De Povos Indígenas no Brasil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.

Notícias

Índias coletam sementes nativas para reflorestamento no Espirito Santo

13/03/2015

Autor: Ubervalter Coimbra

Fonte: Século Diário - http://www.seculodiario.com



Toda a biodiversidade de aproximadamente 50 mil hectares da mata atlântica no Espírito Santo foi destruída quando a Aracruz Celulose (Fibria) derrubou a mata nativa para implantar seus eucaliptais. Agora, como se arrependida por tamanha agressão à natureza, a empresa tomou a iniciativa de capacitar mulheres indígenas para coletar sementes nativas.

Segundo informa o governo do Estado, o projeto é "iniciativa" da Aracruz Celulose (Fibria). Tem como parceiro a Kambôas Socioambiental e apoio do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e Secretaria Municipal de Agricultura de Aracruz. Os índios desenvolvem o que foi chamado de Plano de Sustentabilidade Tupinikim e Guarani no Estado.

Os primeiros plantios de eucalipto da Aracruz Celulose começaram em novembro de 1967. Nesta ocasião, a empresa já havia grilado terras dos quilombolas, pequenos produtores rurais e dos índios.

Dos quilombolas, a empresa tomou, seja comprando por preços vis a partir de sedução com promessa de empregos e bons salários, ou pela força, 50 mil hectares. Dos índios, a empresa usurpou 40 mil hectares dos quais, após décadas de luta, os índios conseguiram retomar 18.027 hectares.

No seu processo de implantação, a Aracruz Celulose usou correntões puxados lateralmente por dois tratores de grande porte, para destruir toda a mata atlântica. Nada da fauna conseguia sobreviver depois da destruição da vegetação.

Os plantios de eucalipto formaram o Deserto Verde. Não há mais água, tampouco o solo consegue oferecer os nutrientes que as plantas precisam.

Agora, com seu projeto de recuperação de sementes nativas, a Aracruz Celulose anuncia a formação de 89 coletores de sementes. Pouco conseguem: só sementes de saboneteira (girica), cocoa naiá e imbuí, boleira, geri, feijão de porco, algodão,mulungu, e umas poucas outras.

Depois de primeiro negar a existência dos índios, e depois destruir sua cultura, agora a Aracruz Celulose também se diz preocupada com a recuperação das sementes crioulas. O governo informa que o milho Fortaleza está sendo cultivado como parte deste processo.

http://www.seculodiario.com/21673/10/indias-coletam-sementes-nativas-para-reflorestamento-no-espirito-santo-1
 

As notícias publicadas no site Povos Indígenas no Brasil são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos .Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.