De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
Brasil está bem presente no Festival de Cinema de Berlim
23/02/2018
Autor: Sandra Mezzalira Gomes
Fonte: Jornal de Jundiaí www.jj.com.br
O que há em comum entre aspectos da vida do índio Bira, da travesti Linn Da Quebrada e o impeachment da ex-presidente Dilma Roussef? As três realidades foram retratadas em filmes/documentários de diretores brasileiros e concorrem à premiação na seção Panorama da 68ª edição da Berlinale, Festival de Cinema de Berlim, que teve início no dia 15 de fevereiro e termina domingo (25). Todos os filmes tiveram aqui suas estreias mundiais e o resultado dos vencedores será divulgado hoje à noite, na capital da Alemanha.
O cotidiano do índio Ubiratan Surui (Bira), sua mãe Kabena Cinta Larga, seu ex-Shaman Perpera e outros habitantes da tribo Paiter Suruí foi tema do longa "Ex-pajé", de 82 minutos, do diretor Luis Bolognesi. Boa parte do documentário filmado na Amazônia é falado em Tupi. O diretor foca especialmente na participação deles na igreja católica que, por consequência, gera conflitos com as próprias tradições como a crença na força espiritual do pajé, no desmatamento da floresta e no fato de eles, cada vez mais, utilizarem a internet e outras tecnologias para divulgarem suas causas. Bira e Kabena vieram com o diretor prestigiar o festival e estiveram também na festa de recepção da Embaixada Brasileira, na última segunda-feira (19).
Alertar sobre o alto índice de homicídios de travestis no Brasil, lutar contra o machismo e o preconceito foram as principais motivações dos diretores Kiko Goifman e Cláudia Priscilla para filmar os shows e o dia a dia de Linn Da Quebrada. Ela é negra, mora e atua na periferia de São Paulo e compõe músicas funk para protestar e expôr sua opinião. Em 75 minutos, o filme "Bixa Travesty" causa impacto tanto nas cenas de nudismo quanto no discurso de Linn Da Quebrada. "Cada um de nós pode fazer a diferença se analisarmos onde estão nossos próprios preconceitos e tentar acabar com eles", comentou a protagonista no dia 17, na primeira exibição do longa.
O documentário de Maria Ramos traz cenas de Brasília durante os meses do impeachment de Dilma Roussef no filme de 137 minutos "O Processo". "Quero que o filme faça as pessoas refletirem, quis retratar os dois lados sem interferir na história", afirmou Ramos. Abordando a questao dos refugiados na Europa, o diretor brasileiro Karim Aïnouz acompanha durante 97 minutos de filme a vida de um jovem sírio que mora no desativado aeroporto Tempelhof no longa "Aeroporto Central THF". "Foi um trabalho de muita confiança entrar no cotidiano destas pessoas, cheguei a pensar em fazer um livro em vez do filme já que fiquei seis meses acompanhando o dia a dia sem câmeras."
A produção gaúcha de Marcio Reolon e Filipe Matzembacher, "Tinta Bruta", mostra Porto Alegre como uma cidade não tão atraente que faz seus moradores buscarem outros lugares para viver, abandonando então a cidade e quem fica por lá como é o caso do jovem Pedro. Ele, que ganha a vida se apresentando pela internet em chats coberto por tintas neon, vive sozinho e sem muitas perspectivas. "Tentamos abordar também a questão da solidão, do mobbing, da aceitação pessoal, temas que são comuns nesta fase", explicaram os diretores.
Brasileiros concorrem a prêmios menores em Berlim
O Brasil não está concorrendo diretamente ao Urso de Ouro, mas está na coprodução do paraguaio Marcelo Martinessi com o longa "Las Herederas", que tem chances de levar o prêmio principal. E Jose Padilha, diretor de "Tropa de Elite", agraciado com o Urso de Ouro em 2008, marca presença na seção Wettbewerb (Competição) sem disputar à prêmios com o longa "7 Dias em Entebbe", sobre o atentado terrorista de 1976 de um grupo pró-palestina.
Em Forum, o longa "Eu sou o Rio", dos diretores Gabraz Sanna e Anne Santos, trazem às telas um retrato da cidade e do artista Tantão. E na seção Generation,voltada ao público infanto-juvenil, além do filme "Unicórnio" de Eduardo Nunes, o produtor Felipe Bragança é membro do júri marcando a presença brasileira.
Três curtas estão ainda no festival em Shorts: "Alma Bandida" (Marco Antonio Pereira - 15 minutos), "Terremoto Santo" (Barbara Wagner e Benjamin de Burca - 20 minutos) e a coprodução com Portugal "Russa" (João Salaviza e Ricardo Alves - 20 minutos).
http://www.jj.com.br/cultura-lazer/brasil-esta-bem-presente-no-festival-de-cinema-de-berlim/
O cotidiano do índio Ubiratan Surui (Bira), sua mãe Kabena Cinta Larga, seu ex-Shaman Perpera e outros habitantes da tribo Paiter Suruí foi tema do longa "Ex-pajé", de 82 minutos, do diretor Luis Bolognesi. Boa parte do documentário filmado na Amazônia é falado em Tupi. O diretor foca especialmente na participação deles na igreja católica que, por consequência, gera conflitos com as próprias tradições como a crença na força espiritual do pajé, no desmatamento da floresta e no fato de eles, cada vez mais, utilizarem a internet e outras tecnologias para divulgarem suas causas. Bira e Kabena vieram com o diretor prestigiar o festival e estiveram também na festa de recepção da Embaixada Brasileira, na última segunda-feira (19).
Alertar sobre o alto índice de homicídios de travestis no Brasil, lutar contra o machismo e o preconceito foram as principais motivações dos diretores Kiko Goifman e Cláudia Priscilla para filmar os shows e o dia a dia de Linn Da Quebrada. Ela é negra, mora e atua na periferia de São Paulo e compõe músicas funk para protestar e expôr sua opinião. Em 75 minutos, o filme "Bixa Travesty" causa impacto tanto nas cenas de nudismo quanto no discurso de Linn Da Quebrada. "Cada um de nós pode fazer a diferença se analisarmos onde estão nossos próprios preconceitos e tentar acabar com eles", comentou a protagonista no dia 17, na primeira exibição do longa.
O documentário de Maria Ramos traz cenas de Brasília durante os meses do impeachment de Dilma Roussef no filme de 137 minutos "O Processo". "Quero que o filme faça as pessoas refletirem, quis retratar os dois lados sem interferir na história", afirmou Ramos. Abordando a questao dos refugiados na Europa, o diretor brasileiro Karim Aïnouz acompanha durante 97 minutos de filme a vida de um jovem sírio que mora no desativado aeroporto Tempelhof no longa "Aeroporto Central THF". "Foi um trabalho de muita confiança entrar no cotidiano destas pessoas, cheguei a pensar em fazer um livro em vez do filme já que fiquei seis meses acompanhando o dia a dia sem câmeras."
A produção gaúcha de Marcio Reolon e Filipe Matzembacher, "Tinta Bruta", mostra Porto Alegre como uma cidade não tão atraente que faz seus moradores buscarem outros lugares para viver, abandonando então a cidade e quem fica por lá como é o caso do jovem Pedro. Ele, que ganha a vida se apresentando pela internet em chats coberto por tintas neon, vive sozinho e sem muitas perspectivas. "Tentamos abordar também a questão da solidão, do mobbing, da aceitação pessoal, temas que são comuns nesta fase", explicaram os diretores.
Brasileiros concorrem a prêmios menores em Berlim
O Brasil não está concorrendo diretamente ao Urso de Ouro, mas está na coprodução do paraguaio Marcelo Martinessi com o longa "Las Herederas", que tem chances de levar o prêmio principal. E Jose Padilha, diretor de "Tropa de Elite", agraciado com o Urso de Ouro em 2008, marca presença na seção Wettbewerb (Competição) sem disputar à prêmios com o longa "7 Dias em Entebbe", sobre o atentado terrorista de 1976 de um grupo pró-palestina.
Em Forum, o longa "Eu sou o Rio", dos diretores Gabraz Sanna e Anne Santos, trazem às telas um retrato da cidade e do artista Tantão. E na seção Generation,voltada ao público infanto-juvenil, além do filme "Unicórnio" de Eduardo Nunes, o produtor Felipe Bragança é membro do júri marcando a presença brasileira.
Três curtas estão ainda no festival em Shorts: "Alma Bandida" (Marco Antonio Pereira - 15 minutos), "Terremoto Santo" (Barbara Wagner e Benjamin de Burca - 20 minutos) e a coprodução com Portugal "Russa" (João Salaviza e Ricardo Alves - 20 minutos).
http://www.jj.com.br/cultura-lazer/brasil-esta-bem-presente-no-festival-de-cinema-de-berlim/
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