De Pueblos Indígenas en Brasil
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Escudo verde': Terras indígenas na Amazônia reduzem propagação de 27 doenças, revela novo estudo na Nature
11/09/2025
Fonte: Um só Planeta - https://umsoplaneta.globo.com/
'Escudo verde': Terras indígenas na Amazônia reduzem propagação de 27 doenças, revela novo estudo na Nature
Florestas protegidas por povos indígenas funcionam como barreira contra incêndios, doenças respiratórias e males transmitidos por insetos e animais
Um estudo inédito publicado nesta quinta (11) na revista Nature e liderado pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) mostra que as florestas em terras indígenas na Amazônia funcionam como um 'escudo verde' para a saúde pública, ao reduzir a propagação de 27 doenças, que vão de problemas respiratórios a enfermidades transmitidas por insetos e animais.
A pesquisa analisou dados de 1.733 municípios em oito países amazônicos, cobrindo mais de 74% da região, e concluiu que comunidades próximas a áreas preservadas em terras indígenas registram menor risco de duas grandes categorias de doenças: as cardiovasculares e respiratórias, ligadas à fumaça de queimadas; e doenças zoonóticas e vetoriais, como malária, Chagas e leishmaniose, que aumentam quando o desmatamento aproxima humanos de animais e insetos.
"As florestas indígenas da Amazônia trazem benefícios de saúde para milhões de pessoas", afirmou Paula Prist, coordenadora sênior da IUCN. "Já sabíamos do valor da floresta para a medicina tradicional. Agora temos evidências de que as próprias florestas funcionam como um bálsamo contra ameaças respiratórias e doenças negligenciadas. Garantir os direitos territoriais indígenas é a melhor forma de manter esses benefícios."
Fumaça que adoece
Entre 2001 e 2019, Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Peru, Suriname, Venezuela e Guiana Francesa registraram quase 30 milhões de casos de enfermidades relacionadas a incêndios florestais, doenças transmitidas por animais e vetores. Só no Brasil, estima-se que queimadas tenham causado, em média, 2.906 mortes prematuras por ano devido a problemas respiratórios e cardíacos nesse período.
"Na temporada de queimadas, a fumaça espessa paralisa a vida diária, enche hospitais e obriga crianças e idosos a ficarem em casa", disse em comunicado Ana Filipa Palmeirim, professora visitante da Universidade Federal do Pará e coautora do estudo. "Mesmo incêndios em áreas remotas se tornam emergências de saúde pública, já que o vento espalha a poluição por longas distâncias."
O trabalho, intitulado "Indigenous Territories Can Safeguard Human Health Depending on the Landscape Structure and Legal Status", destaca que as terras indígenas reduzem de forma consistente a incidência de doenças em todos os oito países analisados. Os pesquisadores ressaltam, porém, que o avanço do desmatamento, impulsionado principalmente pelo agronegócio, mineração, petróleo e grandes obras de infraestrutura na região, amplia a exposição das populações a enfermidades.
Segundo a pesquisa, para doenças transmitidas por animais ou insetos, ter florestas cobrindo mais de 40% de um município, tanto dentro quanto fora de Territórios Indígenas, ajuda a reduzir o risco dessas doenças. Isso acontece porque florestas grandes e contínuas têm menos "bordas" expostas, ou seja, menos áreas de contato entre humanos, animais e insetos, que são os principais canais de transmissão dessas enfermidades.
"Nossas descobertas destacam as relações complexas entre conservação e saúde humana, que variam de acordo com o contexto local e o reconhecimento legal dos Territórios Indígenas, e ressaltam a importância desses territórios e de seu reconhecimento jurídico para o apoio à saúde dos ecossistemas e das pessoas", escrevem os autores do texto.
https://umsoplaneta.globo.com/clima/noticia/2025/09/11/escudo-verde-terras-indigenas-na-amazonia-reduzem-propagacao-de-27-doencas-revela-novo-estudo-na-nature.ghtml
Florestas protegidas por povos indígenas funcionam como barreira contra incêndios, doenças respiratórias e males transmitidos por insetos e animais
Um estudo inédito publicado nesta quinta (11) na revista Nature e liderado pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) mostra que as florestas em terras indígenas na Amazônia funcionam como um 'escudo verde' para a saúde pública, ao reduzir a propagação de 27 doenças, que vão de problemas respiratórios a enfermidades transmitidas por insetos e animais.
A pesquisa analisou dados de 1.733 municípios em oito países amazônicos, cobrindo mais de 74% da região, e concluiu que comunidades próximas a áreas preservadas em terras indígenas registram menor risco de duas grandes categorias de doenças: as cardiovasculares e respiratórias, ligadas à fumaça de queimadas; e doenças zoonóticas e vetoriais, como malária, Chagas e leishmaniose, que aumentam quando o desmatamento aproxima humanos de animais e insetos.
"As florestas indígenas da Amazônia trazem benefícios de saúde para milhões de pessoas", afirmou Paula Prist, coordenadora sênior da IUCN. "Já sabíamos do valor da floresta para a medicina tradicional. Agora temos evidências de que as próprias florestas funcionam como um bálsamo contra ameaças respiratórias e doenças negligenciadas. Garantir os direitos territoriais indígenas é a melhor forma de manter esses benefícios."
Fumaça que adoece
Entre 2001 e 2019, Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Peru, Suriname, Venezuela e Guiana Francesa registraram quase 30 milhões de casos de enfermidades relacionadas a incêndios florestais, doenças transmitidas por animais e vetores. Só no Brasil, estima-se que queimadas tenham causado, em média, 2.906 mortes prematuras por ano devido a problemas respiratórios e cardíacos nesse período.
"Na temporada de queimadas, a fumaça espessa paralisa a vida diária, enche hospitais e obriga crianças e idosos a ficarem em casa", disse em comunicado Ana Filipa Palmeirim, professora visitante da Universidade Federal do Pará e coautora do estudo. "Mesmo incêndios em áreas remotas se tornam emergências de saúde pública, já que o vento espalha a poluição por longas distâncias."
O trabalho, intitulado "Indigenous Territories Can Safeguard Human Health Depending on the Landscape Structure and Legal Status", destaca que as terras indígenas reduzem de forma consistente a incidência de doenças em todos os oito países analisados. Os pesquisadores ressaltam, porém, que o avanço do desmatamento, impulsionado principalmente pelo agronegócio, mineração, petróleo e grandes obras de infraestrutura na região, amplia a exposição das populações a enfermidades.
Segundo a pesquisa, para doenças transmitidas por animais ou insetos, ter florestas cobrindo mais de 40% de um município, tanto dentro quanto fora de Territórios Indígenas, ajuda a reduzir o risco dessas doenças. Isso acontece porque florestas grandes e contínuas têm menos "bordas" expostas, ou seja, menos áreas de contato entre humanos, animais e insetos, que são os principais canais de transmissão dessas enfermidades.
"Nossas descobertas destacam as relações complexas entre conservação e saúde humana, que variam de acordo com o contexto local e o reconhecimento legal dos Territórios Indígenas, e ressaltam a importância desses territórios e de seu reconhecimento jurídico para o apoio à saúde dos ecossistemas e das pessoas", escrevem os autores do texto.
https://umsoplaneta.globo.com/clima/noticia/2025/09/11/escudo-verde-terras-indigenas-na-amazonia-reduzem-propagacao-de-27-doencas-revela-novo-estudo-na-nature.ghtml
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