De Pueblos Indígenas en Brasil
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Noticias
Realidade complexa
24/11/2001
Fonte: Correio do Estado-Campo Grande-MT
O tempo tem excepcional poder transformador mas a região do Panambi continuará sendo problema para o Governo
O impasse que há anos vem ocorrendo no distrito de Panambi, município de Dourados, mais especificamente na Aldeia Panambizinho, colocando em conflito colonos e índios, é o retrato pronto e acabado de como é complexa a realidade brasileira. Aqueles que analisarem os desdobramentos históricos de toda a questão chegarão à conclusão que tudo pode acontecer neste caso, menos a solução definitiva do problema.Tudo começou quando o presidente Getúlio Vargas, na década de 40, decidiu implantar a chamada Colônia Agrícola Nacional em Dourados, o que ficou conhecido como o primeiro projeto de reforma agrária realizado no País.Foi definida uma área de terras devolutas de cerca de 1.180 hectares para assentamento de colonos exatamente dentro de uma reserva indígena de 1.240 hectares. Ou seja: por força de uma decisão do Poder Público, confinaram - essa é a palavra - índios da tribo guarani-kaiwá num espaço de 60 hectares, e não se falou mais no assunto. Somente em 1995, quando Nelson Jobim ocupava o cargo de ministro da Justiça, foi que o Estado brasileiro decidiu reconhecer o direito dos índios sobre a reserva, assinando portaria que demarcava a área em favor dos guaranis.O problema é que o tempo tem um excepcional poder transformador e a região do Panambi acabou passando por mudanças radicais, urbanizando-se extensamente, desenvolvendo projetos agrícolas com tecnologia de ponta, enfim, em 50 anos não sobrou sequer resquício da antiga reserva indígena dos anos 40.Obviamente, o conflito nasceu em função disso, com os colonos querendo justa indenização pelas benfeitorias realizadas no local, ao longo de várias décadas. Assim, cerca de 30 famílias passaram a viver em permanente conflito com 250 índios.Nesta semana, membros dos governos estadual e federal, juntamente com a Prefeitura de Dourados, começam a chegar a um acordo com ambas as partes e tudo indica que dentro em breve parte do problema poderá estar solucionada.Mas nem tudo é tão fácil como parece. A comunidade do distrito de Panambi, hoje formada por cerca de 1.200 pessoas, a maioria vivendo em função da produção agrícola da região, teme que os índios não tenham condições de, em curto prazo, dar continuidade ao mesmo sistema de produção mantido pelas famílias de colonos.Ou seja: em pouco tempo o distrito poderá simplesmente desaparecer, deixando na esteira graves problemas sociais, em função de desemprego, desterritorialização e ausência de perspectiva. Infelizmente, ao que tudo indica, o drama do Panambizinho vai continuar. A conferir
O impasse que há anos vem ocorrendo no distrito de Panambi, município de Dourados, mais especificamente na Aldeia Panambizinho, colocando em conflito colonos e índios, é o retrato pronto e acabado de como é complexa a realidade brasileira. Aqueles que analisarem os desdobramentos históricos de toda a questão chegarão à conclusão que tudo pode acontecer neste caso, menos a solução definitiva do problema.Tudo começou quando o presidente Getúlio Vargas, na década de 40, decidiu implantar a chamada Colônia Agrícola Nacional em Dourados, o que ficou conhecido como o primeiro projeto de reforma agrária realizado no País.Foi definida uma área de terras devolutas de cerca de 1.180 hectares para assentamento de colonos exatamente dentro de uma reserva indígena de 1.240 hectares. Ou seja: por força de uma decisão do Poder Público, confinaram - essa é a palavra - índios da tribo guarani-kaiwá num espaço de 60 hectares, e não se falou mais no assunto. Somente em 1995, quando Nelson Jobim ocupava o cargo de ministro da Justiça, foi que o Estado brasileiro decidiu reconhecer o direito dos índios sobre a reserva, assinando portaria que demarcava a área em favor dos guaranis.O problema é que o tempo tem um excepcional poder transformador e a região do Panambi acabou passando por mudanças radicais, urbanizando-se extensamente, desenvolvendo projetos agrícolas com tecnologia de ponta, enfim, em 50 anos não sobrou sequer resquício da antiga reserva indígena dos anos 40.Obviamente, o conflito nasceu em função disso, com os colonos querendo justa indenização pelas benfeitorias realizadas no local, ao longo de várias décadas. Assim, cerca de 30 famílias passaram a viver em permanente conflito com 250 índios.Nesta semana, membros dos governos estadual e federal, juntamente com a Prefeitura de Dourados, começam a chegar a um acordo com ambas as partes e tudo indica que dentro em breve parte do problema poderá estar solucionada.Mas nem tudo é tão fácil como parece. A comunidade do distrito de Panambi, hoje formada por cerca de 1.200 pessoas, a maioria vivendo em função da produção agrícola da região, teme que os índios não tenham condições de, em curto prazo, dar continuidade ao mesmo sistema de produção mantido pelas famílias de colonos.Ou seja: em pouco tempo o distrito poderá simplesmente desaparecer, deixando na esteira graves problemas sociais, em função de desemprego, desterritorialização e ausência de perspectiva. Infelizmente, ao que tudo indica, o drama do Panambizinho vai continuar. A conferir
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