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CASO DANILO - Índios Mura protestam contra prisão

29/08/2008

Autor: Nonato Souza

Fonte: Folha de Boa Vista - www.folhabv.com.br




Pelo menos 16 índios da etnia Mura, originários do Estado do Amazonas, chegaram ontem a Boa Vista. Com os corpos pintados de preto em sinal de guerra, os índios seguiram direto para o plantão do 1º Distrito, onde desde o dia 19 se encontra preso temporariamente, por determinação da Justiça, o pedreiro Jonas Reis de Castro, considerado um dos principais suspeitos de ter matado o gerente da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), Danilo Aguiar de Sá, 60 anos.

Jonas também é índio Mura e, conforme os demais parentes, ele está sendo vítima de uma infeliz coincidência. Entre os índios que chegaram ontem estava a mãe dele, de 65 anos, Maria Neuza de Castro, além de irmãos, primos, sobrinhos e amigos, que afirmaram ter convicção de que o pedreiro foi preso injustamente. Eles exigem a libertação do parente e informaram que enquanto Jonas não for solto irão manter vigília na frente do distrito.

A irmã de Jonas, Maria Lúcia, com quem ele mora aqui em Boa Vista, informou que os dois vieram para Roraima com o objetivo de estudar, porém com essa situação ambos já estão pretendendo voltar para sua cidade de origem, Rio Preto da Eva, no Amazonas. Ela contestou alguns dos pontos apontados pela polícia que ensejaram na prisão do irmão. Por exemplo, o fato de testemunhas terem informado que Jonas estaria bebendo horas antes de a vítima ser assassinada. Ela afirmou que o irmão não bebe há vários meses.

Também afirmou que nessa mesma noite Jonas estava na companhia dela e outros familiares, inclusive a mãe deles, que tinha vindo a Boa Vista visitá-los. "No sábado à noite que antecedeu a morte dessa pessoa, nós estávamos todos juntos na Praça das Águas e não tinha como meu irmão estar na lanchonete bebendo, como foi informado pela polícia", defendeu.

Outro ponto esclarecido pela familiar foi o fato de Jonas ter viajado para Manaus na segunda-feira seguinte ao assassinato do gerente da Conab. Além dele, outros familiares também viajaram naquele dia pelo fato de o pai deles ter adoecido e estava internado. "Ele achava que o pai iria morrer e pediu para ver todos nós", disse acrescentando que a viagem de Jonas não passou de uma coincidência infeliz com o caso do gerente.

Os parentes do pedreiro preso esperam que ele seja solto ainda esta semana e informaram que, além de já ter uma advogada cuidando do caso, acionaram a Funai (Fundação Nacional do Índio) para que interceda em seu favor. Ontem todos os índios puderam visitar Jonas devidamente autorizados pela delegada Cândida Magalhães.

A delegada disse que a manifestação dos familiares em favor do suspeito é um direito deles e explicou que a prisão de Jonas foi feita de maneira legal. Informou que, além das evidências apontando para ele, o fato de o mesmo não ter sido encontrado na época fez com que a Justiça aceitasse o pedido de prisão temporária de 30 dias por se tratar de um crime considerado hediondo.
 

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