De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
Indígenas venezuelanos pedem esmola
27/05/2014
Autor: Isaque Santiago
Fonte: Folha BV- http://www.folhabv.com.br
Há cerca de uma semana, quem passa pelo semáforo da avenida Ataíde Teive, no cruzamento com a avenida dos Imigrantes, no bairro Caimbé, zona Oeste, pode ver duas senhoras e duas crianças indígenas pedindo esmolas aos condutores de veículos e pedestres que transitam no local.
Os indígenas, da etnia Yanomami, oriundos da Venezuela não falam português e comunicam-se em espanhol, o que torna difícil qualquer diálogo com eles. Comerciantes da Feira do Passarão, que fica na localidade, afirmam que os indígenas passam o dia pedindo esmola no local.
"Não são só esses que você vê aqui no semáforo. Eles revezam. As mulheres e crianças ficam aqui no sinal pedindo esmola e os homens ficam logo ali no Terminal do Caimbé, só aguardando-as juntarem uma quantia boa. Eles pegam o dinheiro e mandam-nas pedir mais", ressaltou o comerciante Rochielio Rodrigues.
Ele chamou a atenção para o tratamento dado às crianças. "O que essas mulheres fazem é desumano! Colocam essas crianças para pedir dinheiro. Muitas pessoas se comovem e acabam dando. Eles não fazem outra coisa a não ser pedir esmola. Eles deveriam estar estudando e se alimentando direito. A única coisa que eles comem é manga", relatou o comerciante.
As crianças continuavam a pedir esmolas no local, sem nenhum problema, apesar de a poucos metros, no Terminal João Firmino Neto, mais conhecido como Terminal do Caimbé, funcionar uma unidade do Conselho Tutelar, órgão encarregado de garantir o cumprimento dos direitos da criança e do adolescente.
O artigo 403 da Lei 10.097, de 19 de dezembro de 2000, proíbe qualquer trabalho a menores de 16 anos de idade, salvo na condição de aprendiz, a partir dos 14 anos. O artigo 7 ainda diz que a criança e o adolescente têm direito à proteção, à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam "o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência".
O conselheiro tutelar Aldecimario de Oliveira Barros, que trabalha na unidade do terminal, informou que o Conselho já havia tomado as devidas providências. "Recebemos a informação de que crianças indígenas estavam pedindo esmola na Feira do Passarão. Entramos em contato com a Fundação Nacional do Índio [Funai], que nos informou que seria providenciado um micro-ônibus para encaminhar estes indígenas até Pacaraima", disse.
"Quando vi as crianças no sinal, tentei dialogar com a senhora que estava com eles. Disse que trabalho infantil é proibido. Como não consegui, encontrei alguém na Feira do Passarão que a entendia e lhe informou", disse o conselheiro.
Um indígena, que devido ao fraco vocabulário em português não conseguiu se identificar, afirma que está no Brasil porque não há trabalho na Venezuela. "Estamos aqui engraxando sapatos e pedindo esmolas, pois no nosso país não há emprego", afirmou.
Sem um local para dormir, o grupo de 23 indígenas, composto por mulheres, homens e crianças, passam a noite na Feira do Passarão e nas calçadas do Terminal do Caimbé, debaixo da unidade do Conselho Tutelar.
http://www.folhabv.com.br/Noticia_Impressa.php?id=168213
Os indígenas, da etnia Yanomami, oriundos da Venezuela não falam português e comunicam-se em espanhol, o que torna difícil qualquer diálogo com eles. Comerciantes da Feira do Passarão, que fica na localidade, afirmam que os indígenas passam o dia pedindo esmola no local.
"Não são só esses que você vê aqui no semáforo. Eles revezam. As mulheres e crianças ficam aqui no sinal pedindo esmola e os homens ficam logo ali no Terminal do Caimbé, só aguardando-as juntarem uma quantia boa. Eles pegam o dinheiro e mandam-nas pedir mais", ressaltou o comerciante Rochielio Rodrigues.
Ele chamou a atenção para o tratamento dado às crianças. "O que essas mulheres fazem é desumano! Colocam essas crianças para pedir dinheiro. Muitas pessoas se comovem e acabam dando. Eles não fazem outra coisa a não ser pedir esmola. Eles deveriam estar estudando e se alimentando direito. A única coisa que eles comem é manga", relatou o comerciante.
As crianças continuavam a pedir esmolas no local, sem nenhum problema, apesar de a poucos metros, no Terminal João Firmino Neto, mais conhecido como Terminal do Caimbé, funcionar uma unidade do Conselho Tutelar, órgão encarregado de garantir o cumprimento dos direitos da criança e do adolescente.
O artigo 403 da Lei 10.097, de 19 de dezembro de 2000, proíbe qualquer trabalho a menores de 16 anos de idade, salvo na condição de aprendiz, a partir dos 14 anos. O artigo 7 ainda diz que a criança e o adolescente têm direito à proteção, à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam "o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência".
O conselheiro tutelar Aldecimario de Oliveira Barros, que trabalha na unidade do terminal, informou que o Conselho já havia tomado as devidas providências. "Recebemos a informação de que crianças indígenas estavam pedindo esmola na Feira do Passarão. Entramos em contato com a Fundação Nacional do Índio [Funai], que nos informou que seria providenciado um micro-ônibus para encaminhar estes indígenas até Pacaraima", disse.
"Quando vi as crianças no sinal, tentei dialogar com a senhora que estava com eles. Disse que trabalho infantil é proibido. Como não consegui, encontrei alguém na Feira do Passarão que a entendia e lhe informou", disse o conselheiro.
Um indígena, que devido ao fraco vocabulário em português não conseguiu se identificar, afirma que está no Brasil porque não há trabalho na Venezuela. "Estamos aqui engraxando sapatos e pedindo esmolas, pois no nosso país não há emprego", afirmou.
Sem um local para dormir, o grupo de 23 indígenas, composto por mulheres, homens e crianças, passam a noite na Feira do Passarão e nas calçadas do Terminal do Caimbé, debaixo da unidade do Conselho Tutelar.
http://www.folhabv.com.br/Noticia_Impressa.php?id=168213
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