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No Dia do Índio, tensão se estende de Brasília a Rondônia
20/04/2004
Fonte: JT, Política, p. A2
No Dia do Índio, tensão se estende de Brasília a Rondônia
O Dia do Índio foi comemorado ontem com protestos no Congresso e com pedido de deputados para que o presidente da Funai, Mércio Gomes Pereira, seja demitido, por conta dos conflitos em Rondônia. Um ato contra o governo ocorreu na Câmara, onde cerca de 70 índios de 28 etnias ocuparam e ameaçaram acampar no plenário em represália à demora do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em homologar reservas indígenas.
Depois de muita tensão e negociação com os deputados, os índios concordaram em deixar o plenário com a promessa de que o presidente Lula iria recebê-los. Uma comissão de deputados foi ao Palácio do Planalto tentar marcar a audiência com o presidente, mas foi o chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, quem prometeu que receberá os índios hoje.
"Não queremos mais ser homenageados, queremos que Lula diga, com clareza, de que forma vai tratar a política indigenista", disse o líder Jecinaldo Sateré-Mawé. "Ou o governo fica do nosso lado ou fica do lado dos políticos corruptos de Roraima", completou.
Garimpeiros dizem que há 99 desaparecidos
Em Rondônia, o clima segue tenso após a morte de pelo menos 29 garimpeiros dentro da reserva indígena Roosevelt, entre Cacoal e Pimenta Bueno. Ontem, a Polícia Federal conseguiu retirar 26 corpos do local - outros três já haviam sido resgatados na semana passada. O sindicato dos garimpeiros alega que mais 99 pessoas estão desaparecidas e 35 podem estar mortas.
A inteligência da PF, porém, revelou que vários índios cinta-larga estão fortemente armados dentro da reserva, onde existe a maior mina de diamantes do País, e estão preparados para enfrentar os mineradores que entrem na área.
O garimpeiro Márcio Antonio, de 34 anos, sobrevivente do ataque dos cinta-larga, disse que os índios chegaram atirando com fuzis, metralhadoras, escopetas e pistolas automáticas. Os garimpeiros correram para a mata.
"Antes que eu chegasse até a selva, vi colegas caindo. Quem morreu com tiro teve sorte. Os índios são cruéis com quem é capturado", afirmou Márcio.
Estrada bloqueada em Dourados
Em Mato Grosso do Sul, mais de cinco mil índios das etnias Guarani, Caiuá e Terena fizeram uma série de manifestações em Dourados, a 220 quilômetros de Campo Grande, bloquearam a rodovia MS-156 que liga a cidade a Itaporã, criando grande congestionamento, e quase agrediram um motorista que tentou furar o bloqueio; ele conseguiu fugir. Contando com a participação de líderes sem-terra, entre eles João Pedro Stédile, do MST, os índios reivindicam a demarcação de suas terras.
Os guarani-kaiowás fizeram ontem o que chamam de "Aty Guassu", em Amambaí (MS). Depois de cantarem e dançarem, discutiram a invasão de fazendas na região.
JT, 20/04/2004, Política, p. A2
O Dia do Índio foi comemorado ontem com protestos no Congresso e com pedido de deputados para que o presidente da Funai, Mércio Gomes Pereira, seja demitido, por conta dos conflitos em Rondônia. Um ato contra o governo ocorreu na Câmara, onde cerca de 70 índios de 28 etnias ocuparam e ameaçaram acampar no plenário em represália à demora do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em homologar reservas indígenas.
Depois de muita tensão e negociação com os deputados, os índios concordaram em deixar o plenário com a promessa de que o presidente Lula iria recebê-los. Uma comissão de deputados foi ao Palácio do Planalto tentar marcar a audiência com o presidente, mas foi o chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, quem prometeu que receberá os índios hoje.
"Não queremos mais ser homenageados, queremos que Lula diga, com clareza, de que forma vai tratar a política indigenista", disse o líder Jecinaldo Sateré-Mawé. "Ou o governo fica do nosso lado ou fica do lado dos políticos corruptos de Roraima", completou.
Garimpeiros dizem que há 99 desaparecidos
Em Rondônia, o clima segue tenso após a morte de pelo menos 29 garimpeiros dentro da reserva indígena Roosevelt, entre Cacoal e Pimenta Bueno. Ontem, a Polícia Federal conseguiu retirar 26 corpos do local - outros três já haviam sido resgatados na semana passada. O sindicato dos garimpeiros alega que mais 99 pessoas estão desaparecidas e 35 podem estar mortas.
A inteligência da PF, porém, revelou que vários índios cinta-larga estão fortemente armados dentro da reserva, onde existe a maior mina de diamantes do País, e estão preparados para enfrentar os mineradores que entrem na área.
O garimpeiro Márcio Antonio, de 34 anos, sobrevivente do ataque dos cinta-larga, disse que os índios chegaram atirando com fuzis, metralhadoras, escopetas e pistolas automáticas. Os garimpeiros correram para a mata.
"Antes que eu chegasse até a selva, vi colegas caindo. Quem morreu com tiro teve sorte. Os índios são cruéis com quem é capturado", afirmou Márcio.
Estrada bloqueada em Dourados
Em Mato Grosso do Sul, mais de cinco mil índios das etnias Guarani, Caiuá e Terena fizeram uma série de manifestações em Dourados, a 220 quilômetros de Campo Grande, bloquearam a rodovia MS-156 que liga a cidade a Itaporã, criando grande congestionamento, e quase agrediram um motorista que tentou furar o bloqueio; ele conseguiu fugir. Contando com a participação de líderes sem-terra, entre eles João Pedro Stédile, do MST, os índios reivindicam a demarcação de suas terras.
Os guarani-kaiowás fizeram ontem o que chamam de "Aty Guassu", em Amambaí (MS). Depois de cantarem e dançarem, discutiram a invasão de fazendas na região.
JT, 20/04/2004, Política, p. A2
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