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Seminário sobre crise climática reuniu povos tradicionais, juventude e defensores do meio ambiente em Bom Jesus da Lapa
30/09/2025
Autor: Por Rafael Lopes, Ascom Cáritas Brasileira Regional Nordeste 3
Fonte: Cimi - https://cimi.org.br
O V Seminário Crise Climática e Alternativas Socioambientais contou com a participação expressiva de lideranças de povos e comunidades tradicionais da Bahia e de Sergipe, entre os dias 26 e 28 de setembro, em Bom Jesus da Lapa (BA). O encontro incluiu juventudes e defensores do meio ambiente para discutir e construir caminhos de resistência e enfrentamento a grandes projetos, em defesa dos territórios.
A programação contou com mesas de discussão, análise de conjuntura, trabalhos de grupo e visitas a comunidades quilombolas com diálogo direto com lideranças locais. A imersão proporcionou trocas de experiências coletivas das lutas, bem como a celebração da cultura e da união dos povos tradicionais pela proteção da natureza.
"A imersão proporcionou trocas de experiências coletivas das lutas"
Na análise de conjuntura, as pessoas participantes foram convidadas a refletir sobre as raízes da degradação da natureza e dos territórios. Para o Bispo referencial da Cáritas Brasileira Regional Nordeste 3, Dom Vicente Ferreira, as raízes dos problemas que as comunidades enfrentam têm origem no sistema capitalista e neoliberal, de modo que a mineração é considerada a coluna vertebral do modelo capitalista. "A exploração dos nossos territórios se dá principalmente a partir do minério. A Bahia tem sido um dos estados onde há mais concessões para grandes empreendimentos que expulsam as comunidades dos territórios em detrimento do acúmulo de capital, tendo como foco central o "desenvolvimento" da mineração", destacou.
Valdice Oliveira é professora em uma escola pública no bairro de Canabrava, em Salvador (BA) e integra a Pastoral do Migrante. Em sua contribuição na análise de conjuntura, reforçou os desafios do mundo urbano, ao contextualizar a formação do bairro de Canabrava e a relação com a reciclagem, bem como a ocupação desordenada e o racismo ambiental - marcas da vulnerabilidade social enfrentada pelos catadores e catadoras de materiais recicláveis.
"A exploração dos nossos territórios se dá principalmente a partir do minério"
Membro da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Ruben Siqueira explanou sobre a luta dos povos e comunidades tradicionais no âmbito da transição energética e alertou para as narrativas que a mídia impõe para validar o um projeto de falso desenvolvimento para as comunidades. Quem também contribuiu com a análise de conjuntura foi a secretária executiva do Conselho Pastoral dos Pescadores e Pescadoras (CPP) Bahia e Sergipe, Zezé Pacheco, que reforçou os elementos do desenvolvimentismo no Brasil atrelado aos riscos ambientais e à ameaça ao direito e à determinação dos povos.
Para a agente pastoral da CPT, Tânia Santos, o V Seminário Crise Climática e Alternativas Socioambientais foi fundamental, sobretudo por integrar diversos coletivos e povos tradicionais [indígenas, quilombolas, ribeirinhos, pescadores, marisqueiras, de fundo e fecho de pasto]. "São essas pessoas que defendem e preservam os territórios, garantindo o equilíbrio no planeta. Sediar essa atividade em Bom Jesus da Lapa é também a oportunidade conhecer de perto a realidade local. Estamos à margem do Rio São Francisco que também sofre com a crise climática, então essa conexão nos convoca a se preocupar com o contexto local e a preservação dos biomas da Caatinga e do Cerrado", afirmou.
Irmã Daiane Oliveira é missionária do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e integra a equipe do Cimi no Oeste Baiano. Para ela, "o principal objetivo é as comunidades trazerem seus gritos. E identificar como esses empreendimentos têm chegado nas comunidades, isso é muito importante. Depois, as próprias comunidades se articularem e encontrar soluções e estratégias para resistir a esse projeto capitalista de morte que tem devastado o meio ambiente", apontou.
"São essas pessoas que defendem e preservam os territórios, garantindo o equilíbrio no planeta"
Fortalecimento e unidade na luta
A quilombola Maria da Conceição Alcântara, do quilombo Acupe, em Santo Amaro, no Recôncavo Baiano, reforçou como a luta coletiva fortalece os territórios. "É um espaço muito importante para nossas comunidades que vivem a destruição ambiental e enfrentam problemas climáticos. Esse encontro é fundamental para nos fortalecer na luta pela sobrevivência frente a esses ataques do subdesenvolvimento. Com certeza as pessoas que participaram saem mais fortes, com mais conhecimento e uma ampla visão da conjuntura atual", acrescentou.
Quem também avalia de forma positiva a atividade é Juvenice Ferreira, da comunidade Barreiro, em Licínio de Almeida, Diocese de Caetité, no Alto Sertão Baiano. Ela participa de ações junto à Cáritas e à CPT e vê o Seminário como espaço de fortalecimento e unidade entre os povos tradicionais e defensores do meio ambiente.
"O seminário é fundamental para construirmos caminhos e a consciência frente à crise climática rumo a uma direção mais eficiente"
"O seminário é fundamental para construirmos caminhos e a consciência frente à crise climática rumo a uma direção mais eficiente. Precisamos estar presente nesses espaços e levar isso também para as bases junto às comunidades e associações, porque os grandes empreendimentos estão organizados e a principal estratégia usada por eles é a divisão entre nós para enfraquecer a luta. Então, precisamos fazer essa construção para fortalecer a unidade e nos somar a outras organizações sociais porque as lutas são diferentes, mas o objetivo é comum: de preservação ambiental, defesa das águas e da terra", concluiu.
O seminário contou com o apoio de Misereor, Ministério Federal de Cooperação Econômica e Desenvolvimento da Alemanha, Cáritas Alemanha, KNH, DKA Austria e Kindermissionswerk.
"Precisamos fazer essa construção para fortalecer a unidade e nos somar a outras organizações sociais porque as lutas são diferentes, mas o objetivo é comum"
Esta é uma atividade apoiada pelo Programa Global das Comunidades da Nossa América Latina, projeto desenvolvido pela Cáritas Brasileira (Regionais Nordeste de 3 e Norte 2) e Cáritas Colômbia com o apoio da Cáritas Alemanha.
O projeto é realizado a partir da participação e incidência política nas comunidades tradicionais em cada país e visa melhorar a implementação dos direitos à terra e ambientais, promover a participação política das comunidades rurais e disseminar abordagens inovadoras para a adaptação às mudanças climáticas nos territórios.
https://cimi.org.br/2025/09/seminario-crise-climatica-bom-jesus-da-lapa/
A programação contou com mesas de discussão, análise de conjuntura, trabalhos de grupo e visitas a comunidades quilombolas com diálogo direto com lideranças locais. A imersão proporcionou trocas de experiências coletivas das lutas, bem como a celebração da cultura e da união dos povos tradicionais pela proteção da natureza.
"A imersão proporcionou trocas de experiências coletivas das lutas"
Na análise de conjuntura, as pessoas participantes foram convidadas a refletir sobre as raízes da degradação da natureza e dos territórios. Para o Bispo referencial da Cáritas Brasileira Regional Nordeste 3, Dom Vicente Ferreira, as raízes dos problemas que as comunidades enfrentam têm origem no sistema capitalista e neoliberal, de modo que a mineração é considerada a coluna vertebral do modelo capitalista. "A exploração dos nossos territórios se dá principalmente a partir do minério. A Bahia tem sido um dos estados onde há mais concessões para grandes empreendimentos que expulsam as comunidades dos territórios em detrimento do acúmulo de capital, tendo como foco central o "desenvolvimento" da mineração", destacou.
Valdice Oliveira é professora em uma escola pública no bairro de Canabrava, em Salvador (BA) e integra a Pastoral do Migrante. Em sua contribuição na análise de conjuntura, reforçou os desafios do mundo urbano, ao contextualizar a formação do bairro de Canabrava e a relação com a reciclagem, bem como a ocupação desordenada e o racismo ambiental - marcas da vulnerabilidade social enfrentada pelos catadores e catadoras de materiais recicláveis.
"A exploração dos nossos territórios se dá principalmente a partir do minério"
Membro da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Ruben Siqueira explanou sobre a luta dos povos e comunidades tradicionais no âmbito da transição energética e alertou para as narrativas que a mídia impõe para validar o um projeto de falso desenvolvimento para as comunidades. Quem também contribuiu com a análise de conjuntura foi a secretária executiva do Conselho Pastoral dos Pescadores e Pescadoras (CPP) Bahia e Sergipe, Zezé Pacheco, que reforçou os elementos do desenvolvimentismo no Brasil atrelado aos riscos ambientais e à ameaça ao direito e à determinação dos povos.
Para a agente pastoral da CPT, Tânia Santos, o V Seminário Crise Climática e Alternativas Socioambientais foi fundamental, sobretudo por integrar diversos coletivos e povos tradicionais [indígenas, quilombolas, ribeirinhos, pescadores, marisqueiras, de fundo e fecho de pasto]. "São essas pessoas que defendem e preservam os territórios, garantindo o equilíbrio no planeta. Sediar essa atividade em Bom Jesus da Lapa é também a oportunidade conhecer de perto a realidade local. Estamos à margem do Rio São Francisco que também sofre com a crise climática, então essa conexão nos convoca a se preocupar com o contexto local e a preservação dos biomas da Caatinga e do Cerrado", afirmou.
Irmã Daiane Oliveira é missionária do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e integra a equipe do Cimi no Oeste Baiano. Para ela, "o principal objetivo é as comunidades trazerem seus gritos. E identificar como esses empreendimentos têm chegado nas comunidades, isso é muito importante. Depois, as próprias comunidades se articularem e encontrar soluções e estratégias para resistir a esse projeto capitalista de morte que tem devastado o meio ambiente", apontou.
"São essas pessoas que defendem e preservam os territórios, garantindo o equilíbrio no planeta"
Fortalecimento e unidade na luta
A quilombola Maria da Conceição Alcântara, do quilombo Acupe, em Santo Amaro, no Recôncavo Baiano, reforçou como a luta coletiva fortalece os territórios. "É um espaço muito importante para nossas comunidades que vivem a destruição ambiental e enfrentam problemas climáticos. Esse encontro é fundamental para nos fortalecer na luta pela sobrevivência frente a esses ataques do subdesenvolvimento. Com certeza as pessoas que participaram saem mais fortes, com mais conhecimento e uma ampla visão da conjuntura atual", acrescentou.
Quem também avalia de forma positiva a atividade é Juvenice Ferreira, da comunidade Barreiro, em Licínio de Almeida, Diocese de Caetité, no Alto Sertão Baiano. Ela participa de ações junto à Cáritas e à CPT e vê o Seminário como espaço de fortalecimento e unidade entre os povos tradicionais e defensores do meio ambiente.
"O seminário é fundamental para construirmos caminhos e a consciência frente à crise climática rumo a uma direção mais eficiente"
"O seminário é fundamental para construirmos caminhos e a consciência frente à crise climática rumo a uma direção mais eficiente. Precisamos estar presente nesses espaços e levar isso também para as bases junto às comunidades e associações, porque os grandes empreendimentos estão organizados e a principal estratégia usada por eles é a divisão entre nós para enfraquecer a luta. Então, precisamos fazer essa construção para fortalecer a unidade e nos somar a outras organizações sociais porque as lutas são diferentes, mas o objetivo é comum: de preservação ambiental, defesa das águas e da terra", concluiu.
O seminário contou com o apoio de Misereor, Ministério Federal de Cooperação Econômica e Desenvolvimento da Alemanha, Cáritas Alemanha, KNH, DKA Austria e Kindermissionswerk.
"Precisamos fazer essa construção para fortalecer a unidade e nos somar a outras organizações sociais porque as lutas são diferentes, mas o objetivo é comum"
Esta é uma atividade apoiada pelo Programa Global das Comunidades da Nossa América Latina, projeto desenvolvido pela Cáritas Brasileira (Regionais Nordeste de 3 e Norte 2) e Cáritas Colômbia com o apoio da Cáritas Alemanha.
O projeto é realizado a partir da participação e incidência política nas comunidades tradicionais em cada país e visa melhorar a implementação dos direitos à terra e ambientais, promover a participação política das comunidades rurais e disseminar abordagens inovadoras para a adaptação às mudanças climáticas nos territórios.
https://cimi.org.br/2025/09/seminario-crise-climatica-bom-jesus-da-lapa/
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