhos relembraram o passado e falaram dos tempos difíceis vividos por eles, seus pais e avós, no período da Guerrilha. As jovens lideranças abordaram os problemas atuais enfrentados pelo povo, os desafios e as estratégias para garantir a salvaguarda de sua cultura. Também debateram sua participação na COP30, que acontecerá em Belém.
Juventude indígena do Pará no contexto da COP30 e da crise climática
Na mesa "Juventude no contexto da COP30 e crise climática", os representantes do Sares e do CAC dialogaram sobre os desafios e caminhos possíveis diante do agravamento da crise ambiental. Silvio Marques, SJ, partilhou reflexões sobre a invisibilização cultural e o projeto político existente para que não se compreenda a Amazônia, sua diversidade e os impactos ambientais e climáticos que nos atravessam e continuarão a atravessar à medida que esse bioma é fragilizado. Ele ponderou sobre o papel organizativo e político na defesa e cuidado com a Amazônia e na construção de políticas públicas, destacando que os povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos e da floresta são e serão os mais afetados pela crise climática. Ressaltou, ainda, que soluções reais e concretas para esses problemas dependem da escuta, do reconhecimento e dos saberes dos povos que sofrem esses impactos.
Juscelio Pantoja contribuiu no diálogo sobre o cenário e os encaminhamentos das organizações, movimentos e coletivos em vista da realização da COP30, que ocorrerá em novembro, em Belém (PA). Animando a juventude indígena presente à reflexão de temas-chave relacionados à conferência, incentivou a participação coletiva a partir da convergência e do fortalecimento de pautas necessárias à defesa e conservação dos territórios e à permanência dos povos nesses espaços, com seus direitos garantidos. Ele ressaltou a importância da realização de escutas das Terras Indígenas próximas à conferência, articulando possíveis colaborações com outras organizações, movimentos e entidades, destacando a presença da Articulação REPAM-COP30 e da Igreja rumo à COP30.
Os representantes também participaram da discussão sobre racismo estrutural, ambiental e conflitos nos territórios. O evento contou com a participação de representantes de nove aldeias da Terra Indígena e com o apoio das organizações: Vida e Juventude, REPAM, MAM, CPT, MIQCB, MST, CAC, UEPA, UNIFESSPA, IZM, CUT e CRMB.
Francisco Alan, da coordenação da CPT Regional Pará, apresentou dados do relatório de conflitos, pontuando que, no contexto amazônico, as violações, violências e mortes têm rosto, cor, gênero e classe: "são indígenas, negros, mulheres e pobres os afetados", reforçando o racismo estrutural existente. Argumentou, ainda, sobre a necessidade de organização e luta coletiva pela defesa dos corpos e territórios amazônicos.
A mediação da mesa ficou sob a responsabilidade do CAC, que, a partir das falas, foi convergindo para a necessidade de fortalecer processos educativos humanizadores e antirracistas, que empoderem as vozes dos territórios e se tornem mecanismos de combate ao racismo, em vista da alteridade.
Durante os dois dias, as partilhas e atividades realizadas buscaram reforçar e fortalecer o protagonismo da juventude, sem deixar de reconhecer e trazer ao centro a experiência, os saberes e as vivências dos mais velhos, estabelecendo a compreensão de que os saberes são os principais mecanismos de defesa dos territórios indígenas.
Com informações da Ascom Jesuítas Brasil
Edição: Carlos Henrique Silva (Comunicação CPT Nacional)
https://cptnacional.org.br/2025/07/07/encontro-juventude-indigena/
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