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STF decidirá retirada dos invasores das terras ianomâmis no AM e RR
31/07/2020
Fonte: BNC Amazonas - https://bncamazonas.com.br/
STF decidirá retirada dos invasores das terras ianomâmis no AM e RR
No STF, no início de julho, o ministro Roberto Barroso acatou pedido, nesse sentido, dos povos indígenas e de seis partidos.
31/07/2020 20:51
Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília
O plenário do STF (Supremo Tribunal Federal) vai decidir na segunda-feira, dia 3, a partir das 15h, se mantém ou não a liminar do ministro Luís Roberto Barroso que obrigou o governo federal a realizar ações de proteção aos povos indígenas ameaçados pela pandemia da covid-19.
Para o movimento indígena será fundamental manter a liminar a fim de evitar um genocídio entre seu povo. Porém, o único ponto da ação não atendido pelo ministro Barroso chama atenção.
Trata-se da retirada dos invasores de sete Terras Indígenas (TIs) na Amazônia: karipuna e uru-eu-wau-wau (RO); kayapó, munduruku e trincheira bacajá (PA); araribóia (MA); e ianomâmi (AM/RR).
Considerada a maior do Brasil (9 mil hectares no Amazonas e Roraima), a TI ianomâmi tem infiltrado no seu território cerca de 20 mil garimpeiros.
Calcula-se que a população indígena chegue perto de 27 mil.
Uma decisão favorável do STF pela retirada dos invasores teria grande impacto político sobre o governo de Jair Bolsonaro que sofre outra pressão judicial.
O desembargador Jirair Aram Meguerian, do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região), determinou no início do mês a retirada dos garimpeiros da área ianomâmi.
Além disso, também determinou a elaboração de um plano emergencial para ser colocados em prática em dez dias.
Sobre esse último caso, a AGU (Advocacia Geral da União) informou que já havia enviado parecer para cumprimento da decisão aos ministérios da Defesa, do Meio Ambiente e da Justiça e Segurança Pública.
Cumprimento da liminar
No início do mês, o ministro Barroso acatou um pedido da ação formulada pela Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) e seis partidos (PSB, PSOL, PCdoB, Rede, PT, PDT) cobrando um plano do poder público.
O ministro determinou ações específicas para os povos isolados como criação de barreiras sanitárias; plano de enfrentamento para todo povo indígena; e a instalação de uma Sala de Situação com representantes do MPF (Ministério Público Federal), DPU (Defensoria Pública da União) e dos povos indígenas.
Passados quase um mês, o ministro estabeleceu um prazo de dez dias, houve a primeira reunião no 17 deste mês.
Segundo a Apib, nesse encontro o governo apresentou um planejamento genérico, sem ações específicas para a realidade de cada território.
Além disso, a entidade reclamou do tratamento "desastroso, humilhante e constrangedor" e "uma clara tentativa de violar sua liberdade de expressão".
A representante Coiab (Coordenação das Organizações dos Indígenas Amazônia Brasileira), Angela Kaxuyana, teve o microfone cortado.
Para o ISA (Instituto Socioambiental), a subprocuradora-geral da República e coordenadora da Câmara de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais do MPF, Eliana Torelly, disse que a segunda reunião da Sala de Situação, no dia 24, foi mais positiva.
"O Ministério Público Federal acompanhará atentamente todas as etapas do cumprimento da medida liminar", disse a subprocuradora.
Números
Em nota, a Apib informou que o Comitê Nacional de Vida e Memória Indígena registrou mais de 600 mortes de indígenas e a contaminação de 21 mil até o fim de julho.
"Enquanto a taxa de mortalidade nacional é de 43 por 100 mil habitantes, entre essas comunidades ela alcança mais de 66 por 100 mil ou um número 54% maior (considerando a população indígena de quase 900 mil pessoas do Censo 2010 do IBGE)", diz um trecho da nota.
Embora a epidemia esteja aparentemente estabilizada ou até decrescendo em alguns estados, deu um salto entre os povos originários.
O número de mortes e casos entre eles aumentou 54% e 115%, respectivamente, entre junho e julho.
No mesmo período, o número de povos atingidos pelo vírus cresceu de 118 para 143.
https://bncamazonas.com.br/municipios/stf-invasores-terras-ianomamis/
No STF, no início de julho, o ministro Roberto Barroso acatou pedido, nesse sentido, dos povos indígenas e de seis partidos.
31/07/2020 20:51
Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília
O plenário do STF (Supremo Tribunal Federal) vai decidir na segunda-feira, dia 3, a partir das 15h, se mantém ou não a liminar do ministro Luís Roberto Barroso que obrigou o governo federal a realizar ações de proteção aos povos indígenas ameaçados pela pandemia da covid-19.
Para o movimento indígena será fundamental manter a liminar a fim de evitar um genocídio entre seu povo. Porém, o único ponto da ação não atendido pelo ministro Barroso chama atenção.
Trata-se da retirada dos invasores de sete Terras Indígenas (TIs) na Amazônia: karipuna e uru-eu-wau-wau (RO); kayapó, munduruku e trincheira bacajá (PA); araribóia (MA); e ianomâmi (AM/RR).
Considerada a maior do Brasil (9 mil hectares no Amazonas e Roraima), a TI ianomâmi tem infiltrado no seu território cerca de 20 mil garimpeiros.
Calcula-se que a população indígena chegue perto de 27 mil.
Uma decisão favorável do STF pela retirada dos invasores teria grande impacto político sobre o governo de Jair Bolsonaro que sofre outra pressão judicial.
O desembargador Jirair Aram Meguerian, do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região), determinou no início do mês a retirada dos garimpeiros da área ianomâmi.
Além disso, também determinou a elaboração de um plano emergencial para ser colocados em prática em dez dias.
Sobre esse último caso, a AGU (Advocacia Geral da União) informou que já havia enviado parecer para cumprimento da decisão aos ministérios da Defesa, do Meio Ambiente e da Justiça e Segurança Pública.
Cumprimento da liminar
No início do mês, o ministro Barroso acatou um pedido da ação formulada pela Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) e seis partidos (PSB, PSOL, PCdoB, Rede, PT, PDT) cobrando um plano do poder público.
O ministro determinou ações específicas para os povos isolados como criação de barreiras sanitárias; plano de enfrentamento para todo povo indígena; e a instalação de uma Sala de Situação com representantes do MPF (Ministério Público Federal), DPU (Defensoria Pública da União) e dos povos indígenas.
Passados quase um mês, o ministro estabeleceu um prazo de dez dias, houve a primeira reunião no 17 deste mês.
Segundo a Apib, nesse encontro o governo apresentou um planejamento genérico, sem ações específicas para a realidade de cada território.
Além disso, a entidade reclamou do tratamento "desastroso, humilhante e constrangedor" e "uma clara tentativa de violar sua liberdade de expressão".
A representante Coiab (Coordenação das Organizações dos Indígenas Amazônia Brasileira), Angela Kaxuyana, teve o microfone cortado.
Para o ISA (Instituto Socioambiental), a subprocuradora-geral da República e coordenadora da Câmara de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais do MPF, Eliana Torelly, disse que a segunda reunião da Sala de Situação, no dia 24, foi mais positiva.
"O Ministério Público Federal acompanhará atentamente todas as etapas do cumprimento da medida liminar", disse a subprocuradora.
Números
Em nota, a Apib informou que o Comitê Nacional de Vida e Memória Indígena registrou mais de 600 mortes de indígenas e a contaminação de 21 mil até o fim de julho.
"Enquanto a taxa de mortalidade nacional é de 43 por 100 mil habitantes, entre essas comunidades ela alcança mais de 66 por 100 mil ou um número 54% maior (considerando a população indígena de quase 900 mil pessoas do Censo 2010 do IBGE)", diz um trecho da nota.
Embora a epidemia esteja aparentemente estabilizada ou até decrescendo em alguns estados, deu um salto entre os povos originários.
O número de mortes e casos entre eles aumentou 54% e 115%, respectivamente, entre junho e julho.
No mesmo período, o número de povos atingidos pelo vírus cresceu de 118 para 143.
https://bncamazonas.com.br/municipios/stf-invasores-terras-ianomamis/
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