De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
Força-tarefa para impedir novos conflitos entre fazendeiros e indígenas é enviada a Porto Seguro, no extremo sul da Bahia
13/09/2022
Fonte: G1 BA - g1.globo.com/ba
Equipe conta com integrantes das polícias Militar, Civil, Técnica e Rodoviária Federal (PRF).
Por TV Bahia e g1 BA
13/09/2022 21h33 Atualizado há um ano
Uma força-tarefa montada pela Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA), que tem como objetivo impedir novos conflitos entre fazendeiros e indígenas, foi enviada ao extremo sul da Bahia, nesta terça-feira (13).
Além de ampliar o policiamento na região, a ação visa identificar e prender os envolvidos na morte de um adolescente Pataxó de 14 anos, em Prado, no extremo sul do estado. A equipe conta com integrantes das polícias Militar, Civil, Técnica e Rodoviária Federal (PRF).
Ainda nesta terça, os integrantes da operação se reuniram em Porto Seguro, a cerca de 200 quilômetros de Prado, e montaram um planejamento de visitas e coleta de depoimentos na região.
A força-tarefa foi criada após uma reunião de lideranças indígenas com o secretário de Segurança Pública, Ricardo Mandarino, na última sexta-feira (9), em Salvador.
Ataques de grileiros
Na última segunda-feira (12), grileiros voltaram a atacar indígenas Pataxós na Aldeia Nova, que fica na cidade de Prado, extremo sul da Bahia. Para escapar dos tiros, homens, mulheres, crianças e idosos precisaram se refugiar nas matas.
Ao todo, 38 famílias indígenas são vítimas dos ataques. Na segunda, o crime foi praticado antes das 20h e denunciado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). A organização pediu que o Estado brasileiro, por meio de equipes de saúde, dê apoio ao povo Pataxó.
Segundo a Apib, os indígenas estão "vivendo em meio à violência e sofrendo com os ataques físicos, mas também com o terror psicológico instaurado pelos pistoleiros". A articulação pediu ainda investigação e punição dos responsáveis, antes que haja mais um massacre.
Secretaria de Justiça acompanha caso
A Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS) acompanha a comunidade atacada na Aldeia Nova. Na última quarta-feira (7), o superintendente de Direitos Humanos da SJDHDS, Jones Carvalho, esteve pessoalmente no local e deu um panorama da situação.
"É um cenário de muita desolação, de muito medo, porque foi um ataque muito violento. São crianças, idosos, mulheres - inclusive mulheres grávidas -, que foram atacados com armamento pesado, bombas de gás lacrimogêneo".
"O Departamento de Polícia Técnica, da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), já recolheu material para fazer as devidas investigações, mas o que a gente encontrou foi uma ação de uma milícia fortemente armada, com o intuito de matar".
Os ataques às comunidades indígenas, que possuem o reconhecimento da terra pela Fundação Nacional do Índio (Funai), é promovido por fazendeiros, por meio da grilagem de terra. Grilagem é quando uma pessoa falsifica documentos para tomar posse de terras ilegalmente.
"São grileiros, ou seja: pessoas que tentam se apossar de terras alheias, inclusive usando documentos falsos. A coordenação de Desenvolvimento Agrário já analisou diversos documentos dos ditos fazendeiros, e não há nenhum que tenha legalidade. Então, é um ação de tentativa de tomar à força a terra, que é um processo histórico, infelizmente no nosso país".
"Os povos indígenas estão sendo vítimas de um ataque absolutamente absurdo e desproporcional. Estamos ao lado dos povos indígenas, para defender a integridade deles".
Último ataque
Uma das lideranças indígenas no sul da Bahia, Zeca Pataxó detalhou ao g1 como os ataques foram praticados, na noite da última terça-feira (6).
"Eles invadiram as terras, quebraram as portas e até mataram cachorros. Desta vez, nenhum indígena ficou ferido, porque eles se esconderam no mato. Se as pessoas tivessem ficado em casa, seriam assassinadas. O cacique está escondido. Esses pistoleiros estão a mando de fazendeiros da região, que tentam invadir as terras indígenas, que já são demarcadas antropologicamente", detalhou.
O líder indígena disse ainda que o novo atentado tem ligação com o assassinato de um Pataxó de 14 anos, que foi morto a tiros na madrugada do último domingo (4), na mesma região. Gustavo Conceição da Silva foi morto em um atentado de pistoleiros e não resistiu aos ferimentos.
https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2022/09/13/forca-tarefa-para-impedir-novos-conflitos-entre-fazendeiros-e-indigenas-e-enviada-ao-extremo-sul-da-bahia.ghtml
Por TV Bahia e g1 BA
13/09/2022 21h33 Atualizado há um ano
Uma força-tarefa montada pela Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA), que tem como objetivo impedir novos conflitos entre fazendeiros e indígenas, foi enviada ao extremo sul da Bahia, nesta terça-feira (13).
Além de ampliar o policiamento na região, a ação visa identificar e prender os envolvidos na morte de um adolescente Pataxó de 14 anos, em Prado, no extremo sul do estado. A equipe conta com integrantes das polícias Militar, Civil, Técnica e Rodoviária Federal (PRF).
Ainda nesta terça, os integrantes da operação se reuniram em Porto Seguro, a cerca de 200 quilômetros de Prado, e montaram um planejamento de visitas e coleta de depoimentos na região.
A força-tarefa foi criada após uma reunião de lideranças indígenas com o secretário de Segurança Pública, Ricardo Mandarino, na última sexta-feira (9), em Salvador.
Ataques de grileiros
Na última segunda-feira (12), grileiros voltaram a atacar indígenas Pataxós na Aldeia Nova, que fica na cidade de Prado, extremo sul da Bahia. Para escapar dos tiros, homens, mulheres, crianças e idosos precisaram se refugiar nas matas.
Ao todo, 38 famílias indígenas são vítimas dos ataques. Na segunda, o crime foi praticado antes das 20h e denunciado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). A organização pediu que o Estado brasileiro, por meio de equipes de saúde, dê apoio ao povo Pataxó.
Segundo a Apib, os indígenas estão "vivendo em meio à violência e sofrendo com os ataques físicos, mas também com o terror psicológico instaurado pelos pistoleiros". A articulação pediu ainda investigação e punição dos responsáveis, antes que haja mais um massacre.
Secretaria de Justiça acompanha caso
A Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS) acompanha a comunidade atacada na Aldeia Nova. Na última quarta-feira (7), o superintendente de Direitos Humanos da SJDHDS, Jones Carvalho, esteve pessoalmente no local e deu um panorama da situação.
"É um cenário de muita desolação, de muito medo, porque foi um ataque muito violento. São crianças, idosos, mulheres - inclusive mulheres grávidas -, que foram atacados com armamento pesado, bombas de gás lacrimogêneo".
"O Departamento de Polícia Técnica, da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), já recolheu material para fazer as devidas investigações, mas o que a gente encontrou foi uma ação de uma milícia fortemente armada, com o intuito de matar".
Os ataques às comunidades indígenas, que possuem o reconhecimento da terra pela Fundação Nacional do Índio (Funai), é promovido por fazendeiros, por meio da grilagem de terra. Grilagem é quando uma pessoa falsifica documentos para tomar posse de terras ilegalmente.
"São grileiros, ou seja: pessoas que tentam se apossar de terras alheias, inclusive usando documentos falsos. A coordenação de Desenvolvimento Agrário já analisou diversos documentos dos ditos fazendeiros, e não há nenhum que tenha legalidade. Então, é um ação de tentativa de tomar à força a terra, que é um processo histórico, infelizmente no nosso país".
"Os povos indígenas estão sendo vítimas de um ataque absolutamente absurdo e desproporcional. Estamos ao lado dos povos indígenas, para defender a integridade deles".
Último ataque
Uma das lideranças indígenas no sul da Bahia, Zeca Pataxó detalhou ao g1 como os ataques foram praticados, na noite da última terça-feira (6).
"Eles invadiram as terras, quebraram as portas e até mataram cachorros. Desta vez, nenhum indígena ficou ferido, porque eles se esconderam no mato. Se as pessoas tivessem ficado em casa, seriam assassinadas. O cacique está escondido. Esses pistoleiros estão a mando de fazendeiros da região, que tentam invadir as terras indígenas, que já são demarcadas antropologicamente", detalhou.
O líder indígena disse ainda que o novo atentado tem ligação com o assassinato de um Pataxó de 14 anos, que foi morto a tiros na madrugada do último domingo (4), na mesma região. Gustavo Conceição da Silva foi morto em um atentado de pistoleiros e não resistiu aos ferimentos.
https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2022/09/13/forca-tarefa-para-impedir-novos-conflitos-entre-fazendeiros-e-indigenas-e-enviada-ao-extremo-sul-da-bahia.ghtml
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