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Cidades da Amazônia precisam melhorar para tirar população do negócio ilegal
08/08/2025
Autor: ABRAHÃO,Jorge
Fonte: FSP - https://www1.folha.uol.com.br/
Cidades da Amazônia precisam melhorar para tirar população do negócio ilegal
Dados do Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades mostram enorme desigualdade regional do país
08/08/2025
Jorge Abrahão
Coordenador geral do Instituto Cidades Sustentáveis, organização realizadora da Rede Nossa São Paulo e do Programa Cidades Sustentáveis
Das 100 cidades com os menores níveis de desenvolvimento sustentável no país, 75 estão localizadas na Amazônia Legal. O que dá a noção dos desafios que temos para promover a redução do desmatamento e a preservação da biodiversidade deste importante bioma para o Brasil e para o mundo.
Dos 30 milhões de brasileiros que moram na Amazônia, 70% vivem em cidades que, se não forem capazes de oferecer acesso à saúde e educação de qualidade e não gerar oportunidades de trabalho e renda, entre outras necessidades, deixarão que as pessoas sejam atraídas pelos negócios ilegais de madeira, soja, pecuária e garimpo, alimentando o ciclo de destruição do bioma.
Já 99 das 100 cidades com melhor pontuação estão localizadas nas regiões Sudeste e Sul, o que dá a medida da enorme desigualdade regional de nosso país.
Dados como esses surgem do IDSC-BR (Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades 2025), lançado nesta sexta (8). O IDSC-BR é composto por 100 indicadores públicos, divididos nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU. Ele permite uma visão panorâmica das virtudes e desafios das cidades e faz do Brasil o único país do mundo a monitorar todos os seus municípios na Agenda 2030.
Isso reforça a importância dos acordos multilaterais e da própria ONU em um momento em que as decisões sobre temas como guerra e paz, mudanças climáticas, redes sociais, inteligência artificial e crises sanitárias ultrapassam as fronteiras físicas dos países e exigem decisões globalmente acordadas.
Na linha do tempo, de 2015 a 2024, o nível médio das cidades brasileiras piorou. Foi uma década perdida, que teve relação com a pandemia e com a crise política provocada pelo impeachment de Dilma Rousseff e os governos de Temer e Bolsonaro, que promoveram o desmonte de políticas e serviços públicos.
Os dados confirmam que crises políticas têm impacto negativo na vida das pessoas e reduzem a qualidade de vida. No último ano, 58% das cidades melhoraram seu índice e 3% pioraram, o que provavelmente tem relação com a atualização de dados do Censo de 2022 e a retomada de políticas como o Bolsa Família e a redução da fome.
Se a curva é de melhoria na qualidade de vida das cidades neste último ano, é importante lembrar que 47% das cidades têm nível médio de desenvolvimento sustentável e somente 3% têm nível alto. Nenhuma cidade brasileira tem nível muito alto. O que mostra o tamanho do desafio de um país que é uma das dez maiores economias do mundo e tem a obrigação de proporcionar uma qualidade de vida à altura de sua pujança econômica.
Fica evidente, mais uma vez, que temos travas provocadas pela enorme concentração de renda que inviabiliza políticas que promovam a redução das desigualdades. O que reforça a importância do debate relativo ao justo imposto para os super-ricos, a redução das isenções para empresas e a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000. Essas medidas podem contribuir para a redução do abismo que separa as classes sociais no Brasil, que segue ostentando o vergonhoso título de um dos países mais desiguais do mundo.
Uma das maiores atribuições de governos é mediar a relação social, promovendo uma sociedade mais equilibrada, base para um país com mais harmonia. A análise mais acurada dos 100 indicadores que tratam de mortalidade infantil, percentual de jovens na escola, nota do Ideb -que retrata a qualidade da educação-, população atendida por esgotamento sanitário e domicílios em favelas, por exemplo, pode ser um importante guia orientador para a tomada de decisão de investimentos e políticas públicas para enfrentar os reais desafios das cidades e proporcionar melhor qualidade de vida para as pessoas.
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jorge-abrahao/2025/08/cidades-da-amazonia-precisam-melhorar-para-tirar-populacao-do-negocio-ilegal.shtml
Dados do Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades mostram enorme desigualdade regional do país
08/08/2025
Jorge Abrahão
Coordenador geral do Instituto Cidades Sustentáveis, organização realizadora da Rede Nossa São Paulo e do Programa Cidades Sustentáveis
Das 100 cidades com os menores níveis de desenvolvimento sustentável no país, 75 estão localizadas na Amazônia Legal. O que dá a noção dos desafios que temos para promover a redução do desmatamento e a preservação da biodiversidade deste importante bioma para o Brasil e para o mundo.
Dos 30 milhões de brasileiros que moram na Amazônia, 70% vivem em cidades que, se não forem capazes de oferecer acesso à saúde e educação de qualidade e não gerar oportunidades de trabalho e renda, entre outras necessidades, deixarão que as pessoas sejam atraídas pelos negócios ilegais de madeira, soja, pecuária e garimpo, alimentando o ciclo de destruição do bioma.
Já 99 das 100 cidades com melhor pontuação estão localizadas nas regiões Sudeste e Sul, o que dá a medida da enorme desigualdade regional de nosso país.
Dados como esses surgem do IDSC-BR (Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades 2025), lançado nesta sexta (8). O IDSC-BR é composto por 100 indicadores públicos, divididos nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU. Ele permite uma visão panorâmica das virtudes e desafios das cidades e faz do Brasil o único país do mundo a monitorar todos os seus municípios na Agenda 2030.
Isso reforça a importância dos acordos multilaterais e da própria ONU em um momento em que as decisões sobre temas como guerra e paz, mudanças climáticas, redes sociais, inteligência artificial e crises sanitárias ultrapassam as fronteiras físicas dos países e exigem decisões globalmente acordadas.
Na linha do tempo, de 2015 a 2024, o nível médio das cidades brasileiras piorou. Foi uma década perdida, que teve relação com a pandemia e com a crise política provocada pelo impeachment de Dilma Rousseff e os governos de Temer e Bolsonaro, que promoveram o desmonte de políticas e serviços públicos.
Os dados confirmam que crises políticas têm impacto negativo na vida das pessoas e reduzem a qualidade de vida. No último ano, 58% das cidades melhoraram seu índice e 3% pioraram, o que provavelmente tem relação com a atualização de dados do Censo de 2022 e a retomada de políticas como o Bolsa Família e a redução da fome.
Se a curva é de melhoria na qualidade de vida das cidades neste último ano, é importante lembrar que 47% das cidades têm nível médio de desenvolvimento sustentável e somente 3% têm nível alto. Nenhuma cidade brasileira tem nível muito alto. O que mostra o tamanho do desafio de um país que é uma das dez maiores economias do mundo e tem a obrigação de proporcionar uma qualidade de vida à altura de sua pujança econômica.
Fica evidente, mais uma vez, que temos travas provocadas pela enorme concentração de renda que inviabiliza políticas que promovam a redução das desigualdades. O que reforça a importância do debate relativo ao justo imposto para os super-ricos, a redução das isenções para empresas e a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000. Essas medidas podem contribuir para a redução do abismo que separa as classes sociais no Brasil, que segue ostentando o vergonhoso título de um dos países mais desiguais do mundo.
Uma das maiores atribuições de governos é mediar a relação social, promovendo uma sociedade mais equilibrada, base para um país com mais harmonia. A análise mais acurada dos 100 indicadores que tratam de mortalidade infantil, percentual de jovens na escola, nota do Ideb -que retrata a qualidade da educação-, população atendida por esgotamento sanitário e domicílios em favelas, por exemplo, pode ser um importante guia orientador para a tomada de decisão de investimentos e políticas públicas para enfrentar os reais desafios das cidades e proporcionar melhor qualidade de vida para as pessoas.
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jorge-abrahao/2025/08/cidades-da-amazonia-precisam-melhorar-para-tirar-populacao-do-negocio-ilegal.shtml
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