De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
Quais são as cidades de SP mais vulneráveis às mudanças climáticas?
14/06/2025
Fonte: OESP - https://www.estadao.com.br/
Quais são as cidades de SP mais vulneráveis às mudanças climáticas?
Riscos de deslizamentos e enchentes são os principais motivos para a pontuação negativa dos municípios
14/06/2025
Roberta Jansen
O município de Ubatuba, no litoral norte de São Paulo, é o mais vulnerável às mudanças climáticas do Estado, segundo o novo relatório do Índice de Progresso Social (IPS).
O índice é feito com base em 57 indicadores sociais e ambientais e tem por objetivo medir a qualidade de vida em cada um dos 5.570 municípios brasileiros. No quesito vulnerabilidade às mudanças climáticas especificamente, os cientistas tentam avaliar o quanto os municípios são resilientes ao aquecimento global em curso no planeta - um dado importante, por exemplo, para moldar políticas de saúde e também de proteção de encostas e dragagem de rios.
A Prefeitura de Ubatuba afirma que elaborou no ano passado o Plano Municipal de Adaptação e Resiliência à Mudança do Clima, cujo objetivo é adotar estratégias que tornem o município menos vulnerável ao aquecimento global. "O plano é uma construção de políticas públicas que se baseia na análise de diagnósticos para orientar o município diante das mudanças em curso, como o aumento de chuvas e ressacas", explicou o secretário de Meio Ambiente, Guilherme Adolpho. "Ao considerar esses diversos fatores, o plano permite estabelecer metas e objetivos para corrigir e prevenir vulnerabilidades, tornando-se assim uma ferramenta complementar ao plano diretor e um meio de fortalecer a abordagem climática."
O Índice de Vulnerabilidade Climática Municipal usado pelo IPS é do Instituto Votorantim - uma ONG cujo principal objetivo é impulsionar negócios para um futuro sustentável. Para tanto, a ONG desenvolveu o índice de vulnerabilidade climática que envolve a avaliação dos riscos de:
inundação, enchente, alagamento e enxurrada
deslizamentos
hídrico
incêndios em matas e florestas
redução ou inviabilização de setores da agropecuária
aumento da incidência de doenças relacionadas às mudanças climáticas
Em uma escala que vai de 0 a 100, Ubatuba teve a maior pontuação dentre os 645 municípios do Estado de São Paulo, alcançando um índice de 62,82. O risco de deslizamentos na cidade, por exemplo, é de 100 e o risco de inundação, enchente, alagamento e enxurradas é de 81,51.
A cidade é seguida por São Simão, Queluz, Bertioga e Araçariguama.
No outro extremo, entre as cidades menos vulneráveis às mudanças climáticas (ou seja, aquelas que têm melhores condições de suportar alterações climáticas sem consequências mais graves para a população) estão Jundiaí, Louveira, Cordeirópolis, Lençóis Paulistas e Rio Claro.
Em São Simão, Queluz e Bertioga os índices são altos sobretudo por conta do risco de deslizamento de terras. Em Araçariguama o índice é de 58,78 com o risco maior de inundação, enchente, alagamento e enxurrada.
O botânico e paisagista Ricardo Cardim chama a atenção para o fato de a arborização das cidades trazer mais segurança climática; ou seja, ajudar a combater os efeitos das mudanças climáticas em nível local.
"A gente não tem referência real sobre a mudança climática global porque (os esforços para combatê-la) dependem do Trump (Donald Trump, presidente dos EUA), da China, do mercado de carbono", afirmou Cardim. "Mas, podemos atuar nas mudanças climáticas regionais, que são as que mais nos afetam, como enxurradas, deslizamento e seca. Esses problemas podem ser mitigados com o plantio de árvores nas cidades."
Áreas verdes urbanas
Como o Estadão mostrou, o levantamento do Índice de Progresso Social (IPS) de 2025, desenvolvido por uma parceria entre as organizações Imazon, Fundação Avina, iniciativa Amazônia 2030, Anattá, Centro de Empreendedorismo da Amazônia e Social Progress Imperative, apontou também os núcleos urbanos mais arborizados do Estado de São Paulo.
O top 10 de São Paulo tem Valinhos, Franco da Rocha, Itaquaquecetuba, Hortolândia, Casa Branca, Presidente Epitácio, Arujá, Jundiaí, São José dos Campos e Vinhedo, onde as porções verdes nos núcleos das cidades vão de 27% a 16%.
A capital paulista aparece na posição de número 141, com porcentagem de arborização de 6,3%, conforme o levantamento IPS.
Segundo os dados, 92,7% dos domicílios de Valinhos têm árvores em seu entorno. Franco da Rocha e Itaquaquecetuba também têm programas de plantio de árvores.
A presença de áreas verdes em núcleos urbanos é crucial para o bem-estar da população. A vegetação torna o ar menos poluído, baixa a temperatura média das cidades (importante sobretudo durante as ondas de calor) e é crucial para prevenir desastres ambientais, como enxurradas.
Qualidade de vida
O Índice de Progresso Social (IPS) de 2025 do Brasil é de 61,96 (numa escala de 0 a 100) - um pouco abaixo do registrado no ano passado, de 62,51. O índice avalia a qualidade de vida nos 5.570 municípios brasileiros com base em 57 indicadores sociais e ambientais divididos em três dimensões.
A melhor avaliação do País ficou com a dimensão "necessidades humanas básicas" (74,79), seguida da dimensão "fundamentos do bem-estar" (65,02). Já a dimensão "oportunidades", que mede inclusão social, acesso à educação superior e respeito a direitos básicos, teve o pior desempenho: 46,07. Segundo os organizadores do índice, a segurança pública é o indicador que mais impacta negativamente a média nacional.
"A qualidade de vida é algo muito difícil de medir", explicou Beto Veríssimo, um dos organizadores do índice. "Mas o IPS é o índice mais abrangente que temos, consegue medir muitas facetas sociais e ambientais, como saúde, educação, nutrição, moradia, segurança, saneamento, entre outros."
No ranking dos Estados, Distrito Federal, São Paulo e Santa Catarina lideram com as melhores notas. Na outra ponta, os piores desempenhos se concentram na Amazônia Legal, com Acre, Maranhão e Pará ocupando, respectivamente, as últimas posições - um retrato das desigualdades regionais que ainda marcam o País, segundo o pesquisador.
Do ponto de vista dos municípios, a pequena cidade de Gavião Peixoto, no interior de São Paulo, registra a melhor qualidade de vida do Brasil, com uma pontuação de 73,6. A segunda colocação no ranking nacional ficou com Gabriel Monteiro (SP), seguido de Jundiaí (SP).
Dos vinte municípios mais bem colocados, nada menos que 14 estão no interior de São Paulo e somente três são capitais: Curitiba (PR), Brasília (DF) e Campo Grande (MS).
csustentabilidade/quais-sao-as-cidades-de-sp-mais-vulneraveis-as-mudancas-climaticas-veja-mapa-interativo/
Riscos de deslizamentos e enchentes são os principais motivos para a pontuação negativa dos municípios
14/06/2025
Roberta Jansen
O município de Ubatuba, no litoral norte de São Paulo, é o mais vulnerável às mudanças climáticas do Estado, segundo o novo relatório do Índice de Progresso Social (IPS).
O índice é feito com base em 57 indicadores sociais e ambientais e tem por objetivo medir a qualidade de vida em cada um dos 5.570 municípios brasileiros. No quesito vulnerabilidade às mudanças climáticas especificamente, os cientistas tentam avaliar o quanto os municípios são resilientes ao aquecimento global em curso no planeta - um dado importante, por exemplo, para moldar políticas de saúde e também de proteção de encostas e dragagem de rios.
A Prefeitura de Ubatuba afirma que elaborou no ano passado o Plano Municipal de Adaptação e Resiliência à Mudança do Clima, cujo objetivo é adotar estratégias que tornem o município menos vulnerável ao aquecimento global. "O plano é uma construção de políticas públicas que se baseia na análise de diagnósticos para orientar o município diante das mudanças em curso, como o aumento de chuvas e ressacas", explicou o secretário de Meio Ambiente, Guilherme Adolpho. "Ao considerar esses diversos fatores, o plano permite estabelecer metas e objetivos para corrigir e prevenir vulnerabilidades, tornando-se assim uma ferramenta complementar ao plano diretor e um meio de fortalecer a abordagem climática."
O Índice de Vulnerabilidade Climática Municipal usado pelo IPS é do Instituto Votorantim - uma ONG cujo principal objetivo é impulsionar negócios para um futuro sustentável. Para tanto, a ONG desenvolveu o índice de vulnerabilidade climática que envolve a avaliação dos riscos de:
inundação, enchente, alagamento e enxurrada
deslizamentos
hídrico
incêndios em matas e florestas
redução ou inviabilização de setores da agropecuária
aumento da incidência de doenças relacionadas às mudanças climáticas
Em uma escala que vai de 0 a 100, Ubatuba teve a maior pontuação dentre os 645 municípios do Estado de São Paulo, alcançando um índice de 62,82. O risco de deslizamentos na cidade, por exemplo, é de 100 e o risco de inundação, enchente, alagamento e enxurradas é de 81,51.
A cidade é seguida por São Simão, Queluz, Bertioga e Araçariguama.
No outro extremo, entre as cidades menos vulneráveis às mudanças climáticas (ou seja, aquelas que têm melhores condições de suportar alterações climáticas sem consequências mais graves para a população) estão Jundiaí, Louveira, Cordeirópolis, Lençóis Paulistas e Rio Claro.
Em São Simão, Queluz e Bertioga os índices são altos sobretudo por conta do risco de deslizamento de terras. Em Araçariguama o índice é de 58,78 com o risco maior de inundação, enchente, alagamento e enxurrada.
O botânico e paisagista Ricardo Cardim chama a atenção para o fato de a arborização das cidades trazer mais segurança climática; ou seja, ajudar a combater os efeitos das mudanças climáticas em nível local.
"A gente não tem referência real sobre a mudança climática global porque (os esforços para combatê-la) dependem do Trump (Donald Trump, presidente dos EUA), da China, do mercado de carbono", afirmou Cardim. "Mas, podemos atuar nas mudanças climáticas regionais, que são as que mais nos afetam, como enxurradas, deslizamento e seca. Esses problemas podem ser mitigados com o plantio de árvores nas cidades."
Áreas verdes urbanas
Como o Estadão mostrou, o levantamento do Índice de Progresso Social (IPS) de 2025, desenvolvido por uma parceria entre as organizações Imazon, Fundação Avina, iniciativa Amazônia 2030, Anattá, Centro de Empreendedorismo da Amazônia e Social Progress Imperative, apontou também os núcleos urbanos mais arborizados do Estado de São Paulo.
O top 10 de São Paulo tem Valinhos, Franco da Rocha, Itaquaquecetuba, Hortolândia, Casa Branca, Presidente Epitácio, Arujá, Jundiaí, São José dos Campos e Vinhedo, onde as porções verdes nos núcleos das cidades vão de 27% a 16%.
A capital paulista aparece na posição de número 141, com porcentagem de arborização de 6,3%, conforme o levantamento IPS.
Segundo os dados, 92,7% dos domicílios de Valinhos têm árvores em seu entorno. Franco da Rocha e Itaquaquecetuba também têm programas de plantio de árvores.
A presença de áreas verdes em núcleos urbanos é crucial para o bem-estar da população. A vegetação torna o ar menos poluído, baixa a temperatura média das cidades (importante sobretudo durante as ondas de calor) e é crucial para prevenir desastres ambientais, como enxurradas.
Qualidade de vida
O Índice de Progresso Social (IPS) de 2025 do Brasil é de 61,96 (numa escala de 0 a 100) - um pouco abaixo do registrado no ano passado, de 62,51. O índice avalia a qualidade de vida nos 5.570 municípios brasileiros com base em 57 indicadores sociais e ambientais divididos em três dimensões.
A melhor avaliação do País ficou com a dimensão "necessidades humanas básicas" (74,79), seguida da dimensão "fundamentos do bem-estar" (65,02). Já a dimensão "oportunidades", que mede inclusão social, acesso à educação superior e respeito a direitos básicos, teve o pior desempenho: 46,07. Segundo os organizadores do índice, a segurança pública é o indicador que mais impacta negativamente a média nacional.
"A qualidade de vida é algo muito difícil de medir", explicou Beto Veríssimo, um dos organizadores do índice. "Mas o IPS é o índice mais abrangente que temos, consegue medir muitas facetas sociais e ambientais, como saúde, educação, nutrição, moradia, segurança, saneamento, entre outros."
No ranking dos Estados, Distrito Federal, São Paulo e Santa Catarina lideram com as melhores notas. Na outra ponta, os piores desempenhos se concentram na Amazônia Legal, com Acre, Maranhão e Pará ocupando, respectivamente, as últimas posições - um retrato das desigualdades regionais que ainda marcam o País, segundo o pesquisador.
Do ponto de vista dos municípios, a pequena cidade de Gavião Peixoto, no interior de São Paulo, registra a melhor qualidade de vida do Brasil, com uma pontuação de 73,6. A segunda colocação no ranking nacional ficou com Gabriel Monteiro (SP), seguido de Jundiaí (SP).
Dos vinte municípios mais bem colocados, nada menos que 14 estão no interior de São Paulo e somente três são capitais: Curitiba (PR), Brasília (DF) e Campo Grande (MS).
csustentabilidade/quais-sao-as-cidades-de-sp-mais-vulneraveis-as-mudancas-climaticas-veja-mapa-interativo/
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