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Cientistas enviam declaração a países participantes da COP30
23/10/2025
Autor: Valéria França
Fonte: Revista Veja - https://veja.abril.com.br/
Cientistas enviam declaração a países participantes da COP30
Cientistas de mais de 30 países se reuniram para redigir um documento para alertar sobre a importância da 30ª Conferência das Partes sobre Mudanças do Clima, que acontece em novembro no Brasil, às delegações participantes. A iniciativa foi divulgada no encontro em Manaus, batizado de "Um chamado científico para a COP30", organizado pela Academia de Ciências e Rede Interamericana de Academias de Ciências. Trata-se de uma apelo para lá de justificado, que ocorre em um momento em que as florestas tropicais se aproximam de chamado "ponto crítico" - quando correm o risco de perder sua função como sumidouro de carbono. Em outras palavras: quando perdem a capacidade de absorver mais do que emitir CO2. A lista é longa dos muitos eventos que continuamente colaboram para isso: desmatamento, queimadas, atividades ilegais, mineração predatória, além de grandes obras de infraestrutura e expansão descontrolada da agricultura - situações que têm provocado mudanças de regime da vegetação, degradação florestal, fragmentação de habitats e erosão da resiliência ecológica.
Ao mesmo tempo, os impactos da mudança climática já são evidentes. Entre eles, o aumento das temperaturas médias, alterações nos regimes de chuva e secas, incêndios e inundações cada vez mais frequentes e intensos. "Esses fenômenos já não são projeções, mas realidades vividas na América do Sul, na África e na Ásia", cita o documento. Os cientistas lembram que a degradação dos sistemas naturais não ameaça apenas a subsistência e direitos dos povos originários dessas, mas "também a estabilidade social e econômica de nações inteiras. Ignorar essa crise multidimensional - que combina injustiça ambiental, desigualdade histórica e risco existencial - é inaceitável. "
O grupo chama a atenção que sem conservação e recuperação das florestas tropicais será impossível alcançar uma estabilidade climática. Na tentativa de reverter o cenário de degradação e aquecimento do clima, a ciência deve cumprir seu papel como fonte confiável de evidências, ferramenta de planejamento estratégico e base para decisões urgentes e informadas, apontam. Para isso, as ações necessárias devem ir além da conservação ambiental: incluem o fortalecimento da infraestrutura científica nas regiões tropicais, a proteção dos direitos territoriais e culturais dos povos indígenas e a transição para economias sustentáveis, baseadas no conhecimento e impulsionadas pela inovação.
O conhecimento para agir já está disponível, as tecnologias existem e caminhos alternativos foram traçados. O que falta é vontade política, cooperação internacional efetiva e compromisso global de longo prazo. A ciência está pronta - mas precisa ser ouvida. Entre as recomendações de ações na área científica, está reforçar a cooperação internacional em prol da proteção de florestas tropicais e ampliar investimentos em ciência orientada a missões concretas, voltada a problemas como restauração florestal, recuperação de áreas degradadas, monitoramento do ciclo hidrológico, vigilância ambiental para prevenção de doenças, desenvolvimento de tecnologias sociais, manejo sustentável da biodiversidade e inovação tecnológica em sistemas de uso da terra e mitigação dos impactos das mudanças climáticas. A COP30, dizem os cientistas, é o momento para que a biodiversidade seja recolocada no centro das decisões globais. E o momento é crucial -sim, porque o mundo já esquentou mais do que o limite 1,5 oC previsto no Acordo de Paris e os eventos extremos já estão aí com destruições, mortes e sofrimento.
https://veja.abril.com.br/agenda-verde/cientistas-enviam-declaracao-a-paises-participantes-da-cop30/
Cientistas de mais de 30 países se reuniram para redigir um documento para alertar sobre a importância da 30ª Conferência das Partes sobre Mudanças do Clima, que acontece em novembro no Brasil, às delegações participantes. A iniciativa foi divulgada no encontro em Manaus, batizado de "Um chamado científico para a COP30", organizado pela Academia de Ciências e Rede Interamericana de Academias de Ciências. Trata-se de uma apelo para lá de justificado, que ocorre em um momento em que as florestas tropicais se aproximam de chamado "ponto crítico" - quando correm o risco de perder sua função como sumidouro de carbono. Em outras palavras: quando perdem a capacidade de absorver mais do que emitir CO2. A lista é longa dos muitos eventos que continuamente colaboram para isso: desmatamento, queimadas, atividades ilegais, mineração predatória, além de grandes obras de infraestrutura e expansão descontrolada da agricultura - situações que têm provocado mudanças de regime da vegetação, degradação florestal, fragmentação de habitats e erosão da resiliência ecológica.
Ao mesmo tempo, os impactos da mudança climática já são evidentes. Entre eles, o aumento das temperaturas médias, alterações nos regimes de chuva e secas, incêndios e inundações cada vez mais frequentes e intensos. "Esses fenômenos já não são projeções, mas realidades vividas na América do Sul, na África e na Ásia", cita o documento. Os cientistas lembram que a degradação dos sistemas naturais não ameaça apenas a subsistência e direitos dos povos originários dessas, mas "também a estabilidade social e econômica de nações inteiras. Ignorar essa crise multidimensional - que combina injustiça ambiental, desigualdade histórica e risco existencial - é inaceitável. "
O grupo chama a atenção que sem conservação e recuperação das florestas tropicais será impossível alcançar uma estabilidade climática. Na tentativa de reverter o cenário de degradação e aquecimento do clima, a ciência deve cumprir seu papel como fonte confiável de evidências, ferramenta de planejamento estratégico e base para decisões urgentes e informadas, apontam. Para isso, as ações necessárias devem ir além da conservação ambiental: incluem o fortalecimento da infraestrutura científica nas regiões tropicais, a proteção dos direitos territoriais e culturais dos povos indígenas e a transição para economias sustentáveis, baseadas no conhecimento e impulsionadas pela inovação.
O conhecimento para agir já está disponível, as tecnologias existem e caminhos alternativos foram traçados. O que falta é vontade política, cooperação internacional efetiva e compromisso global de longo prazo. A ciência está pronta - mas precisa ser ouvida. Entre as recomendações de ações na área científica, está reforçar a cooperação internacional em prol da proteção de florestas tropicais e ampliar investimentos em ciência orientada a missões concretas, voltada a problemas como restauração florestal, recuperação de áreas degradadas, monitoramento do ciclo hidrológico, vigilância ambiental para prevenção de doenças, desenvolvimento de tecnologias sociais, manejo sustentável da biodiversidade e inovação tecnológica em sistemas de uso da terra e mitigação dos impactos das mudanças climáticas. A COP30, dizem os cientistas, é o momento para que a biodiversidade seja recolocada no centro das decisões globais. E o momento é crucial -sim, porque o mundo já esquentou mais do que o limite 1,5 oC previsto no Acordo de Paris e os eventos extremos já estão aí com destruições, mortes e sofrimento.
https://veja.abril.com.br/agenda-verde/cientistas-enviam-declaracao-a-paises-participantes-da-cop30/
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