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Especulação imobiliária quer tirar últimas populações indígenas do DF

26/01/2008

Fonte: CMI Brasil



O Governo do Distrito Federal, na voz de José Roberto Arruda (o Arruda, do painel eletrônico da Câmara) e de seu vice Paulo Octávio, pretendem despejar a comunidade indígena Santuário Sagrado dos Pajés para a construção do chamado Setor Noroeste, um bairro voltado para a classe alta. Toda a região do DF tradicionalmente era ponto de trânsito e encontro de diversas etnias, como os Guajajara, Pataxó, Guarani, Tupinambá, Krahô, Mapuche. Atualmente no local vivem representantes das etnias Fulni-ô, Kariri-Xocó, Korubo, Guajajara, Pankararu e Tuxá, estabelecendo uma conexão espiritual com a terra que é imensurável. Além disso, na localidade está localizada a última mata nativa preservada de Brasília.

Toda esta riqueza cultural está ameaçada. A especulação imobiliária do Distrito Federal hoje fala pela voz dos governador e seu vice, José Roberto Arruda e Paulo Octávio respectivamente. Nestes dois anos de governo fizeram inúmeras derrubadas nas localidades mais humildes da capital e favorecem como podem o mercado imobiliário que fazem parte. Paulo Octávio, é dono de uma das maiores construtoras da cidade a "Paulooctávio", que infla a cidade com outdoors com marketing ambiental barato. O dois jornais de maiores circulação em Brasília, o Correio Braziliense e o Jornal de Brasília (vinculado a Paulo Octávio), fazem suas matérias semanais sobre a construção do setor noroeste utilizando somente fontes aliadas da especulação imobiliária e descriminam como podem os indígenas. A reboque, Globo, SBT e Record repetem suas palavras.

Segundo o governador Arruda: "há quem ache que não deveríamos construir o Setor Noroeste para continuarem morando os índios. Óbvio que esta não é a minha opinião". O bairro é destinado a classe alta do país e o metro quadrado pode custar no início 6 mil reais. Serão mais de 100 mil pessoas, 200 mil carros a mais e umas selva de pedras que prejudicará mais ainda Brasília na época tão sofrida da seca. Não há motivos para sua construção pois, segundo o IBGE há mais de 53 mil imóveis não ocupados por opção dos próprios moradores dado que comprova a forte especulação imobiliária da capital.

Editoriais anteriores: Governo Arruda desaloja 300 famílias na Estrutural | Santuário Indígena ameaçado pela especulação imobiliária de Brasília
 

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