De Pueblos Indígenas en Brasil
Noticias
Proteger os índios
10/08/2020
Fonte: FSP, Editoriais, p. A2
Proteger os índios
Governo concorda, e STF aprova medidas para conter vírus; falta tirar invasores
Dada a política anti-indigenista praticada pelo governo Jair Bolsonaro, não causa surpresa a inação federal no que tange à proteção das populações originárias contra a pandemia de Covid-19.
A infecção viral se alastra rapidamente pelos territórios, já tendo afetado cerca de 150 povos e vitimado lideranças destacadas, como o cacique Aritana Yaualapiti, referência no Alto Xingu.
No embate de números, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, conta, até agora, 652 óbitos. Já os dados da Secretaria Especial de Saúde Indígena, do Ministério da Saúde, apontam para 311 mortes. A discrepância ocorre porque o órgão oficial não contabiliza indígenas fora de terras homologadas.
Diante da calamidade em curso, a decisão do Supremo Tribunal Federal de referendar de forma unânime a liminar expedida pelo ministro Luís Roberto Barroso no início de julho constitui passo importante para conter o contágio e a mortalidade entre os índios.
Em sua deliberação, o magistrado estabeleceu medidas para salvaguardar a integridade de povos isolados ou de contato recente, bem como dos indígenas em geral, além de garantir a participação destes na elaboração de tais políticas, como determinam a Constituição e a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho.
Com relação aos primeiros, ordenou-se, por exemplo, a criação de barreiras sanitárias nas terras em que residem. Prescreveu-se, ademais, a extensão dos serviços do Subsistema Indígena de Saúde para todos os índios, independentemente de onde vivam.
Ainda que não se deva considerar normal que o Judiciário tome providências que caberiam ao Executivo, o próprio governo se mostrou favorável à manutenção da liminar.
O ponto mais sensível do julgamento tratou da retirada dos milhares de invasores que hoje se acumulam em terras indígenas, chaga que, se não é nova, causa mais preocupação agora devido à animosidade governamental contra a integridade desses territórios.
A maioria dos ministros do Supremo defendeu que o governo elabore um plano de saída, mas não fixou prazo para que as ações ocorram, diante do tamanho e da dificuldade da empreitada.
Por árdua que seja a tarefa, não se pode tratar de modo condescendente essa prática criminosa. Tais invasões constituem violação flagrante do texto constitucional e precisam ser enfrentadas desde já.
FSP, 10/08/2020, Editoriais, p. A2
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2020/08/proteger-os-indios.shtml
Governo concorda, e STF aprova medidas para conter vírus; falta tirar invasores
Dada a política anti-indigenista praticada pelo governo Jair Bolsonaro, não causa surpresa a inação federal no que tange à proteção das populações originárias contra a pandemia de Covid-19.
A infecção viral se alastra rapidamente pelos territórios, já tendo afetado cerca de 150 povos e vitimado lideranças destacadas, como o cacique Aritana Yaualapiti, referência no Alto Xingu.
No embate de números, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, conta, até agora, 652 óbitos. Já os dados da Secretaria Especial de Saúde Indígena, do Ministério da Saúde, apontam para 311 mortes. A discrepância ocorre porque o órgão oficial não contabiliza indígenas fora de terras homologadas.
Diante da calamidade em curso, a decisão do Supremo Tribunal Federal de referendar de forma unânime a liminar expedida pelo ministro Luís Roberto Barroso no início de julho constitui passo importante para conter o contágio e a mortalidade entre os índios.
Em sua deliberação, o magistrado estabeleceu medidas para salvaguardar a integridade de povos isolados ou de contato recente, bem como dos indígenas em geral, além de garantir a participação destes na elaboração de tais políticas, como determinam a Constituição e a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho.
Com relação aos primeiros, ordenou-se, por exemplo, a criação de barreiras sanitárias nas terras em que residem. Prescreveu-se, ademais, a extensão dos serviços do Subsistema Indígena de Saúde para todos os índios, independentemente de onde vivam.
Ainda que não se deva considerar normal que o Judiciário tome providências que caberiam ao Executivo, o próprio governo se mostrou favorável à manutenção da liminar.
O ponto mais sensível do julgamento tratou da retirada dos milhares de invasores que hoje se acumulam em terras indígenas, chaga que, se não é nova, causa mais preocupação agora devido à animosidade governamental contra a integridade desses territórios.
A maioria dos ministros do Supremo defendeu que o governo elabore um plano de saída, mas não fixou prazo para que as ações ocorram, diante do tamanho e da dificuldade da empreitada.
Por árdua que seja a tarefa, não se pode tratar de modo condescendente essa prática criminosa. Tais invasões constituem violação flagrante do texto constitucional e precisam ser enfrentadas desde já.
FSP, 10/08/2020, Editoriais, p. A2
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2020/08/proteger-os-indios.shtml
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