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Notícias

Indígenas do Jequitinhonha (MG) lutam pela proteção de suas terras contra a mineração de lítio

02/09/2025

Autor: Katia Torres

Fonte: Brasil de Fato - https://www.brasildefato.com.br/



Indígenas do Jequitinhonha (MG) lutam pela proteção de suas terras contra a mineração de lítio
Povos da aldeia Cinta Vermelha Jundiba, em Araçuaí, receberão a Funai em outubro para negociações

A Aldeia Cinta Vermelha Jundiba, em Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha (MG), vive um momento em que a segunda retomada de seu território tradicional ganha um novo e decisivo capítulo. Com a participação do deputado federal Leonardo Monteiro (PT) e uma postura da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) que a própria comunidade considera uma reparação histórica, a mobilização, iniciada no mês passado, é impulsionada pela urgência de proteger suas terras contra a crescente mineração de lítio e pela necessidade de resolver o acesso à água.

Toakaninã Pankararu, uma das vozes da aldeia, descreve essa nova fase com otimismo cauteloso. Para ela, a Funai demonstra um reconhecimento de falhas passadas, o que se traduz em agilidade.


"Diante da falha da Funai no decorrer desta década, a fundação agilizou a vinda ao território para o início de outubro de 2025, com uma agenda construída conosco. Nos sentimos considerados e avaliamos que a Funai está reconhecendo a falha que cometeu", avalia.

Toakaninã também explica a importância da atuação parlamentar, citando como exemplo a presença do deputado federal Leonardo Monteiro. "Ele se comprometeu também a fazer essa retomada junto com a gente e entrou em contato com a Funai diretamente."


Ação da Funai
Em reunião em Brasília, no dia 20 de agosto, a presidenta da Funai, Joenia Wapichana, e sua equipe técnica discutiram com Monteiro ações conjuntas para assegurar os direitos da aldeia em Araçuaí.

A fundação ainda destacou que o objetivo é resolver, entre outras questões, a dificuldade de acesso à água no território, um problema que, embora específico, está intrinsecamente ligado aos impactos mais amplos das atividades externas, como a mineração. Wapichana ainda aproveitou o encontro para pedir o apoio do deputado no Congresso Nacional para frear o avanço de propostas legislativas prejudiciais aos povos indígenas.

A expectativa é de que a agenda marcada para outubro deste ano seja um marco decisivo para a comunidade indígena. Toakaninã revela a preparação da aldeia. "Nós temos um grupo de trabalho pronto desde 2012. Temos relatório pronto sobre a área da reserva da Aldeia Cinta Vermelha Jundiba."

Desafios e apelo por celeridade
Apesar dos avanços recentes, a retomada não ocorre sem tensões. Toakaninã Pankararu expressa a preocupação com reações racistas na região.

"É importante que esse problema seja resolvido o mais rápido possível pela Funai e pelos órgãos competentes, porque já estamos recebendo muitas críticas."

A situação é agravada pela proliferação de discursos de ódio, com a liderança alertando que a comunidade, que já sofre "discriminação e racismo", tem recebido "muitas palavras de cunho racista, discriminatório por meio da internet."

Diante disso, a representante indígena faz um apelo pela celeridade na resolução, pois "conforme vai demorando, as coisas vão se acirrando mais." A comunidade aguarda com esperança, mas também com a urgência de quem sabe que a demora pode intensificar os conflitos.

Para compreender a profundidade histórica da retomada Aldeia Cinta Vermelha Jundiba, desde a primeira até esta segunda manifestação, acesse a reportagem do Brasil de Fato MG.

Editado por: Ana Carolina Vasconcelos

https://www.brasildefato.com.br/2025/09/02/indigenas-do-jequitinhonha-mg-lutam-pela-protecao-de-suas-terras-contra-a-mineracao-de-litio/
 

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