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Pré-COP define previsão para Belém: cordialidade, mas nuvens escuras pela frente
15/10/2025
Autor: Cláudia Antunes , Riacho Fundo , Cerrado, Brasília
Fonte: Sumauma - https://sumauma.com
Chuvas torrenciais atingiram Brasília no primeiro dia da reunião pré-COP. Pessoas no centro de convenções onde o evento está sendo realizado saíram para saudar a chuva, que marcou o fim de um dos meses mais secos da capital brasileira.
A reunião de dois dias convocada pelo presidente brasileiro da COP30 foi um pouco como essa tempestade: o tom cordial dos representantes dos 67 países presentes, incluindo ministros e vice-ministros, trouxe algum alívio em um mundo fragmentado por guerras e divisões geopolíticas. Ao mesmo tempo, outro tipo de nuvem, formada pelas divergências entre as nações quanto às ações necessárias para conter o colapso climático, continua a ameaçar a próxima conferência em Belém .
A maioria das reuniões pré-COP não foi aberta à imprensa. Os negociadores se reuniram apenas para discutir itens já incluídos na pauta de negociações da COP30, uma agenda herdada de COPs anteriores. E sessões plenárias foram realizadas sobre questões mais amplas que permanecem fora da pauta, como a implementação de dois artigos fundamentais do Global Stocktake, o documento aprovado na COP28 que lista as etapas necessárias para o cumprimento do Acordo de Paris: esses artigos estão relacionados ao fim do desmatamento e à transição energética, com ênfase na "transição" dos combustíveis fósseis .
Observadores da sociedade civil e diplomatas que acompanharam ou participaram dessas reuniões relataram que os discursos enfatizaram a necessidade de preservar e fortalecer o multilateralismo - que é a capacidade dos países de agirem em conjunto. Ana Toni, diretora executiva da COP30, observou que, a 27 dias da COP, "apenas um país abandonou o Acordo de Paris" - ou seja, nenhuma outra nação aderiu à ação tomada por Donald Trump no início deste ano.
O presidente da conferência, André Corrêa do Lago, reconheceu que é preciso mais: "Em relação à reafirmação do multilateralismo, existe realmente o perigo de as pessoas interpretarem o que é mera retórica", disse ele. "Precisamos ter argumentos mais fortes para garantir que isso seja convincente."
Um evento impactante nos bastidores da conferência ilustra as dificuldades de transformar promessas de boa vontade em acordos concretos. Na sessão plenária sobre a transição energética, após a ministra do Meio Ambiente do Brasil, Marina Silva, e outros participantes reiterarem a importância de o mundo acelerar a eliminação do petróleo, gás e carvão, a resistência veio do representante da Arábia Saudita, Abdelrahman M. Al-Gwaiz, principal assessor de meio ambiente e sustentabilidade do reino. Ele disse que esta não é a única questão no Global Stocktake e que não há razão para insistir em dar a ela um lugar de tanto destaque nas discussões. Na COP29, no Azerbaijão, os sauditas e outros grandes produtores de petróleo conseguiram impedir que a "transição para longe dos combustíveis fósseis" fosse incluída em qualquer um dos documentos aprovados.
O financiamento continua sendo um obstáculo para a finalização de dois dos textos negociados: a adaptação às mudanças climáticas e a transição justa. Os países com menos recursos financeiros não estão satisfeitos com o acordo de financiamento aprovado na COP29 e continuam a exigir garantias de mais recursos para proteger suas populações em um planeta mais quente, reduzindo a desigualdade e a pobreza. A União Europeia, anteriormente um grande doador, não quer mais adicionar fundos ao pacote.
Também ainda não há solução para lidar com temas que não foram incluídos na pauta - como a questão dos combustíveis fósseis e a falta de ambição nas metas de redução das emissões de gases de efeito estufa, divulgadas pelos países este ano. Essas questões poderiam ser tratadas em uma declaração da cúpula de presidentes e primeiros-ministros, que será realizada nos dias que antecedem a COP, ou como uma "decisão de cobertura" na conferência, conforme proposto pelo presidente brasileiro. As consultas na Pré-COP sobre uma possível decisão de cobertura encontraram resistência da maioria dos governos em Brasília.
As negociações prosseguem esta semana, ao longo de dois dias de consultas fechadas, convocadas pelo presidente da COP30. Nesta quarta-feira, 15 de outubro, serão discutidas questões que ainda não constam na agenda oficial. Na quinta-feira, a discussão se voltará para itens que já estão na pauta, mas que ainda precisam avançar. "Ainda há muito a ser feito", disse Corrêa do Lago. "Mas as discussões refletem um espírito de cooperação."
https://sumauma.com/en/pre-cop-em-brasilia-serviu-para-sentir-o-clima-foi-cordial-mas-com-nuvens-pesadas-no-ar/
A reunião de dois dias convocada pelo presidente brasileiro da COP30 foi um pouco como essa tempestade: o tom cordial dos representantes dos 67 países presentes, incluindo ministros e vice-ministros, trouxe algum alívio em um mundo fragmentado por guerras e divisões geopolíticas. Ao mesmo tempo, outro tipo de nuvem, formada pelas divergências entre as nações quanto às ações necessárias para conter o colapso climático, continua a ameaçar a próxima conferência em Belém .
A maioria das reuniões pré-COP não foi aberta à imprensa. Os negociadores se reuniram apenas para discutir itens já incluídos na pauta de negociações da COP30, uma agenda herdada de COPs anteriores. E sessões plenárias foram realizadas sobre questões mais amplas que permanecem fora da pauta, como a implementação de dois artigos fundamentais do Global Stocktake, o documento aprovado na COP28 que lista as etapas necessárias para o cumprimento do Acordo de Paris: esses artigos estão relacionados ao fim do desmatamento e à transição energética, com ênfase na "transição" dos combustíveis fósseis .
Observadores da sociedade civil e diplomatas que acompanharam ou participaram dessas reuniões relataram que os discursos enfatizaram a necessidade de preservar e fortalecer o multilateralismo - que é a capacidade dos países de agirem em conjunto. Ana Toni, diretora executiva da COP30, observou que, a 27 dias da COP, "apenas um país abandonou o Acordo de Paris" - ou seja, nenhuma outra nação aderiu à ação tomada por Donald Trump no início deste ano.
O presidente da conferência, André Corrêa do Lago, reconheceu que é preciso mais: "Em relação à reafirmação do multilateralismo, existe realmente o perigo de as pessoas interpretarem o que é mera retórica", disse ele. "Precisamos ter argumentos mais fortes para garantir que isso seja convincente."
Um evento impactante nos bastidores da conferência ilustra as dificuldades de transformar promessas de boa vontade em acordos concretos. Na sessão plenária sobre a transição energética, após a ministra do Meio Ambiente do Brasil, Marina Silva, e outros participantes reiterarem a importância de o mundo acelerar a eliminação do petróleo, gás e carvão, a resistência veio do representante da Arábia Saudita, Abdelrahman M. Al-Gwaiz, principal assessor de meio ambiente e sustentabilidade do reino. Ele disse que esta não é a única questão no Global Stocktake e que não há razão para insistir em dar a ela um lugar de tanto destaque nas discussões. Na COP29, no Azerbaijão, os sauditas e outros grandes produtores de petróleo conseguiram impedir que a "transição para longe dos combustíveis fósseis" fosse incluída em qualquer um dos documentos aprovados.
O financiamento continua sendo um obstáculo para a finalização de dois dos textos negociados: a adaptação às mudanças climáticas e a transição justa. Os países com menos recursos financeiros não estão satisfeitos com o acordo de financiamento aprovado na COP29 e continuam a exigir garantias de mais recursos para proteger suas populações em um planeta mais quente, reduzindo a desigualdade e a pobreza. A União Europeia, anteriormente um grande doador, não quer mais adicionar fundos ao pacote.
Também ainda não há solução para lidar com temas que não foram incluídos na pauta - como a questão dos combustíveis fósseis e a falta de ambição nas metas de redução das emissões de gases de efeito estufa, divulgadas pelos países este ano. Essas questões poderiam ser tratadas em uma declaração da cúpula de presidentes e primeiros-ministros, que será realizada nos dias que antecedem a COP, ou como uma "decisão de cobertura" na conferência, conforme proposto pelo presidente brasileiro. As consultas na Pré-COP sobre uma possível decisão de cobertura encontraram resistência da maioria dos governos em Brasília.
As negociações prosseguem esta semana, ao longo de dois dias de consultas fechadas, convocadas pelo presidente da COP30. Nesta quarta-feira, 15 de outubro, serão discutidas questões que ainda não constam na agenda oficial. Na quinta-feira, a discussão se voltará para itens que já estão na pauta, mas que ainda precisam avançar. "Ainda há muito a ser feito", disse Corrêa do Lago. "Mas as discussões refletem um espírito de cooperação."
https://sumauma.com/en/pre-cop-em-brasilia-serviu-para-sentir-o-clima-foi-cordial-mas-com-nuvens-pesadas-no-ar/
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