De Povos Indígenas no Brasil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.

Notícias

Comunidades se mobilizam para manter língua indígena no currículo escolar

26/04/2013

Fonte: D24 - http://www.d24am.com



A promoção e valorização da cultura, língua e dos conhecimentos tradicionais estão entre os objetivos da câmara técnica "Promoção dos Povos Indígenas do Amazonas".


Manaus - Comunidades começam a se mobilizar para fazer com que as línguas indígenas sejam incluídas no currículo escolar dos municípios. O objetivo é valorizar o patrimônio cultural e fortalecer as próprias organizações e comunidades indígenas, em concordância com a legislação de educação em vigor.

Nesse sentido, a Associação das Mulheres Indígenas Sateré-Mawé (Amism) trouxe a Manaus o professor indígena multidisciplinar Mateus de Oliveira Moi, 41, que leciona há 19 anos e atua no movimento de revitalização da língua e práticas culturais do povo Sateré-Mawé na região do rio Marau, em Maués (a 267 quilômetros da capital amazonense), há nove anos.

Acompanhado da coordenadora da Amism, Sônia Vilacio Sateré, Mateus esteve nesta sexta-feira (26) na Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind) para reforçar o apoio e segue neste sábado para o município de Manaquiri (a 65 quilômetros de Manaus), onde irá compartilhar a experiência.

A promoção e valorização da cultura, língua e dos conhecimentos tradicionais estão entre os objetivos da câmara técnica "Promoção dos Povos Indígenas do Amazonas", do Comitê de Atuação Integrada entre o Governo do Amazonas e a Fundação Nacional do Índio (Funai).

Para o professor, o intercâmbio vai ajudar as comunidades a lutar para manter viva a cultura indígena. "Atualmente nossos jovens estão esquecendo a língua, o artesanato, as danças, costumes e cultura em geral. Nossa ida lá é uma forma de lutar contra isso", resumiu Mateus. "A própria comunidade em Manaquiri solicitou um professor indígena e nós fizemos o contato, portanto ele segue sábado para a aldeia Warana, que fica uns 20 minutos de carro da sede", informou Sônia Vilacio.


Livro

No Amazonas, a língua Sateré-Mawé já é trabalhada em escolas de aldeias de Maués, Barreirinha e Parintins. Um dos frutos desse trabalho é o livro Gramática Sateré Mawé, que foi publicado em 2005 com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).

Produzido por 12 professores e 12 colaboradores sateré-mawé, dos rios Andirá (Barreirinha) e Marau (Maués), o livro é resultado do projeto de pesquisa-ação "Elaboração de uma Gramática Pedagógica Sateré-Mawé", desenvolvida e coordenada por Dulce do Carmo Franceschini, que é pesquisadora e professora da Ufam.

Os dois principais capítulos tratam da questão ortográfica e das classes de palavras.

O objetivo da gramática é oferecer a valorização e o fortalecimento da língua Sateré-Mawé, principalmente no contexto escolar, servindo de apoio ao professor de língua materna. O livro pode ser adquirido no na sede da Organização dos Professores Indígenas do Andirá (Opism).



http://www.d24am.com/amazonia/povos/comunidades-se-mobilizam-para-manter-lingua-indigena-no-curriculo-escolar/85270
 

As notícias publicadas no site Povos Indígenas no Brasil são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos .Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.