De Povos Indígenas no Brasil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.
Noticias
Intercâmbio cultural promove troca de conhecimentos entre alunos e índios Tiriyó
26/03/2018
Autor: Rita Torrinha
Fonte: G1 http://g1.globo.com/
Uma aula de artes bem diferente foi aplicada nesta segunda-feira (26) para alunos do 2o ano do ensino médio da Escola Estadual Augusto dos Anjos, em Macapá. A ideia era fazê-los conhecer sobre a cultura, crenças e modo de vida do povo indígena Tiriyó. Mas não teve livro ou anotações no quadro, e sim trocas de experiências ao vivo, com a presença de uma família da etnia.
A tática adotada pelo professor Moisés Ramos teve grande impacto nos alunos, que se mostraram impressionados com os conhecimentos e experiências do povo que mora no Parque do Tumucumaque, na região Norte do Pará. Cheios de curiosidades, os estudantes fizeram várias perguntas sobre a vida dos indígenas.
O professor conta que quis aprofundar a abordagem do tema indígena, partindo dos conhecimentos adquiridos na teoria, em livros, e passando para a vivência na prática. A roda de conversa chamou a atenção dos estudantes.
"A gente só estuda em sala de aula, com livros, e esta experiência está sendo emocionante. É um presente que o professor nos deu. O que mais me chamou atenção foi em relação ao dote dos índios, que precisam ofertar aos seus sogros vários jacarés, caçados à mão, para poder casar com a índia", contou a aluna Gabrielly Barros, de 18 anos.
A índia Merlane Tiriyó trouxe os pais e o sobrinho para participar da conversa. Faz alguns anos que ela saiu da aldeia para estudar em Macapá, onde mora atualmente e cursa duas faculdades, de direito e de biomedicina. Para ela, o contato com jovens estudantes da cidade é importante.
"É muito importante ter esse contato para contar a nossa realidade. Porque a gente só vê a cultura do homem branco e a gente quer contar a nossa cultura. Acho que só através da troca de conhecimentos pode acabar o preconceito que muitos de nós sofremos. Muitas pessoas nos veem, em pleno século 21, como incapazes e nós temos muitos conhecimentos", relatou.
Para o professor Moisés Ramos, a experiência prática para um educador não tem preço.
"Em sala de aula nós trabalhamos a cultura pré-cabralina e mostramos a eles a cestaria, a cultura, a cerâmica e a pintura corporal. É interessante perceber nos alunos as expressões nos rostos deles ao verem o impacto cultural entre povos. A ideia é proporcionar a eles uma aula polivalente e acho que deu muito certo", falou.
Durante a aula, os alunos conheceram algumas músicas tocadas em rituais dos indígenas, a pintura feita a partir da resina do jenipapo, alguns até toparam ter a arte marcada no braço, conheceram como funcionam os rituais do casamento, além da importância da terra para a sustentabilidade dos povos, entre outras curiosidades.
O pai da Merlane, Natan Tiriyó, contou que teve de pegar 10 jacarés para conseguir a mão da esposa, Celeste. Ele também falou sobre os rituais de guerra, de bravura e de como os índios se sentem em relação ao homem branco.
"Foi uma tarde perfeita. A melhor aula. Todos os alunos deveriam ter essa oportunidade", finalizou a aluna Gabrielly Barros.
https://g1.globo.com/ap/amapa/noticia/intercambio-cultural-promove-troca-de-conhecimentos-entre-alunos-e-indios-tiriyo.ghtml
A tática adotada pelo professor Moisés Ramos teve grande impacto nos alunos, que se mostraram impressionados com os conhecimentos e experiências do povo que mora no Parque do Tumucumaque, na região Norte do Pará. Cheios de curiosidades, os estudantes fizeram várias perguntas sobre a vida dos indígenas.
O professor conta que quis aprofundar a abordagem do tema indígena, partindo dos conhecimentos adquiridos na teoria, em livros, e passando para a vivência na prática. A roda de conversa chamou a atenção dos estudantes.
"A gente só estuda em sala de aula, com livros, e esta experiência está sendo emocionante. É um presente que o professor nos deu. O que mais me chamou atenção foi em relação ao dote dos índios, que precisam ofertar aos seus sogros vários jacarés, caçados à mão, para poder casar com a índia", contou a aluna Gabrielly Barros, de 18 anos.
A índia Merlane Tiriyó trouxe os pais e o sobrinho para participar da conversa. Faz alguns anos que ela saiu da aldeia para estudar em Macapá, onde mora atualmente e cursa duas faculdades, de direito e de biomedicina. Para ela, o contato com jovens estudantes da cidade é importante.
"É muito importante ter esse contato para contar a nossa realidade. Porque a gente só vê a cultura do homem branco e a gente quer contar a nossa cultura. Acho que só através da troca de conhecimentos pode acabar o preconceito que muitos de nós sofremos. Muitas pessoas nos veem, em pleno século 21, como incapazes e nós temos muitos conhecimentos", relatou.
Para o professor Moisés Ramos, a experiência prática para um educador não tem preço.
"Em sala de aula nós trabalhamos a cultura pré-cabralina e mostramos a eles a cestaria, a cultura, a cerâmica e a pintura corporal. É interessante perceber nos alunos as expressões nos rostos deles ao verem o impacto cultural entre povos. A ideia é proporcionar a eles uma aula polivalente e acho que deu muito certo", falou.
Durante a aula, os alunos conheceram algumas músicas tocadas em rituais dos indígenas, a pintura feita a partir da resina do jenipapo, alguns até toparam ter a arte marcada no braço, conheceram como funcionam os rituais do casamento, além da importância da terra para a sustentabilidade dos povos, entre outras curiosidades.
O pai da Merlane, Natan Tiriyó, contou que teve de pegar 10 jacarés para conseguir a mão da esposa, Celeste. Ele também falou sobre os rituais de guerra, de bravura e de como os índios se sentem em relação ao homem branco.
"Foi uma tarde perfeita. A melhor aula. Todos os alunos deveriam ter essa oportunidade", finalizou a aluna Gabrielly Barros.
https://g1.globo.com/ap/amapa/noticia/intercambio-cultural-promove-troca-de-conhecimentos-entre-alunos-e-indios-tiriyo.ghtml
Las noticias publicadas en el sitio Povos Indígenas do Brasil (Pueblos Indígenas del Brasil) son investigadas en forma diaria a partir de fuentes diferentes y transcriptas tal cual se presentan en su canal de origen. El Instituto Socioambiental no se responsabiliza por las opiniones o errores publicados en esos textos. En el caso en el que Usted encuentre alguna inconsistencia en las noticias, por favor, póngase en contacto en forma directa con la fuente mencionada.