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Florestas em terras indígenas reduzem a propagação de doenças

12/09/2025

Fonte: EcoDebate - https://www.ecodebate.com.br/



Florestas em terras indígenas reduzem a propagação de doenças

Os direitos territoriais indígenas são essenciais para combater as mudanças climáticas, a perda de biodiversidade e a disseminação de doenças
O primeiro estudo do gênero, liderado pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), reuniu dados de 1.733 municípios que representam mais de 74% da Amazônia e concluiu que florestas em terras indígenas são uma profilaxia para a ameaça de doenças.

Uma nova pesquisa publicada no Communications Earth and Environment, um periódico do Nature Group, conclui que os municípios da região amazônica mais próximos de florestas saudáveis e terras indígenas enfrentam menos riscos de aumento de casos de duas categorias de doenças: doenças cardiovasculares e respiratórias devido a incêndios florestais e doenças disseminadas quando os humanos entram em contato mais próximo com animais e insetos.

As descobertas, divulgadas no início da temporada de incêndios florestais na região e antes das negociações climáticas (COP30) em Belém, Brasil, são o estudo mais recente de um crescente conjunto de evidências que mostram que os direitos territoriais indígenas são essenciais para combater as mudanças climáticas, a perda de biodiversidade e a disseminação de doenças que, no caso de incêndios florestais, criam riscos imediatos e generalizados à saúde.

"As florestas indígenas na Amazônia trazem benefícios à saúde de milhões de pessoas", disse Paula Prist, Coordenadora Sênior do Programa de Florestas e Pastagens da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). "Sabemos há muito tempo que a floresta tropical abriga plantas e animais medicinais que curaram inúmeras doenças. Este estudo oferece novas evidências de que as próprias florestas são um bálsamo para as ameaças aos pulmões e ao coração das pessoas, relacionadas a incêndios, doenças como Chagas, malária e febre maculosa. Garantir que as comunidades indígenas tenham direitos sólidos sobre suas terras é a melhor maneira de manter as florestas e seus benefícios à saúde intactos."

Pesquisadores examinaram 20 anos de dados sobre 27 problemas de saúde - 21 relacionados a incêndios e seis doenças zoonóticas (transmitidas de animais para pessoas) ou transmitidas por vetores (transmitidas de insetos para pessoas) - em oito países amazônicos: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Peru, Suriname, Venezuela e Guiana Francesa. O estudo "Indigenous Territories can safeguard human health depending on the landscape structure and legal status" (Territórios Indígenas Podem Proteger a Saúde Humana Dependendo da Estrutura da Paisagem e do Estatuto Legal) revelou que terras administradas por povos indígenas reduzem consistentemente a incidência de doenças.

"O estudo surge no momento em que a temporada de incêndios florestais chega aos países amazônicos", disse Ana Filipa Palmeirim, professora visitante da Universidade Federal do Pará e coautora do estudo. "Esses incêndios enchem o ar com uma fumaça densa e sufocante, levando multidões ao hospital por problemas respiratórios. Com a paralisação total da vida cotidiana, crianças e idosos precisam ficar em casa para evitar idas ao hospital. Mesmo quando os incêndios ocorrem em áreas florestais remotas, os ventos espalham a poluição por toda parte, criando emergências de saúde pública fatais."

Entre 2001 e 2019, quase 30 milhões de casos de doenças relacionadas a incêndios, zoonoses e transmitidas por vetores foram registrados na Floresta Amazônica.

As doenças estudadas incluem doença de Chagas, malária, hantavirose, leishmaniose visceral e cutânea e febre maculosa.
Estudos mostram que o desmatamento está diretamente ligado ao aumento dessas chamadas doenças tropicais negligenciadas, que não têm cura prontamente disponível. Em toda a região, o desmatamento está aumentando devido à expansão agressiva da agricultura, à exploração de petróleo e a grandes projetos de infraestrutura, como estradas e usinas hidrelétricas.

Incêndios florestais intencionais têm se tornado uma ameaça particularmente significativa para a região amazônica e seus habitantes. Muitos incêndios são iniciados por criminosos que desmatam florestas sem permissão e, em seguida, queimam a vegetação remanescente para dar lugar a pastagens ou plantações. Os impactos das mudanças climáticas - como altas temperaturas e diminuição das chuvas - aumentam a frequência e a intensidade dos incêndios florestais e da área queimada.

A exposição a esses incêndios leva ao aumento de sintomas respiratórios, doenças cardíacas, derrame, enfisema e câncer de pulmão, além de bronquite, asma, dor no peito e problemas pulmonares e cardíacos crônicos. Na Amazônia, a fumaça dos incêndios florestais está diretamente ligada ao aumento de hospitalizações por essas doenças. Somente na Amazônia brasileira, entre 2002 e 2011, os incêndios foram responsáveis, em média, por 2.906 mortes prematuras por doenças cardiopulmonares e câncer de pulmão.

O estudo se baseia em descobertas recentes de pesquisas que mostram que as florestas indígenas na Amazônia brasileira podem potencialmente prevenir cerca de 15 milhões de casos de infecções respiratórias e cardiovasculares a cada ano ao absorver poluentes emitidos por incêndios florestais.

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