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Funai e Unifesp realizam oficina para fortalecer rede de atenção à saúde das mulheres Yanomami e Ye'kwana

17/06/2025

Fonte: Funai - https://www.gov.br/funai/pt-br/assuntos/noticias/2025/funai-e-unifesp-realizam-oficina-para-



Funai e Unifesp realizam oficina para fortalecer rede de atenção à saúde das mulheres Yanomami e Ye'kwana
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Publicado em 17/06/2025 10h32

A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) realizaram, entre os dias 26 e 31 de maio, a Oficina de Microplanejamento do Rastreamento do Câncer do Colo do Útero das Mulheres da Terra Indígena Yanomami. A oficina teve como objetivo principal fortalecer a rede de atenção à saúde das mulheres Yanomami e Ye'kwana de modo a assegurar o acesso qualificado e culturalmente adequado ao rastreamento, diagnóstico e cuidado. A iniciativa integra a Força-Tarefa de Desenvolvimento Sustentável Yanomami e Ye'kwana (FTYY) da Funai.

Realizado em Boa Vista(RR), o evento reuniu lideranças, agentes indígenas de saúde (AIS), técnicos de enfermagem, enfermeiras e médicas do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami e Ye'kwana (DSEI-YY) para um treinamento aprofundado na abordagem ginecológica e na realização do rastreamento do câncer do colo do útero. A oficina é uma ação coordenada pelo Projeto Xingu/Unifesp, intitulado "Construção da Linha de Cuidado do Câncer do Colo do Útero para as mulheres indígenas do DSEI YY", e integra o Termo de Execução Descentralizada (TED) com a Funai.

A coordenadora do projeto pela Unifesp, Mariana Queiroz, destaca que trata-se de uma ação com esforços coletivos focada no cuidado da saúde da mulher indígena, em especial, na prevenção da doença. "Aqui na região norte, o câncer do colo do útero é a primeira causa de morte entre mulheres, incluindo as mulheres indígenas que moram nessa região. Então, de fato, é um trabalho super importante para a gente pensar nessa estratégia de prevenção desse problema de saúde", afirma.

De acordo com a analista de saúde da Força-Tarefa Amanda Monteiro, a meta é que os participantes retornem às aldeias com conhecimento para fortalecer o movimento de prevenção e cuidado em suas comunidades. Ela destaca ainda que profissionais de nível técnico e superior também participam de um curso teórico-prático, adaptado ao contexto local do DSEI YY, para executar as ações de rastreamento no território Yanomami.

"A iniciativa prioriza o respeito aos saberes, direitos e especificidades dos povos indígenas. Agentes indígenas de saúde e lideranças estão imersos em um pensar coletivo sobre a saúde da mulher, compreendendo o rastreamento do câncer de colo de útero com metodologias que favorecem a participação e construção coletiva", pontuou a analista.

Marcia Luiz Rocha é agente indígena de saúde do povo Ye'kwana. Ela destaca o aprendizado adquirido na oficina. "Aprendi nesse curso sobre a importância e o que é PCCU [Preventivo do Câncer do Colo de Útero], para todas as mulheres, de várias idades. Aprendi também sobre o HPV, que é um vírus que não conhecia e nem sabia o que causa no nosso corpo". A agente conta que levará os novos conhecimentos à sua comunidade. "Depois de toda essa semana, minha ideia é chegar na minha comunidade e convocar as mulheres para falar sobre tudo que aprendi, e para nós nos cuidamos enquanto mulheres".

A ação conta com a colaboração da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Instituto Socioambiental (ISA), Secretaria de Saúde do Estado de Roraima (SESAU), Universidade Federal de Roraima (UFRR), Associação Indígena Hutukara e a Associação de Mulheres Indígenas Kumirayoma.
Combate à violência

Ainda como parte da programação, a Força-Tarefa organizou rodas de conversas para definir estratégias com as mulheres indígenas sobre o enfrentamento à violência de gênero. A antropóloga Tamara Miranda explica que a FTYY é responsável por promover ações de saúde da mulher indígena, o que incluiu medidas de enfrentamento à violência de gênero.

"Como parte da programação, fizemos algumas rodas de conversa com as mulheres indígenas para apresentar o projeto de enfrentamento à violência e conversar com elas e estabelecer essa aproximação para que elas nos ajudem a pensar nas propostas, nos fluxos de encaminhamento sobre a temática de violência no território", detalha a antropóloga.


https://www.gov.br/funai/pt-br/assuntos/noticias/2025/funai-e-unifesp-realizam-oficina-para-fortalecer-rede-de-atencao-a-saude-das-mulheres-yanomami-e-yekwana
 

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