De Pueblos Indígenas en Brasil
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Noticias
Escravidão aflige índios
05/05/2005
Fonte: CB, Brasil, p. 23
Escravidão aflige índios
Comissão que investiga morte de crianças nas aldeias do MS aponta outro problema: comunidade enfrenta trabalho forçado nos canaviais
Paloma Oliveto
Da equipe do Correio
A desnutrição infantil é apenas uma das mazelas encontradas no Mato Grosso do Sul pelos parlamentares que integram a Comissão Especial da Câmara sobre a morte de crianças indígenas. Aliciados por "capitães" e "cabeçantes", os índios trabalham em usinas do estado em condições análogas à escravidão. O relatório, que deve ser votado na próxima terça-feira, denuncia a exploração da mão-de-obra dos guarani-kaiowá nos canaviais e pede ao Ministério do Trabalho que investigue a contratação dos índios por produtores de cana-de-açúcar.
Os "capitães" e "cabeçantes" são os intermediários no esquema. Eles recrutam grupos de adolescentes e adultos para trabalhar de 60 a 70 dias nas usinas, período durante o qual os índios ficam impedidos de voltar às suas aldeias. Os fazendeiros, segundo apurou a Comissão, não registram os trabalhadores indígenas e não cumprem as demais normas trabalhistas. A remuneração dos índios é calculada de acordo com a produção individual, e sobre este valor, os "capitães" e "cabeçantes" recebem ainda uma comissão de 10%.
Embora recebam pelo trabalho, os índios acabam devendo mais do que recebem. "Verificou-se que, ao término do contrato, os trabalhadores indígenas trazem poucos recursos para suas respectivas famílias, tendo em vista que, durante a permanência nas fazendas, recebem adiantamentos, sob a forma de `vales', para custear as suas despesas pessoais", aponta o relatório. "Tudo que o índio recebe nos canaviais é para pagar a dívida, que fica cada vez maior", explica o Celso Maciel, que vive na aldeia de Limão Verde, a 425 quilômetros de Campo Grande (MS).
"Com a ausência dos pais de família, as mulheres recorrem aos mercadinhos locais, onde adquirem mantimentos para sustento, proporcionando dívida com os estabelecimentos. Na ida dos homens para as usinas e fazendas os jovens são incluídos, afastando-se da escola c passam longo período longe da família", diz o texto do relatório. Maciel confirma a denúncia. Diz que a ida dos índios para os canaviais desestrutura os núcleos familiares. "Para o índio, a família unida é muito importante. Por causa desse tipo de trabalho, as mulheres ficam abandonadas", lamenta.
CB, 05/05/2005, Brasil, p. 23
Comissão que investiga morte de crianças nas aldeias do MS aponta outro problema: comunidade enfrenta trabalho forçado nos canaviais
Paloma Oliveto
Da equipe do Correio
A desnutrição infantil é apenas uma das mazelas encontradas no Mato Grosso do Sul pelos parlamentares que integram a Comissão Especial da Câmara sobre a morte de crianças indígenas. Aliciados por "capitães" e "cabeçantes", os índios trabalham em usinas do estado em condições análogas à escravidão. O relatório, que deve ser votado na próxima terça-feira, denuncia a exploração da mão-de-obra dos guarani-kaiowá nos canaviais e pede ao Ministério do Trabalho que investigue a contratação dos índios por produtores de cana-de-açúcar.
Os "capitães" e "cabeçantes" são os intermediários no esquema. Eles recrutam grupos de adolescentes e adultos para trabalhar de 60 a 70 dias nas usinas, período durante o qual os índios ficam impedidos de voltar às suas aldeias. Os fazendeiros, segundo apurou a Comissão, não registram os trabalhadores indígenas e não cumprem as demais normas trabalhistas. A remuneração dos índios é calculada de acordo com a produção individual, e sobre este valor, os "capitães" e "cabeçantes" recebem ainda uma comissão de 10%.
Embora recebam pelo trabalho, os índios acabam devendo mais do que recebem. "Verificou-se que, ao término do contrato, os trabalhadores indígenas trazem poucos recursos para suas respectivas famílias, tendo em vista que, durante a permanência nas fazendas, recebem adiantamentos, sob a forma de `vales', para custear as suas despesas pessoais", aponta o relatório. "Tudo que o índio recebe nos canaviais é para pagar a dívida, que fica cada vez maior", explica o Celso Maciel, que vive na aldeia de Limão Verde, a 425 quilômetros de Campo Grande (MS).
"Com a ausência dos pais de família, as mulheres recorrem aos mercadinhos locais, onde adquirem mantimentos para sustento, proporcionando dívida com os estabelecimentos. Na ida dos homens para as usinas e fazendas os jovens são incluídos, afastando-se da escola c passam longo período longe da família", diz o texto do relatório. Maciel confirma a denúncia. Diz que a ida dos índios para os canaviais desestrutura os núcleos familiares. "Para o índio, a família unida é muito importante. Por causa desse tipo de trabalho, as mulheres ficam abandonadas", lamenta.
CB, 05/05/2005, Brasil, p. 23
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