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Restauração ecológica e redes de sementes ganham destaque em mesa sobre sociobioeconomia na COP30
12/11/2025
Fonte: Redário - https://www.redario.org.br/noticias/restauracao-ecologica-e-redes-de-sementes-ganham-desta
Restauração ecológica e redes de sementes ganham destaque em mesa sobre sociobioeconomia na COP30
Conclusão do evento que reuniu diversos setores é que a sociobioeconomia é uma das vias mais promissoras para enfrentar os desafios ambientais e sociais da Amazônia
Data da publicação: 12/11/2025
Reconhecer e fortalecer modelos produtivos que conciliem conservação ambiental, geração de renda e bem viver coletivo foi o foco da mesa "Economias para o Desenvolvimento Sustentável: Sociobioeconomia", realizada nesta terça-feira (11), durante o evento "Economias Sustentáveis: Inovação e Governança para a Amazônia", no Pavilhão da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica - OTCA (Zona Azul), durante a COP30, em Belém (PA).
Embora a sociobioeconomia ainda seja um campo em consolidação, é uma das vias mais promissoras para enfrentar os desafios ambientais e sociais da Amazônia. Como sintetizou uma das falas da mesa, "el trabajo es el camino", o trabalho coletivo é o caminho para construir economias mais justas, sustentáveis e enraizadas nos territórios.
Representando o Redário de Redes de Sementes, Rodrigo Junqueira, secretário-executivo do Instituto Socioambiental (ISA), apresentou a experiência das redes de sementes nativas como um exemplo concreto de sociobioeconomia que alia restauração ecológica, geração de renda e valorização de saberes locais.
Rodrigo Junqueira, do ISA, explicou como as redes de coletores
vem transformando paisagens e fortalecendo suas comunidades
📷Lia Domingues / ARSX
Durante sua fala, Junqueira, mostrou o mapa das áreas degradadas no Brasil e explicou como as redes de coletores vêm atuando para transformar paisagens e fortalecer comunidades por meio da coleta, beneficiamento e comercialização de sementes nativas.
Rodrigo também apresentou a estrutura de governança colaborativa do Redário, seus eixos temáticos de trabalho e a metodologia de semeadura direta, popularmente conhecida como muvuca, tecnologia social que vem se consolidando como uma das principais estratégias de restauração ecológica no país.
O debate reuniu representantes de iniciativas comunitárias, organizações da sociedade civil e redes regionais que vêm construindo alternativas econômicas sustentáveis e inclusivas para os territórios amazônicos.
DIVERSIDADE E POTENCIAL - Abrindo a mesa, Joana Oliveira, do World Resource Institute - WRI Brasil - e da Rede Panamazônica pela Bioeconomia, destacou que a socioeconomia deve ser compreendida como um setor de alto potencial, conectado a princípios de sustentabilidade e valorização do conhecimento local.
Segundo Joana Oliveira, há uma ampla diversidade de modelos e experiências que compõem esse universo. "A bioeconomia não é uma só. São muitos modelos distintos, conectados por valores comuns e maneiras próprias de produzir", afirmou.
Joana explicou que a Rede Panamazônica tem se dedicado a quantificar o peso desse setor no PIB e fortalecer o protagonismo das iniciativas comunitárias na região. "No Brasil, apenas 13 cadeias produtivas foram mapeadas até agora, e mesmo assim já movimentam mais de 12 bilhões de dólares. Isso mostra o potencial real da bioeconomia amazônica", destacou.
Na sequência, Maria José Andrade Cerda, representante da Confederação de Nacionalidades Indígenas da Amazônia Equatoriana (CONFENIAE), apresentou o modelo de governança sustentável e comunitária desenvolvido por povos indígenas no Equador.
Ela explicou que o país enfrenta fortes pressões da mineração, do petróleo e de hidrelétricas, mas que as comunidades têm respondido com criatividade e autonomia, fortalecendo economias locais baseadas em chácaras familiares (sistemas agroalimentares). "Mapeamos mais de 80 empreendimentos indígenas e criamos modelos de apoio para que eles possam prosperar", contou.
Um dos principais desafios, segundo Maria José, é romper com a lógica de produção voltada apenas para o mercado externo. "Hoje, quase todo o açaí produzido vai para os Estados Unidos. Não estamos mudando a matriz, apenas o produto. É preciso mudar o modelo, produzir primeiro para nossas necessidades e só depois exportar", completou.
Maria José reforçou que a governança dos povos indígenas é condição essencial para o sucesso de qualquer política de desenvolvimento sustentável na Amazônia. "Sem a governança dos povos, não iremos conseguir nada", concluiu.
Coletivo Tem Muvuca na COP!?
Por: Lia Domingues / ARSX, Maria Antonia Perdigão / RSC
Edição: Andréa Ono / ISA
REDÁRIO
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Conclusão do evento que reuniu diversos setores é que a sociobioeconomia é uma das vias mais promissoras para enfrentar os desafios ambientais e sociais da Amazônia
Data da publicação: 12/11/2025
Reconhecer e fortalecer modelos produtivos que conciliem conservação ambiental, geração de renda e bem viver coletivo foi o foco da mesa "Economias para o Desenvolvimento Sustentável: Sociobioeconomia", realizada nesta terça-feira (11), durante o evento "Economias Sustentáveis: Inovação e Governança para a Amazônia", no Pavilhão da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica - OTCA (Zona Azul), durante a COP30, em Belém (PA).
Embora a sociobioeconomia ainda seja um campo em consolidação, é uma das vias mais promissoras para enfrentar os desafios ambientais e sociais da Amazônia. Como sintetizou uma das falas da mesa, "el trabajo es el camino", o trabalho coletivo é o caminho para construir economias mais justas, sustentáveis e enraizadas nos territórios.
Representando o Redário de Redes de Sementes, Rodrigo Junqueira, secretário-executivo do Instituto Socioambiental (ISA), apresentou a experiência das redes de sementes nativas como um exemplo concreto de sociobioeconomia que alia restauração ecológica, geração de renda e valorização de saberes locais.
Rodrigo Junqueira, do ISA, explicou como as redes de coletores
vem transformando paisagens e fortalecendo suas comunidades
📷Lia Domingues / ARSX
Durante sua fala, Junqueira, mostrou o mapa das áreas degradadas no Brasil e explicou como as redes de coletores vêm atuando para transformar paisagens e fortalecer comunidades por meio da coleta, beneficiamento e comercialização de sementes nativas.
Rodrigo também apresentou a estrutura de governança colaborativa do Redário, seus eixos temáticos de trabalho e a metodologia de semeadura direta, popularmente conhecida como muvuca, tecnologia social que vem se consolidando como uma das principais estratégias de restauração ecológica no país.
O debate reuniu representantes de iniciativas comunitárias, organizações da sociedade civil e redes regionais que vêm construindo alternativas econômicas sustentáveis e inclusivas para os territórios amazônicos.
DIVERSIDADE E POTENCIAL - Abrindo a mesa, Joana Oliveira, do World Resource Institute - WRI Brasil - e da Rede Panamazônica pela Bioeconomia, destacou que a socioeconomia deve ser compreendida como um setor de alto potencial, conectado a princípios de sustentabilidade e valorização do conhecimento local.
Segundo Joana Oliveira, há uma ampla diversidade de modelos e experiências que compõem esse universo. "A bioeconomia não é uma só. São muitos modelos distintos, conectados por valores comuns e maneiras próprias de produzir", afirmou.
Joana explicou que a Rede Panamazônica tem se dedicado a quantificar o peso desse setor no PIB e fortalecer o protagonismo das iniciativas comunitárias na região. "No Brasil, apenas 13 cadeias produtivas foram mapeadas até agora, e mesmo assim já movimentam mais de 12 bilhões de dólares. Isso mostra o potencial real da bioeconomia amazônica", destacou.
Na sequência, Maria José Andrade Cerda, representante da Confederação de Nacionalidades Indígenas da Amazônia Equatoriana (CONFENIAE), apresentou o modelo de governança sustentável e comunitária desenvolvido por povos indígenas no Equador.
Ela explicou que o país enfrenta fortes pressões da mineração, do petróleo e de hidrelétricas, mas que as comunidades têm respondido com criatividade e autonomia, fortalecendo economias locais baseadas em chácaras familiares (sistemas agroalimentares). "Mapeamos mais de 80 empreendimentos indígenas e criamos modelos de apoio para que eles possam prosperar", contou.
Um dos principais desafios, segundo Maria José, é romper com a lógica de produção voltada apenas para o mercado externo. "Hoje, quase todo o açaí produzido vai para os Estados Unidos. Não estamos mudando a matriz, apenas o produto. É preciso mudar o modelo, produzir primeiro para nossas necessidades e só depois exportar", completou.
Maria José reforçou que a governança dos povos indígenas é condição essencial para o sucesso de qualquer política de desenvolvimento sustentável na Amazônia. "Sem a governança dos povos, não iremos conseguir nada", concluiu.
Coletivo Tem Muvuca na COP!?
Por: Lia Domingues / ARSX, Maria Antonia Perdigão / RSC
Edição: Andréa Ono / ISA
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