De Povos Indígenas no Brasil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.
Notícias
Fiocruz: Negros e indígenas são as maiores vítimas das arboviroses
05/09/2025
Autor: Camila Bezerra
Fonte: Jornal GGN - https://jornalggn.com.br/
Fiocruz: Negros e indígenas são as maiores vítimas das arboviroses
Esses grupos perdem, em média, 22 anos de vida em decorrência das duas doenças, enquanto entre pessoas brancas a média é de 13 anos
Um estudo conduzido pela Fiocruz e publicado na revista The Lancet Regional Health Americas aponta que dengue e chikungunya afetam de forma desproporcional populações negras e indígenas no Brasil. A pesquisa revela que esses grupos perdem, em média, 22 anos de vida em decorrência das duas doenças, enquanto entre pessoas brancas a média é de 13 anos.
A análise mostra diferenças entre os grupos: negros registram maior perda de anos de vida pela chikungunya, enquanto os indígenas são os mais impactados pela dengue. "A motivação do estudo nasce à medida em que enxergamos que há desigualdades no Brasil e, a partir desta constatação, medimos o quanto isso reflete na vida das pessoas que adoeceram por dengue ou chikungunya", explica Thiago Cerqueira-Silva, pesquisador do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia) e líder do trabalho.
Foram analisados mais de 13 milhões de casos de dengue e 1 milhão de chikungunya registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). O estudo considerou hospitalizações, óbitos e fatores de risco como idade, sexo e comorbidades.
Entre os achados, destaca-se a desigualdade regional: jovens do Norte e do Nordeste apresentaram mais anos de vida perdidos em comparação ao Sul e ao Sudeste.
Crianças menores de 1 ano, idosos e pessoas com doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, também se mostraram mais vulneráveis. Para Cerqueira-Silva, os dados evidenciam "problema estrutural em relação a esses grupos que os torna mais vulneráveis a complicações causadas por estas doenças".
"Esta escolha de quantificar os anos de vida perdidos em grupos distintos é um diferencial da abordagem do nosso estudo no que diz respeito à investigação das duas doenças, essa é a estratégia que utilizamos para descrever o impacto da desigualdade no Brasil", continua o Cerqueira-Silva.
Os pesquisadores defendem que políticas públicas de saúde sejam orientadas por análises estratificadas, levando em conta raça, etnia e região. "Uma política pode parecer bem-sucedida na média nacional, mas falhar em atender grupos específicos", alerta o pesquisador. O Plano de Ação para Redução da Dengue e outras Arboviroses foi citado como uma das iniciativas em andamento.
O estudo, que contou com a colaboração da London School of Hygiene and Tropical Medicine (LSHTM) e da Universidade Federal da Bahia (UFBA), também reconhece limitações: não foi possível identificar os fatores determinantes das desigualdades, que podem estar ligados a condições de vida precárias ou menor acesso a serviços de saúde.
https://jornalggn.com.br/saude/fiocruz-negros-e-indigenas-sao-as-maiores-vitimas-das-arboviroses/
Esses grupos perdem, em média, 22 anos de vida em decorrência das duas doenças, enquanto entre pessoas brancas a média é de 13 anos
Um estudo conduzido pela Fiocruz e publicado na revista The Lancet Regional Health Americas aponta que dengue e chikungunya afetam de forma desproporcional populações negras e indígenas no Brasil. A pesquisa revela que esses grupos perdem, em média, 22 anos de vida em decorrência das duas doenças, enquanto entre pessoas brancas a média é de 13 anos.
A análise mostra diferenças entre os grupos: negros registram maior perda de anos de vida pela chikungunya, enquanto os indígenas são os mais impactados pela dengue. "A motivação do estudo nasce à medida em que enxergamos que há desigualdades no Brasil e, a partir desta constatação, medimos o quanto isso reflete na vida das pessoas que adoeceram por dengue ou chikungunya", explica Thiago Cerqueira-Silva, pesquisador do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia) e líder do trabalho.
Foram analisados mais de 13 milhões de casos de dengue e 1 milhão de chikungunya registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). O estudo considerou hospitalizações, óbitos e fatores de risco como idade, sexo e comorbidades.
Entre os achados, destaca-se a desigualdade regional: jovens do Norte e do Nordeste apresentaram mais anos de vida perdidos em comparação ao Sul e ao Sudeste.
Crianças menores de 1 ano, idosos e pessoas com doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, também se mostraram mais vulneráveis. Para Cerqueira-Silva, os dados evidenciam "problema estrutural em relação a esses grupos que os torna mais vulneráveis a complicações causadas por estas doenças".
"Esta escolha de quantificar os anos de vida perdidos em grupos distintos é um diferencial da abordagem do nosso estudo no que diz respeito à investigação das duas doenças, essa é a estratégia que utilizamos para descrever o impacto da desigualdade no Brasil", continua o Cerqueira-Silva.
Os pesquisadores defendem que políticas públicas de saúde sejam orientadas por análises estratificadas, levando em conta raça, etnia e região. "Uma política pode parecer bem-sucedida na média nacional, mas falhar em atender grupos específicos", alerta o pesquisador. O Plano de Ação para Redução da Dengue e outras Arboviroses foi citado como uma das iniciativas em andamento.
O estudo, que contou com a colaboração da London School of Hygiene and Tropical Medicine (LSHTM) e da Universidade Federal da Bahia (UFBA), também reconhece limitações: não foi possível identificar os fatores determinantes das desigualdades, que podem estar ligados a condições de vida precárias ou menor acesso a serviços de saúde.
https://jornalggn.com.br/saude/fiocruz-negros-e-indigenas-sao-as-maiores-vitimas-das-arboviroses/
As notícias publicadas no site Povos Indígenas no Brasil são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos .Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.