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Economia verde: saiba quais riscos ameaçam o desenvolvimento de áreas ligadas à transição energética

28/05/2024

Fonte: OESP - https://www.estadao.com.br/



Economia verde: saiba quais riscos ameaçam o desenvolvimento de áreas ligadas à transição energética
Problemas fundiários e impactos ambientais estão entre os fatores que podem afugentar investidores no Brasil

28/05/2024

A transição energética dá ao Brasil a chance de criar 6,4 milhões de empregos (o equivalente a 14,6% das vagas com carteira assinada) e aumentar o PIB em US$ 100 bilhões, ou 4,7% do valor atual. Se não agir a tempo, porém, o País pode desperdiçar essa oportunidade.

No segmento de hidrogênio verde, por exemplo, o Brasil tem grande potencial para vender o combustível para outros países, principalmente os europeus. Usinas em escala comercial para fabricar o produto, no entanto, continuam no papel enquanto o setor privado negocia com o governo estímulos, como subsídios, para realizar os investimentos. A situação é semelhante em outros setores, como no de crédito de carbono.

Com a demora na regulamentação desses novos mercados, a pergunta que fica é: o Brasil vai conseguir ser protagonista global em economia verde?

Abaixo, conheça outros fatores que ameaçam a agenda verde brasileira.

Preço da energia para produzir hidrogênio verde
A energia é o maior custo de produção do hidrogênio verde, podendo chegar a 70% do total. Empresas que têm projetos para instalar plantas do combustível no País dizem que, se não houver algum incentivo por parte do governo para conseguirem reduzir esse custo, os empreendimentos não serão construídos. Segundo executivos do setor, no entanto, as conversas com o governo têm avançado nos últimos meses.

Há entraves também no exterior. Países que pretendem importar hidrogênio verde, como a Alemanha, terão de construir toda a infraestrutura para poder distribuir o produto em seu território.

Apesar de o Brasil ser considerado um dos países com grande potencial para produzir combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês), ainda não tem refinarias em construção. Para realizarem os investimentos, empresas envolvidas na transição energética têm dito em Brasília que isso só poderá ser feito se houver concessão de subsídios.

Com os países ricos, principalmente os Estados Unidos, inundando suas economias com subsídios e financiamentos para projetos relacionados à energia limpa, de fato ficou mais difícil para uma empresa instalada no Brasil ser competitiva. Apenas o governo americano está oferecendo US$ 369 bilhões (R$ 1,8 trilhão) em incentivos para a energia limpa.

Questão fundiária, credibilidade e mercado de carbono
O problema fundiário na Amazônia é crônico e um dos principais entraves para o desenvolvimento de projetos de carbono na região. Nos últimos anos, foram parar na Justiça casos em que comunidades originárias afirmam que desenvolvedoras de projetos de carbono estão comercializando créditos gerados supostamente em territórios das comunidades sem o aval delas.

Houve também ocorrências de empresas desenvolvedoras de projetos que acabaram os cancelando por falta de realização de consulta prévia, livre e informada com moradores de terras indígenas. A Defensoria Pública do Pará apura se cinco empresas brasileiras e três estrangeiras usaram terras públicas griladas para lucrar com projetos de crédito de carbono.

Todas essas denúncias geraram uma crise de credibilidade no mercado de crédito voluntário, derrubando os preços dos créditos.

Falta de pesquisa, risco ambiental e mineração
A transição energética vai elevar a demanda por minerais como cobre e lítio, e o Brasil pode fornecê-los ao mundo. O País, no entanto, precisa acelerar suas políticas para garantir que não perderá a oportunidade de exportar esses materiais e, assim, impulsionar sua economia. Hoje, uma importante parte do território brasileiro não foi sequer pesquisada, o que significa que pode haver reservas com potencial de exploração completamente desconhecidas.

Outro risco é a falta de cuidados para minimizar os impactos ambientais da atividade mineradora, o que pode afugentar investidores. Em relatório sobre o Brasil divulgado em 2023, o Banco Mundial afirmou que "práticas de mineração inteligentes em relação ao clima serão cruciais para a expansão sustentável do setor de minerais verdes do Brasil".

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