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Índios Guarani ocupam administração regional da Funai em Chapecó

24/03/2004

Fonte: Cimi-Sul-Chapecó-SC



Cerca de 100 índios Guarani ocuparam, ontem (23), a administração regional da Funai em Chapecó, Santa Catarina. De acordo com o cacique Alcindo Barbosa Guarani, a intenção do povo é de permanecer no local até que haja uma definição da Funai quanto à publicação do Relatório Antropológico da terra tradicional dos Guarani do Araça'í, localizada nos municípios de Saudades e Cunha Porã.

Em julho de 2000, os Guarani realizaram a retomada da terra. No mês de setembro do mesmo ano, a Funai constituiu um Grupo de Trabalho a fim de realizar estudos sobre o caso. Logo em seguida, em outubro, os Guarani foram violentamente retirados do local, pelas polícias Militar e Federal, e despejados na terra indígena Nonoai, no Rio Grande do Sul. No final de 2001, os Guarani foram acolhidos pela comunidade indígena Toldo Chimbangue, do povo Kaingang, onde estão até hoje.

Durante todo esse tempo, não pouparam esforços no sentido de sensibilizar a Funai a publicar o Relatório Antropológico que comprova a tradicionalidade da terra que reivindicam. No entanto, o órgão indigenista tem se negado a cumprir a legislação, bem como, acordos firmados entre as partes. O último deles, acertado em Brasília, no mês de dezembro de 2003, constitui-se num compromisso assumido e registrado em documento pela Funai onde a mesma se comprometeu em publicar o referido Relatório até o final de janeiro do corrente ano. Os Guarani têm informações de que o mesmo está concluído e que o presidente da Funai tem impedido a sua publicação nos diários oficiais da União e do estado de Santa Catarina.

Para o cacique Alcindo, a Funai tem cedido às pressões contrárias à regularização de sua terra, sendo isso um ato ilegal e imoral. O cacique afirma ainda que a comunidade indígena cansou de esperar pacientemente e resolveu agir de forma mais incisiva para que a Funai tome as providências necessárias no sentido de garantir o direito à sua terra tradicional. "Tentamos de tudo para evitar esse tipo de ação, mas fomos muito desrespeitados e, por isso, a comunidade não quis mais esperar. Só sairemos daqui com uma definição. Agora é com a Funai. A responsabilidade é dela (Funai)", comentou o cacique.

Para o Conselho Indigenista Missionário - Regional Sul, não existem motivos que possam justificar tamanha lentidão do órgão indigenista em dar prosseguimento ao processo de regularização da terra dos Guarani.
 

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