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Mulheres indígenas constroem agroindústria de açaí em pó no Amazonas

27/09/2025

Autor: Portal A Crítica

Fonte: A Critica - https://www.acritica.com



Em Belém do Solimões (AM), a comunidade indígena Ticuna recebe apoio para fortalecer iniciativas socioeconômicas locais. A ação permitirá a conclusão da agroindústria da Associação das Mulheres Indígenas Ticuna (Mapana), dedicada à produção de açaí em pó, e traz perspectivas de maior autonomia e desenvolvimento para cerca de 200 mulheres da etnia.

A iniciativa tem apoio do Governo do Brasil. O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), está viabilizando etapas essenciais para o funcionamento da agroindústria, como a implantação de tecnologia de filtragem de água potável e a capacitação técnica para operação dos maquinários.

O povo Ticuna (ou Tikuna, na grafia original) habita a região da tríplice fronteira de Brasil, Peru e Colômbia. A associação Mapana tem desenvolvido projetos e serviços junto às comunidades locais com parceria de organizações da sociedade civil. O grupo, por exemplo, faz parte do grupo de fornecedores selecionados para o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), do Governo do Brasil.

Atualmente, as integrantes da associação Mapana cultivam alimentos tradicionais como açaí, taperebá, mandioca, camu camu, banana e cará, fornecidos à merenda escolar das escolas de Tabatinga (AM), município de 66 mil habitantes próximo à fronteira tripla com a Colômbia e o Peru. A associação já recebeu apoio para aquisição de refrigeradores e embarcações que auxiliam no transporte da produção.

O projeto da agroindústria de açaí foi identificado a partir da prospecção de empreendimentos sustentáveis da Bioeconomia Amazônica, desenvolvida pelo Parque Científico e Tecnológico do Alto Solimões (Pactas), no âmbito da Estratégia Nacional de Bioeconomia e Desenvolvimento Regional Sustentável (BioRegio), sob responsabilidade do MIDR.

Inicialmente estruturado em parceria entre o MCTI e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o empreendimento enfrentou dificuldades para avançar devido à falta de acesso a água potável adequada para o processo produtivo.

Tecnologia e plano de negócios
Nesse contexto, o MIDR, por meio das Secretarias Nacionais de Desenvolvimento Regional e Territorial (SDR) e de Segurança Hídrica (SNSH), passou a atuar como articulador de soluções. Segundo o coordenador-geral de Gestão do Território do MIDR, Vitarque Coêlho, o apoio do ministério será decisivo para viabilizar a continuidade do projeto.
"Estamos trazendo a tecnologia de osmose reversa, já utilizada com eficácia no semiárido brasileiro, para garantir água potável à comunidade e à agroindústria. Além disso, em parceria com o MCTI, o MIDR envidará esforços para elaborar o plano de negócios do empreendimento e a capacitação das mulheres indígenas para operar os equipamentos de desidratação do açaí, assegurando autonomia e eficiência na produção", ressaltou.
A iniciativa também poderá contar com apoio internacional. O Banco de Desenvolvimento FONPLATA sinalizou a destinação de aproximadamente R$ 100 mil para a instalação da tecnologia de purificação de água e poderá viabilizar recursos adicionais para a formação técnica das mulheres indígenas.

O banco, que reúne Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai, considera o projeto estratégico por estar alinhado à sua política de apoio a iniciativas lideradas por mulheres e ao fortalecimento de comunidades tradicionais.

Além do impacto econômico com a produção de açaí desidratado - e potencialmente outras frutas passíveis de beneficiamento -, a ação promove segurança hídrica, fortalecimento da rede de comércio local e regional e inclusão produtiva de povos indígenas da Amazônia, consolidando a Bioeconomia como alternativa viável de desenvolvimento sustentável.

https://www.acritica.com/economia/mulheres-indigenas-constroem-agroindustria-de-acai-em-po-no-amazonas-1.384749
 

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