De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
Pesca foi prejudicada após exploração de petróleo, dizem quilombolas
22/04/2024
Fonte: Valor Econômico - https://valor.globo.com/
Pesca foi prejudicada após exploração de petróleo, dizem quilombolas
Aterros assorearam mangues para dar lugar às estruturas de extração e transporte de óleo, afirmam especialistas
Sérgio Adeodato
22/04/2024
O quilombo Dom João, em São Francisco do Conde, no Recôncavo Baiano, resiste em meio aos primeiros campos de petróleo explorados comercialmente no Brasil. A pobreza e a degradação locais contrastam com os royalties recebidos pelo município, no distante 2.573o lugar do ranking nacional do Índice de Desenvolvimento Humano.
"Quem trabalha no mar e cuida dele deveria se beneficiar", afirma Joselita Santos, a Dona Joca, liderança de uma comunidade quilombola. As cerca de 60 famílias da comunidade precisam ir cada vez mais longe em busca dos peixes, mariscos e caranguejos guaiamum que garantem o sustento. São constantes os conflitos com proprietários rurais remunerados pelos poços em suas fazendas. "O petróleo para nós só dá prejuízo."
Segundo pesquisadores, especulação imobiliária, racismo ambiental e impactos aos recursos pesqueiros coexistem desde a década de 1950 na área, hoje vulnerável às mudanças climáticas. Além dos aterros que assorearam mangues para dar lugar às estruturas de extração e transporte do óleo, há riscos de vazamentos, como o ocorrido em 2018, com poluição de fontes hídricas.
A prefeitura de São Francisco do Conde não respondeu aos pedidos de entrevista, mas gestores do governo local defendem a necessidade de desenvolver alternativas e reduzir a dependência do petróleo. Em 2023, o município arrecadou R$ 9,7 milhões em royalties, pouco mais de um terço do registrado no ano anterior, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
A 3R Petroleum, operadora de poços no entorno da comunidade Dom João, informa que assumiu os ativos do Complexo Recôncavo em maio de 2022, com aumento de 88,7% na produção até fevereiro de 2024. No trimestre passado, investiu cerca de US$ 20 milhões no complexo, prevendo o início de uma nova campanha de perfuração neste semestre. Além de ações sociais, em 2023 a companhia pagou R$ 55,2 milhões em royalties e R$ 5,2 milhões para proprietários de terra onde se localizam os poços.
https://valor.globo.com/publicacoes/especiais/mudancas-climaticas/noticia/2024/04/22/pesca-foi-prejudicada-apos-exploracao-de-petroleo-dizem-quilombolas.ghtml
Aterros assorearam mangues para dar lugar às estruturas de extração e transporte de óleo, afirmam especialistas
Sérgio Adeodato
22/04/2024
O quilombo Dom João, em São Francisco do Conde, no Recôncavo Baiano, resiste em meio aos primeiros campos de petróleo explorados comercialmente no Brasil. A pobreza e a degradação locais contrastam com os royalties recebidos pelo município, no distante 2.573o lugar do ranking nacional do Índice de Desenvolvimento Humano.
"Quem trabalha no mar e cuida dele deveria se beneficiar", afirma Joselita Santos, a Dona Joca, liderança de uma comunidade quilombola. As cerca de 60 famílias da comunidade precisam ir cada vez mais longe em busca dos peixes, mariscos e caranguejos guaiamum que garantem o sustento. São constantes os conflitos com proprietários rurais remunerados pelos poços em suas fazendas. "O petróleo para nós só dá prejuízo."
Segundo pesquisadores, especulação imobiliária, racismo ambiental e impactos aos recursos pesqueiros coexistem desde a década de 1950 na área, hoje vulnerável às mudanças climáticas. Além dos aterros que assorearam mangues para dar lugar às estruturas de extração e transporte do óleo, há riscos de vazamentos, como o ocorrido em 2018, com poluição de fontes hídricas.
A prefeitura de São Francisco do Conde não respondeu aos pedidos de entrevista, mas gestores do governo local defendem a necessidade de desenvolver alternativas e reduzir a dependência do petróleo. Em 2023, o município arrecadou R$ 9,7 milhões em royalties, pouco mais de um terço do registrado no ano anterior, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
A 3R Petroleum, operadora de poços no entorno da comunidade Dom João, informa que assumiu os ativos do Complexo Recôncavo em maio de 2022, com aumento de 88,7% na produção até fevereiro de 2024. No trimestre passado, investiu cerca de US$ 20 milhões no complexo, prevendo o início de uma nova campanha de perfuração neste semestre. Além de ações sociais, em 2023 a companhia pagou R$ 55,2 milhões em royalties e R$ 5,2 milhões para proprietários de terra onde se localizam os poços.
https://valor.globo.com/publicacoes/especiais/mudancas-climaticas/noticia/2024/04/22/pesca-foi-prejudicada-apos-exploracao-de-petroleo-dizem-quilombolas.ghtml
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