De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
Guardiã da cultura indígena
02/06/2016
Fonte: Diário do Nordeste - http://diariodonordeste.verdesmares.com.br
Maria de Lourdes Alves, a Cacique Pequena, sabe que é preciso ter certa força para assumir-se índio. Da tristeza de ver memória e cultura se perder ao longo do tempo, ela tomou pra si a responsabilidade de defender seu povo e sua história na Aldeia Lagoa Encantada, em Aquiraz. Quando o antigo cacique do povo Jenipapo Kanindé morreu, ela ainda relutou para assumir o posto. "Eu disse que não, porque eu era mulher e tinha que criar meus filhos, mas eles não aceitaram", conta.3
Em 1995, ela decidiu aceitar. No mesmo ano viajou à Brasília para tratar do Estatuto do Índio e sentiu na pele o preconceito. "Os caciques homens do Sul e do Norte me descriminaram, mas eu decidi não me importar com isso. Só disse que a mulher poderia não ter como passar do homem, mas chegar no ombro dele e ser alguém na vida".
Desde então, as viagens se multiplicaram e, em cada lugar que vai, Pequena se preocupa em lutar pela memória de seu povo - e também dos encantados de sua aldeia. Tornou-se guardiã da memória. "Mas eu trabalho com o povão desde sempre, sem ser nada, só índia. Depois eu passei a ser cacique. Fui eleita pelo povão. Como eu já tinha 11 anos de trabalho, eles disseram que eu que tinha que ser a chefe", lembra.
No ano passado, Cacique Pequena foi selecionada como Mestre da Cultura. "Eu sempre trabalhei, mas ainda não tinha sido enxergada por eles", conta. O título, ela diz, tem muita validade e amplia a responsabilidade de repassar conhecimento e preservar a cultura da aldeia.
Cacique Pequena lamenta que, dos 60 mestres reconhecidos, apenas três representem a cultura indígena - além dela, receberam o título os mestres Luís Manuel do Nascimento (Luís Caboclo) e Francisco Marques do Nascimento (João Venâncio), ambos de Itarema. O Ceará tem hoje 12 povos indígenas reconhecidos.
http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/caderno-3/guardia-da-cultura-indigena-1.1559453
Em 1995, ela decidiu aceitar. No mesmo ano viajou à Brasília para tratar do Estatuto do Índio e sentiu na pele o preconceito. "Os caciques homens do Sul e do Norte me descriminaram, mas eu decidi não me importar com isso. Só disse que a mulher poderia não ter como passar do homem, mas chegar no ombro dele e ser alguém na vida".
Desde então, as viagens se multiplicaram e, em cada lugar que vai, Pequena se preocupa em lutar pela memória de seu povo - e também dos encantados de sua aldeia. Tornou-se guardiã da memória. "Mas eu trabalho com o povão desde sempre, sem ser nada, só índia. Depois eu passei a ser cacique. Fui eleita pelo povão. Como eu já tinha 11 anos de trabalho, eles disseram que eu que tinha que ser a chefe", lembra.
No ano passado, Cacique Pequena foi selecionada como Mestre da Cultura. "Eu sempre trabalhei, mas ainda não tinha sido enxergada por eles", conta. O título, ela diz, tem muita validade e amplia a responsabilidade de repassar conhecimento e preservar a cultura da aldeia.
Cacique Pequena lamenta que, dos 60 mestres reconhecidos, apenas três representem a cultura indígena - além dela, receberam o título os mestres Luís Manuel do Nascimento (Luís Caboclo) e Francisco Marques do Nascimento (João Venâncio), ambos de Itarema. O Ceará tem hoje 12 povos indígenas reconhecidos.
http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/caderno-3/guardia-da-cultura-indigena-1.1559453
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