De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias

Aldeia COP celebra inauguração de espaço em universidade do Pará como território de diálogo indígena

25/11/2025

Fonte: Funai - https://www.gov.br



As demandas apresentadas pelos povos indígenas na COP30, especialmente a demarcação e a proteção territorial, foram incorporadas às discussões e aparecem como elementos centrais para as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) do Brasil, alinhadas à mitigação climática e à defesa da biodiversidade. O feito foi conquistado pelos povos indígenas com apoio da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e do Ministério dos Povos Indígenas (MPI).

Para representar a presença indígena no evento, ocorrido de 10 a 21 de novembro, em Belém (PA), a cerimônia de encerramento da Aldeia COP, na quinta-feira (20), foi marcada pela inauguração da placa do Domo - Oca Central, na Escola de Aplicação da Universidade Federal do Pará (UFPA). Viabilizado pelo MPI, o espaço foi construído especialmente para a COP30 e tornou-se um território indígena de diálogo, acolhimento e partilha, consolidando-se como um legado permanente para as futuras gerações.

A placa inaugurada destaca o compromisso institucional do Estado brasileiro com a presença, o protagonismo e a proteção dos povos indígenas na agenda climática global.

Participação indígena

A Aldeia COP nasceu da articulação de coletivos de mulheres, juventudes e lideranças territoriais que reivindicavam espaço próprio na COP30. O local recebeu mais de 8,1 mil credenciados, 3 mil indígenas hospedados, 5,1 mil visitantes de 114 nacionalidades e representantes de 108 etnias.

O espaço também abrigou o Pavilhão do Futuro, experiência imersiva construída pelo MPI sobre devastação, desintrusão e reconstrução dos territórios indígenas, com destaque para o caso Yanomami e as 12 ações de desintrusão conduzidas desde 2023 pelo Governo Federal.

A presidenta da Funai, Joenia Wapichana, enfatizou que a COP30 ficará marcada como a edição com maior presença e participação indígena da história, resultado da mobilização nacional e internacional que precedeu o evento. "Cada povo que veio, que se preparou, que marchou, cantou, rezou e debateu, ajudou a construir este marco. A Aldeia COP é um território de articulação, espiritualidade e cultura, e celebra o esforço coletivo para fortalecer nossa pauta no enfrentamento à crise climática".

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, celebrou a inauguração da placa e o encerramento das atividades da Aldeia COP e reforçou que o espaço se tornou referência mundial ao colocar os povos originários no centro de debates do evento.

"A Aldeia COP nasceu da decisão de construir nosso próprio território para receber bem os povos indígenas do Brasil e do mundo. Transformamos esse espaço em diálogo, espiritualidade e luta. Pela primeira vez na história das COPs, os povos indígenas estiveram no centro do debate global, influenciando decisões e mostrando que não é possível enfrentar a crise climática sem reconhecer nossos territórios."

O reitor da UFPA, Gilmar Pereira da Silva, salientou que a universidade se tornou, durante a COP30, um território indígena destinado ao acolhimento de delegações de várias regiões do mundo. "O principal legado dessa COP é romper com a verticalização dos saberes. A universidade reafirma sua missão de dialogar de forma horizontal com os conhecimentos indígenas, que sustentam a floresta e protegem a vida. A presença massiva dos povos indígenas aqui mostra a importância de fazer esta COP na Amazônia."

O coordenador executivo da Articulação Povos Indígenas do Brasil, Kleber Karipuna, ressaltou a força da participação indígena nas negociações e mobilizações durante as duas semanas de conferência. "Essa foi a COP da cara do povo. Mais de 3,5 mil indígenas do Brasil circularam pelos espaços oficiais e pela cidade de Belém, marcando presença nas plenárias, nas negociações e nas ruas. Tivemos conquistas importantes, como homologações, declarações de terras indígenas e anúncios de proteção territorial. O Brasil mostrou ao mundo que compromisso assumido é compromisso cumprido."

Também participaram do encerramento das atividades da Aldeia COP, a diretora-executiva da Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (ANMIGA), Jozileia Kaingang; a chefe de gabinete da Secretaria de Estado dos Povos Indígenas (Sepi), do Governo do Estado do Pará, Milena Cavalcante; e o diretor da Escola de Aplicação da UFPA, Edilson dos Passos Neri Júnior, além das diversas lideranças indígenas que protagonizaram as atividades no espaço.

https://www.gov.br/funai/pt-br/assuntos/noticias/2025/aldeia-cop-celebra-inauguracao-de-espaco-em-universidade-do-para-como-territorio-de-dialogo-indigena
 

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