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PF ainda está atrás de garimpeiros

24/01/2009

Autor: ANDREZZA TRAJANO

Fonte: Jornal Folha de Boa Vista





Agentes da Polícia Federal continuam na terra indígena Yanomami em busca dos cinco garimpeiros acusados de matar um índio Yekuana e deixar outro ferido. O crime ocorreu na quarta-feira, após os indígenas se negaram a levá-los de canoa pelo rio Uraricoera até a comunidade Uaicás, no coração da reserva.
O grupo de garimpeiros matou a tiros o tuxaua da comunidade de São Luiz do Arame, em Alto Alegre, o índio Yekuana Luiz Vicente Carton e feriu também à bala o filho dele, Ronildo Luiz Carton. Assim que tomou conhecimento dos fatos, a Polícia Federal enviou agentes à região em busca dos garimpeiros.
Até as 18h de ontem, os garimpeiros ainda não tinham sido encontrados pelos policiais. A região é de difícil acesso. Para chegar lá só é possível de barco subindo o rio Uraricoera ou de avião. De barco, a viagem dura dias e é considerada muito perigosa. Há quedas d’águas e inúmeras cachoeiras. Apenas os Yekuana sabem navegar pela região com segurança.
O CASO - Segundo depoimento do filho e irmão das vítimas na PF, o índio Yekuana Ronaldo Luiz Carton, os garimpeiros identificados por Daniel, “Acelerado” e outros três desconhecidos são os responsáveis pelos crimes.
Ronaldo contou que o tuxaua de Uaicás, identificado apenas por Eduardo, teria informado ao pai dele que não queria a presença de garimpeiros em sua comunidade. Por esse motivo, Vicente teria se negado a fazer a travessia e foi morto com um tiro de espingarda calibre 20 na cabeça.
Em seguida, Ronildo foi acertado com um tiro também de calibre 20, só que no ombro. Os tiros foram disparados por “Acelerado” a mando de Daniel. Daniel ainda atirou em Ronildo com um rifle calibre 22, mas errou.
Depois do tiroteio, o corpo do líder indígena foi colocado em uma canoa e os garimpeiros obrigaram Ronildo, ferido, a pilotar a embarcação até acima da Cachoeira do Tucano, pelo rio Uraricoera.
“Como ele [Ronildo] já estava ferido e sabia que ia morrer, se jogou dentro do rio com um galão vazio. Ele se escondeu na mata após sair do rio e viu que os garimpeiros fizeram meia-volta e começaram a descer o rio”, disse Ronaldo no depoimento, explicando como o irmão dele se salvou. Ronildo foi andando até a sua comunidade onde foi socorrido.
Ronaldo ainda acrescentou nas declarações que seu irmão ouviu Daniel comentar que voltaria a Arame para buscar um trator e outros materiais de garimpo. “O rio Uraricoera é muito perigoso e apenas os Yekuana sabem navegar naquela região, por isso os garimpeiros queriam forçá-los a pilotar o barco para eles. Os garimpeiros são perigosos e estão armados com espingardas e rifles”, frisou Ronaldo no depoimento.
FUNAI – Segundo o administrador substituto da Fundação Nacional do Índio (Funai), Petrônio Laranjeira, a presidência do órgão já foi comunicada em Brasília e aguarda as investigações da Polícia Federal.
Laranjeira disse que o índio que foi ferido, Ronildo Carton, o irmão dele Ronaldo e outro indígena estão acompanhando os policiais na incursão em busca dos garimpeiros na reserva indígena.
 

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