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Ilha de lixo em rio da Amazônia reflete falha da diplomacia ambiental
28/06/2025
Fonte: O Globo - https://oglobo.globo.com/
Ilha de lixo em rio da Amazônia reflete falha da diplomacia ambiental
Lixão de cidade peruana se acumula no Rio Javarizinho trazendo riscos a florestas e populações da região
01/07/2025
Rios e poluição não respeitam fronteiras. É o que mostra o lixão fluvial que se acumula no Rio Javarizinho, na Amazônia, formado pelo descarte do vilarejo peruano de Islândia, na tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia. Há de tudo. De lixo hospitalar a embalagens de plástico, represados em redes de pesca ou troncos. A cidade brasileira mais prejudicada pelo lixão flutuante é Benjamin Constant, de 45 mil habitantes, no Alto Solimões. No lado brasileiro, a Defensoria Pública do Estado do Amazonas se mobilizou para que, no ano da realização em Belém da Conferência do Clima da ONU, a COP30, Brasil e Peru se entendam, impedindo que águas contaminadas continuem a afetar a população, fauna e flora da região.
A Defensoria enviou ofícios pedindo ajuda aos ministros Mauro Vieira, das Relações Exteriores, e Marina Silva, do Meio Ambiente. Fez também um alerta sobre os riscos e impactos da poluição para povos indígenas e comunidades tradicionais. Trata-se, segundo o defensor público Rafael Barbosa, de uma "crise ambiental-diplomática" que precisa ser tratada pelo governo federal, uma vez que os rios em questão (o Javarizinho é afluente do Javari, que desemboca no Solimões) são da alçada federal. Além disso, qualquer assunto envolvendo outro país requer atenção do Itamaraty.
Procurado pelo GLOBO, o Itamaraty informou que apenas a pasta do Meio Ambiente poderia se pronunciar sobre o assunto, por ser "responsável pelo tema". De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, o governo brasileiro já levou a questão a autoridades federais peruanas em 18 de junho, na reunião do Grupo de Cooperação Ambiental Fronteiriça (Gcaf), em que os dois países abordam temas ambientais comuns. Na ocasião, o Brasil propôs a destinação compartilhada dos resíduos para um aterro sanitário, tema da pauta da próxima reunião do Gcaf, agendada para 10 de julho. É positivo o fato de Brasil e Peru já terem um plano conjunto de manejo de resíduos sólidos, com a participação da província peruana de Tahuamanu e do Estado do Acre. Mas é preciso agir com mais celeridade.
É necessário que a questão da ilha de lixo que cresce no lado brasileiro tramite com a devida urgência pelos diversos órgãos públicos. O Brasil e seus vizinhos nas fronteiras Centro-Oeste e Norte compartilham vários problemas comuns. A Bolívia tem altas taxas de desmatamento e usa fogo para abrir e limpar áreas agrícolas, com risco para as florestas brasileiras. Garimpos ilegais bolivianos e peruanos também ajudam a poluir de mercúrio rios que ultrapassam fronteiras. O combate a essas fontes de poluição precisa ser compartilhado. Se o Brasil enfrenta garimpos ilegais e a devastação de florestas, esse enfrentamento também precisa ser levado a cabo do outro lado da fronteira. Quando a diplomacia ambiental falha, o resultado são desastres como o lixão do Rio Javarizinho.
https://oglobo.globo.com/opiniao/editorial/coluna/2025/07/ilha-de-lixo-em-rio-da-amazonia-reflete-falha-da-diplomacia-ambiental.ghtml
Lixão de cidade peruana se acumula no Rio Javarizinho trazendo riscos a florestas e populações da região
01/07/2025
Rios e poluição não respeitam fronteiras. É o que mostra o lixão fluvial que se acumula no Rio Javarizinho, na Amazônia, formado pelo descarte do vilarejo peruano de Islândia, na tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia. Há de tudo. De lixo hospitalar a embalagens de plástico, represados em redes de pesca ou troncos. A cidade brasileira mais prejudicada pelo lixão flutuante é Benjamin Constant, de 45 mil habitantes, no Alto Solimões. No lado brasileiro, a Defensoria Pública do Estado do Amazonas se mobilizou para que, no ano da realização em Belém da Conferência do Clima da ONU, a COP30, Brasil e Peru se entendam, impedindo que águas contaminadas continuem a afetar a população, fauna e flora da região.
A Defensoria enviou ofícios pedindo ajuda aos ministros Mauro Vieira, das Relações Exteriores, e Marina Silva, do Meio Ambiente. Fez também um alerta sobre os riscos e impactos da poluição para povos indígenas e comunidades tradicionais. Trata-se, segundo o defensor público Rafael Barbosa, de uma "crise ambiental-diplomática" que precisa ser tratada pelo governo federal, uma vez que os rios em questão (o Javarizinho é afluente do Javari, que desemboca no Solimões) são da alçada federal. Além disso, qualquer assunto envolvendo outro país requer atenção do Itamaraty.
Procurado pelo GLOBO, o Itamaraty informou que apenas a pasta do Meio Ambiente poderia se pronunciar sobre o assunto, por ser "responsável pelo tema". De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, o governo brasileiro já levou a questão a autoridades federais peruanas em 18 de junho, na reunião do Grupo de Cooperação Ambiental Fronteiriça (Gcaf), em que os dois países abordam temas ambientais comuns. Na ocasião, o Brasil propôs a destinação compartilhada dos resíduos para um aterro sanitário, tema da pauta da próxima reunião do Gcaf, agendada para 10 de julho. É positivo o fato de Brasil e Peru já terem um plano conjunto de manejo de resíduos sólidos, com a participação da província peruana de Tahuamanu e do Estado do Acre. Mas é preciso agir com mais celeridade.
É necessário que a questão da ilha de lixo que cresce no lado brasileiro tramite com a devida urgência pelos diversos órgãos públicos. O Brasil e seus vizinhos nas fronteiras Centro-Oeste e Norte compartilham vários problemas comuns. A Bolívia tem altas taxas de desmatamento e usa fogo para abrir e limpar áreas agrícolas, com risco para as florestas brasileiras. Garimpos ilegais bolivianos e peruanos também ajudam a poluir de mercúrio rios que ultrapassam fronteiras. O combate a essas fontes de poluição precisa ser compartilhado. Se o Brasil enfrenta garimpos ilegais e a devastação de florestas, esse enfrentamento também precisa ser levado a cabo do outro lado da fronteira. Quando a diplomacia ambiental falha, o resultado são desastres como o lixão do Rio Javarizinho.
https://oglobo.globo.com/opiniao/editorial/coluna/2025/07/ilha-de-lixo-em-rio-da-amazonia-reflete-falha-da-diplomacia-ambiental.ghtml
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