De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
PL da Devastação é o maior retrocesso em mais de quatro décadas
28/11/2025
Autor: Txai Suruí
Fonte: FSP - https://www1.folha.uol.com.br/colunas/txai-surui/2025/11/pl-da-devastacao-e-o-maior-retrocesso
PL da Devastação é o maior retrocesso em mais de quatro décadas
Parlamentares não se importam se pessoas sofrerão devido às mudanças climáticas
Os que votaram contra os vetos de Lula serão lembrados nas próximas eleições
Txai Suruí
Coordenadora da Associação de Defesa Etnoambiental - Kanindé
28.nov.2025 às 20h47
Individualistas mercenários ocupando o Congresso não se importam se pessoas sofrerão em decorrência das emergências climáticas; como já sofrem milhões no mundo, como viveu há pouco o estado do Paraná com um tornado que destruiu cidades, como acontecerá com Tuvalu, país que irá desaparecer por causa do aumento do nível do mar; tudo consequência das mudanças do clima.
Esses, que não se importam com as próximas gerações e visam apenas o lucro econômico de setores que vêm ganhando com a destruição da natureza e a violação de direitos humanos, derrubaram os vetos ao PL da Devastação, que altera profundamente o licenciamento ambiental e enfraquece a proteção de territórios. Eximem-se de responsabilidades e querem permissão para acabar com áreas de preservação.
A imagem mostra uma área de floresta densa com fumaça e chamas visíveis. A vegetação é predominantemente verde, mas há áreas onde o fogo está ativo, criando uma nuvem de fumaça que se eleva no ar. O céu está nublado, e a cena retrata um ambiente de destruição florestal.
Queimada em área desmatada às margens de um ramal da rodovia BR-319, no sul do Amazonas - Lalo de Almeida - 24.set.25/Folhapress
O PL da Devastação é considerado o maior retrocesso na política ambiental do país em mais de quatro décadas. Quase como um deboche ou uma zombaria, a derrubada dos vetos aconteceu uma semana depois da COP30, que ocorreu em Belém, no Pará. Enquanto o mundo se reunia e discutia, buscando um consenso para combater a crise do clima, o Congresso planejava como agravá-la ainda mais.
A lei, que é inconstitucional, aumenta o risco de desastres ambientais, promove um desmonte na proteção ambiental e de direitos -ao conceder o licenciamento ambiental de forma automática, sem coordenação técnica federal- e permite que grandes obras e barragens avancem sem estudos de impacto ambiental e de riscos.
Com avaliações superficiais, essa flexibilização acelera a aprovação de projetos de alto impacto e avança com esses empreendimentos sobre territórios indígenas, quilombolas, ribeirinhos e comunidades periféricas. Em um país com enorme racismo ambiental e desigualdade social, querem piorar ainda mais a vida das nossas comunidades.
Essa nova lei terá impacto sobre 80% dos territórios quilombolas e 32% dos territórios indígenas em processo de demarcação, segundo o Instituto Socioambiental. Vivemos Mariana e Brumadinho, mas, assim como os golpistas, eles querem agora anistia para aqueles que cometem crimes ambientais.
Colocarão ainda sob maior risco a mata atlântica, o bioma mais ameaçado do país, liberando o desmatamento com o aval apenas dos municípios, ignorando a Lei da Mata Atlântica. É o fim dos tempos, pois o Congresso está tentando acabar com o clima, com os rios, com as matas, com as comunidades, com qualquer coisa que possa nos garantir um futuro possível e um lar habitável.
Os que votaram para derrubar os vetos do presidente Lula fizeram uma declaração de guerra contra o meio ambiente e contra todo o planeta. Que esses nas próximas eleições sejam lembrados como defensores da morte e da destruição.
Apesar desse golpe, nos reergueremos contra aqueles que atentam contra nosso futuro. A luta não acabou. Organizações como o Observatório do Clima já anunciaram que irão ao STF contestar a constitucionalidade dessa lei, que viola o art. 225 da Constituição, que diz que todos os cidadãos e cidadãs têm direito a um ambiente saudável. Vamos todos juntos dizer NÃO ao PL da Devastação.
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/txai-surui/2025/11/pl-da-devastacao-e-o-maior-retrocesso-em-mais-de-quatro-decadas.shtml
Parlamentares não se importam se pessoas sofrerão devido às mudanças climáticas
Os que votaram contra os vetos de Lula serão lembrados nas próximas eleições
Txai Suruí
Coordenadora da Associação de Defesa Etnoambiental - Kanindé
28.nov.2025 às 20h47
Individualistas mercenários ocupando o Congresso não se importam se pessoas sofrerão em decorrência das emergências climáticas; como já sofrem milhões no mundo, como viveu há pouco o estado do Paraná com um tornado que destruiu cidades, como acontecerá com Tuvalu, país que irá desaparecer por causa do aumento do nível do mar; tudo consequência das mudanças do clima.
Esses, que não se importam com as próximas gerações e visam apenas o lucro econômico de setores que vêm ganhando com a destruição da natureza e a violação de direitos humanos, derrubaram os vetos ao PL da Devastação, que altera profundamente o licenciamento ambiental e enfraquece a proteção de territórios. Eximem-se de responsabilidades e querem permissão para acabar com áreas de preservação.
A imagem mostra uma área de floresta densa com fumaça e chamas visíveis. A vegetação é predominantemente verde, mas há áreas onde o fogo está ativo, criando uma nuvem de fumaça que se eleva no ar. O céu está nublado, e a cena retrata um ambiente de destruição florestal.
Queimada em área desmatada às margens de um ramal da rodovia BR-319, no sul do Amazonas - Lalo de Almeida - 24.set.25/Folhapress
O PL da Devastação é considerado o maior retrocesso na política ambiental do país em mais de quatro décadas. Quase como um deboche ou uma zombaria, a derrubada dos vetos aconteceu uma semana depois da COP30, que ocorreu em Belém, no Pará. Enquanto o mundo se reunia e discutia, buscando um consenso para combater a crise do clima, o Congresso planejava como agravá-la ainda mais.
A lei, que é inconstitucional, aumenta o risco de desastres ambientais, promove um desmonte na proteção ambiental e de direitos -ao conceder o licenciamento ambiental de forma automática, sem coordenação técnica federal- e permite que grandes obras e barragens avancem sem estudos de impacto ambiental e de riscos.
Com avaliações superficiais, essa flexibilização acelera a aprovação de projetos de alto impacto e avança com esses empreendimentos sobre territórios indígenas, quilombolas, ribeirinhos e comunidades periféricas. Em um país com enorme racismo ambiental e desigualdade social, querem piorar ainda mais a vida das nossas comunidades.
Essa nova lei terá impacto sobre 80% dos territórios quilombolas e 32% dos territórios indígenas em processo de demarcação, segundo o Instituto Socioambiental. Vivemos Mariana e Brumadinho, mas, assim como os golpistas, eles querem agora anistia para aqueles que cometem crimes ambientais.
Colocarão ainda sob maior risco a mata atlântica, o bioma mais ameaçado do país, liberando o desmatamento com o aval apenas dos municípios, ignorando a Lei da Mata Atlântica. É o fim dos tempos, pois o Congresso está tentando acabar com o clima, com os rios, com as matas, com as comunidades, com qualquer coisa que possa nos garantir um futuro possível e um lar habitável.
Os que votaram para derrubar os vetos do presidente Lula fizeram uma declaração de guerra contra o meio ambiente e contra todo o planeta. Que esses nas próximas eleições sejam lembrados como defensores da morte e da destruição.
Apesar desse golpe, nos reergueremos contra aqueles que atentam contra nosso futuro. A luta não acabou. Organizações como o Observatório do Clima já anunciaram que irão ao STF contestar a constitucionalidade dessa lei, que viola o art. 225 da Constituição, que diz que todos os cidadãos e cidadãs têm direito a um ambiente saudável. Vamos todos juntos dizer NÃO ao PL da Devastação.
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/txai-surui/2025/11/pl-da-devastacao-e-o-maior-retrocesso-em-mais-de-quatro-decadas.shtml
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