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Ambientalistas ajudaram guaranis a invadir reserva

18/11/2001

Autor: José Maria Tomazela

Fonte: Agência Estado-São Paulo-SP



As entidades Grupo Raiz e Associação Biguá, de Cananéia, e Gaia Ambiental, de Campinas, assumiram publicamente a responsabilidade pela transferência das duas primeiras famílias de índios, que estavam alojadas em um galpão no Bairro Carijó, em Cananéia, para a Ilha do Cardoso
Sorocaba, SP - Entidades ambientalistas ajudaram um grupo de índios guaranis a invadir, em 1992, o Parque Estadual da Ilha do Cardoso, reserva protegida por legislações estadual e federal. Foi a primeira ocupação de parques estaduais paulistas por indígenas desde que as unidades de conservação foram criadas.
Da aldeia formada na ilha saíram os índios que, anos depois, invadiram a Reserva Ecológica da Juréia-Itatins e, recentemente, o Parque Estadual de Intervales.
As entidades Grupo Raiz e Associação Biguá, de Cananéia, e Gaia Ambiental, de Campinas, assumiram publicamente a responsabilidade pela transferência das duas primeiras famílias de índios, que estavam alojadas em um galpão no Bairro Carijó, em Cananéia, para a Ilha do Cardoso.
Cópia de uma carta enviada pelo grupo à Fundação Nacional do Índio (Funai), em dezembro de 92, revelando como se deu a invasão, está em poder da Fundação Florestal, órgão da Secretaria de Estado do Meio Ambiente.
O documento desmente a versão da Funai de que os índios têm buscado espontaneamente as reservas paulistas para viver. Segundo a carta, desde o começo de setembro daquele ano as entidades vinham mantendo contato com um grupo de guaranis e com seu porta-voz, Karaís, um índio de aproximadamente 35 anos, casado e pai de oito filhos.
A carta revela que esses índios tinham vindo da Ilha das Peças, no Paraná, à procura de "uma terra do governo onde plantar e ficar".
Os signatários do documento relatam que tiveram vários encontros com os índios, nos quais conheceram a cultura dos guaranis, "preocupados em preservar seus costumes e sua tradição no ambiente que lhes é próprio, a mata, onde, conforme Karaís, não dependem do comércio e do dinheiro".
Segundo a carta, Karaís tinha pressa de afastar-se da cidade para evitar que sua família adquirisse costumes que não são próprios de sua cultura.
"Passados alguns meses em Cananéia, onde a tribo vendia cestos de bambu e artesanato em madeira, Karaís e sua gente já não agüentavam mais ficar longe da mata", afirma o documento.
Segundo a carta, a solução chegou através de Roberto Cardoso, dono de terras na ilha, que lhes ofereceu a oportunidade de transferir-se para um sítio, posse da família, no interior da reserva.
As entidades e os signatários da carta informam ter dado apoio e orientação a Karaís e sua tribo para transferir-se para a Ilha do Cardoso, que é parque estadual desde 1969.
"Lá encontram-se atualmente, felizes de estar mais próximos de seu ambiente natural, mesmo tendo de respeitar a legislação ambiental e as demarcações do local", diz a carta, assinada por Ezequiel de Oliveira, Karl e Rosário Blaiter e Júlio Vidal, representantes dos grupos Raiz, Biguá e Gaia, e pelo próprio Roberto Cardoso.
 

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