De Povos Indígenas no Brasil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.

Notícias

Na capital federal, lideranças indígenas da Bahia ecoam vozes de resistência e cobram demarcações de seus territórios

05/11/2025

Fonte: Cimi - https://cimi.org.br



Indígenas povos Pataxó e Tupinambá de Eunápolis cobram a demarcação de seus territórios tradicionais e a constitucionalidade da Lei 14.701/2023, do marco temporal, em semana de incidências em Brasília

Com os processos demarcatórios paralisados, indígenas dos povos Pataxó e Tupinambá de Eunápolis, da Bahia, desembarcaram na capital federal entre os dias 27 e 31 de outubro. Ao longo da semana, a delegação realizou uma série de incidências políticas e culturais em órgãos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

As lideranças fazem parte da Federação Indígena das Nações Pataxó e Tupinambá (FINPAT).

A delegação, composta por cerca de 33 indígenas, reivindica a demarcação e a proteção de seus territórios tradicionais. Entre as demandas, está a assinatura da Portaria Declaratória dos territórios tradicionais dos povos Pataxó - em especial das Terras Indígenas (TIs) Barra Velha e Comexatibá -, Tupinambá de Belmonte e Tupinambá de Olivença, no sul da Bahia, e Tumbalalá, no norte do estado.

"A violência se agrava no sul da Bahia, com ataques e fugas sistemáticas de indígenas, e crianças obrigadas a dormir no mato e na chuva para não morrerem"

A delegação reforça: "Essas portarias devem ser assinadas o mais breve possível, já que não há nenhum impedimento jurídico - é só ter vontade política para sanar as violências que os povos vêm sofrendo cotidianamente". Destacam ainda a preocupação com a distância institucional e a falta de conectividade nos territórios. Enquanto isso, "a violência se agrava no sul da Bahia, com ataques e fugas sistemáticas de indígenas, e crianças obrigadas a dormir no mato e na chuva para não morrerem", denunciam.

Do Supremo Tribunal Federal (STF) e de seu recém-empossado presidente, Edson Fachin, os indígenas cobram a conclusão do julgamento de repercussão geral que trata dos direitos constitucionais dos povos originários e pedem a declaração de inconstitucionalidade da Lei 14.701/2023, conhecida como "Lei do Marco Temporal".

"Essas portarias devem ser assinadas o mais breve possível, já que não há nenhum impedimento jurídico - é só ter vontade política"

Em Brasília, os indígenas foram recebidos por pelo menos doze órgãos e, em cada um deles, denunciaram perseguições, difamações contra as comunidades indígenas e acusações injustas: "Associam indígenas ao tráfico e à criminalidade - estratégias que buscam criminalizar e enfraquecer as lutas pelos territórios tradicionais".

Razões pelas quais solicitam uma visita dos órgãos de Estado aos territórios, para "verificar de perto a gravidade da situação e buscar soluções que garantam a segurança e os direitos dos povos indígenas".

"Os indígenas denunciam perseguições, difamações contra as comunidades indígenas e acusações injustas: associam os indígenas ao tráfico e à criminalidade"

O aumento da violência nos territórios Pataxó e Tupinambá "é uma consequência direta das invasões, ameaças e discursos de ódio que têm se intensificado na região, sendo urgente uma ação efetiva do Estado para proteger as comunidades e assegurar a justiça", afirmam as lideranças da FINPAT.

Mesmo que por alguns minutos, os indígenas estiveram na presença do presidente Lula, de quem cobraram a demarcação das terras indígenas. O encontro ocorreu durante a posse do ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Guilherme Boulos.

"Cada passo é resistência, cada voz é luta, cada presença é afirmação dos nossos direitos!"

O fortalecimento da educação especial e inclusiva, da educação bilíngue de surdos no contexto da Educação Escolar Indígena, da saúde, da sustentabilidade e de novas parcerias - com respeito às diversidades linguísticas e culturais dos povos originários - também esteve na pauta da delegação.

Após uma semana intensa em Brasília, os indígenas avaliam que "cada passo é resistência, cada voz é luta, cada presença é afirmação dos nossos direitos!".

"Essa incidência teve um caráter animador e positivo para que os direitos dos povos originários da Bahia sejam garantidos definitivamente com a assinatura das Portarias Declaratórias", pontua Janaína Nunes, do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) Regional Leste, que acompanhou a delegação em Brasília.

https://cimi.org.br/2025/11/na-capital-federal-indigenas-bahia-cobram-demarcacoes/
 

As notícias publicadas no site Povos Indígenas no Brasil são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos .Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.