De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
Mulheres indígenas compartilham trajetórias e seu protagonismo em defesa da Terra durante a COP30
13/11/2025
Fonte: Funai - https://www.gov.br
O protagonismo das mulheres indígenas deve alcançar espaços de decisão, incluindo a gestão pública. Com essa reflexão, a presidenta da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana, discorreu sobre o assunto ao participar do debate "Mulheres pela Terra e pelo Clima: honrando a sabedoria das mulheres indígenas". O evento foi promovido pela organização Nia Tero, na quarta-feira (12), na Casa Maraká, espaço da Mídia Indígena na COP30, em Belém (PA).
A presidenta da Funai refletiu sobre o significado de ser mulher e indígena em um mundo que ainda impõe barreiras. Joenia destacou que a ancestralidade é a base que move sua atuação e a de tantas outras mulheres. Para ela, o que faz a diferença é "utilizar os nossos caminhos para mostrar outros caminhos, abrir possibilidades", acreditando sempre que é possível "mudar as regras deste mundo" por meio da resistência e da coletividade.
"Nós somos capazes de gerir, coordenar e administrar. Por que não uma mulher indígena presidir uma instituição pública?", indagou. Segundo a presidenta da Funai, ocupar esses espaços é um passo fundamental para transformar estruturas históricas. "Posso ser a primeira, mas não quero ser a única nem a última. A minha responsabilidade é apoiar as mulheres indígenas que estão vindo", completou.
Ao compartilhar sua trajetória, Joenia Wapichana lembrou os desafios de se tornar a primeira mulher indígena advogada do Brasil, rompendo preconceitos e enfrentando o racismo nas cidades. Segundo ela, a busca por educação nunca significou se afastar das origens, mas sim fortalecer a comunidade. "Buscamos a educação não para sair da aldeia, mas para fortalecer quem ficou, para lutar por uma escola indígena que hoje já é uma realidade", destacou.
Resistência coletiva
A mesa de debate foi mediada pela coordenadora-geral da Mídia Indígena, Priscila Tapajoawara, e contou com a participação da deputada federal Célia Xakriabá, indígena de Minas Gerias; da artista e liderança Ehuana Yanomami; da assessora internacional da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Alana Manchineri; e da secretária dos Povos Indígenas do Pará, Puyr Tembé.
Alana Manchineri reforçou a importância da união e da ancestralidade feminina na continuidade das lutas. Ela lembrou que o fortalecimento do movimento indígena na Amazônia foi possível graças às mulheres que abriram caminhos antes dela e de tantas outras indígenas. "A organização de mulheres da Amazônia foi o que sustentou a Coiab para que ela pudesse existir hoje como uma grande potência", observou, ressaltando que a história das mulheres é, acima de tudo, coletiva.
Alana destacou ainda que a força das mulheres está na coerência entre discurso e prática. "A nossa esperança precisa vir do exemplo, e o nosso discurso precisa estar alinhado à nossa prática", disse. A representante da Coiab deixou como reflexão uma mensagem de esperança voltada às novas gerações, lembrando das crianças indígenas que acompanham as lideranças em espaços políticos e comunitários. "Um dia eu também fui uma dessas crianças. Quando vejo as meninas e meninos indígenas participando das assembleias, percebo que o nosso legado está sendo construído com eles", observou.
A artista e liderança Ehuana Yanomami levou ao debate a sabedoria ancestral e a relação espiritual e material com a floresta. Falando em sua língua originária, Ehuana contou que nasceu e cresceu "no chão da floresta". "A floresta é quem nos alimenta, é onde coletamos os frutos, fazemos nossas roças e criamos nossos filhos. E se a floresta acabar, o que vamos comer? Quem irá nos alimentar?", questionou.
Ao relatar a criação do encontro das mulheres Yanomami, Ehuana destacou o fortalecimento recente das mulheres de seu povo. Segundo ela, "antigamente eram os homens que estavam sempre lutando", mas hoje as mulheres também assumem o papel de defensoras da floresta. "Pensamos: será que também podemos fazer assim? E hoje estamos fazendo. Abrimos o caminho da luta das mulheres Yanomami, porque queremos defender a nossa terra e a nossa floresta", afirmou.
https://www.gov.br/funai/pt-br/assuntos/noticias/2025/mulheres-indigenas-compartilham-trajetorias-e-seu-protagonismo-em-defesa-da-terra-durante-a-cop30
A presidenta da Funai refletiu sobre o significado de ser mulher e indígena em um mundo que ainda impõe barreiras. Joenia destacou que a ancestralidade é a base que move sua atuação e a de tantas outras mulheres. Para ela, o que faz a diferença é "utilizar os nossos caminhos para mostrar outros caminhos, abrir possibilidades", acreditando sempre que é possível "mudar as regras deste mundo" por meio da resistência e da coletividade.
"Nós somos capazes de gerir, coordenar e administrar. Por que não uma mulher indígena presidir uma instituição pública?", indagou. Segundo a presidenta da Funai, ocupar esses espaços é um passo fundamental para transformar estruturas históricas. "Posso ser a primeira, mas não quero ser a única nem a última. A minha responsabilidade é apoiar as mulheres indígenas que estão vindo", completou.
Ao compartilhar sua trajetória, Joenia Wapichana lembrou os desafios de se tornar a primeira mulher indígena advogada do Brasil, rompendo preconceitos e enfrentando o racismo nas cidades. Segundo ela, a busca por educação nunca significou se afastar das origens, mas sim fortalecer a comunidade. "Buscamos a educação não para sair da aldeia, mas para fortalecer quem ficou, para lutar por uma escola indígena que hoje já é uma realidade", destacou.
Resistência coletiva
A mesa de debate foi mediada pela coordenadora-geral da Mídia Indígena, Priscila Tapajoawara, e contou com a participação da deputada federal Célia Xakriabá, indígena de Minas Gerias; da artista e liderança Ehuana Yanomami; da assessora internacional da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Alana Manchineri; e da secretária dos Povos Indígenas do Pará, Puyr Tembé.
Alana Manchineri reforçou a importância da união e da ancestralidade feminina na continuidade das lutas. Ela lembrou que o fortalecimento do movimento indígena na Amazônia foi possível graças às mulheres que abriram caminhos antes dela e de tantas outras indígenas. "A organização de mulheres da Amazônia foi o que sustentou a Coiab para que ela pudesse existir hoje como uma grande potência", observou, ressaltando que a história das mulheres é, acima de tudo, coletiva.
Alana destacou ainda que a força das mulheres está na coerência entre discurso e prática. "A nossa esperança precisa vir do exemplo, e o nosso discurso precisa estar alinhado à nossa prática", disse. A representante da Coiab deixou como reflexão uma mensagem de esperança voltada às novas gerações, lembrando das crianças indígenas que acompanham as lideranças em espaços políticos e comunitários. "Um dia eu também fui uma dessas crianças. Quando vejo as meninas e meninos indígenas participando das assembleias, percebo que o nosso legado está sendo construído com eles", observou.
A artista e liderança Ehuana Yanomami levou ao debate a sabedoria ancestral e a relação espiritual e material com a floresta. Falando em sua língua originária, Ehuana contou que nasceu e cresceu "no chão da floresta". "A floresta é quem nos alimenta, é onde coletamos os frutos, fazemos nossas roças e criamos nossos filhos. E se a floresta acabar, o que vamos comer? Quem irá nos alimentar?", questionou.
Ao relatar a criação do encontro das mulheres Yanomami, Ehuana destacou o fortalecimento recente das mulheres de seu povo. Segundo ela, "antigamente eram os homens que estavam sempre lutando", mas hoje as mulheres também assumem o papel de defensoras da floresta. "Pensamos: será que também podemos fazer assim? E hoje estamos fazendo. Abrimos o caminho da luta das mulheres Yanomami, porque queremos defender a nossa terra e a nossa floresta", afirmou.
https://www.gov.br/funai/pt-br/assuntos/noticias/2025/mulheres-indigenas-compartilham-trajetorias-e-seu-protagonismo-em-defesa-da-terra-durante-a-cop30
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