De Povos Indígenas no Brasil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.

Notícias

Secretário vê risco de novo confronto em MS

17/02/2004

Fonte: OESP, Nacional, p. A9



Secretário vê risco de novo confronto em MS
Caiovás-guaranis querem vingança contra fazendeiros, depois que índio foi ferido a bala

João Naves de Oliveira
Especial para o Estado

Os índios caiovás-guaranis de Mato Grosso do Sul pegaram armas, pintaram-se para a guerra e preparam uma vingança contra os fazendeiros da região, informou ontem o secretário de Segurança Pública do Estado, Dagoberto Nogueira Filho. Anteontem, num conflito com troca de tiros, o índio Décio Lemes, que acampa em uma das fazendas invadidas, a São Jorge, foi ferido no peito e teve de ser hospitalizado.

A Diretoria-Geral da Polícia Civil designou uma equipe especial de policiais para investigar o conflito. O delegado encarregado da apuração, Claudinei Galinari, está ouvindo relatos de índios, empregados da fazenda e fazendeiros.
Ontem de manhã, índios patrulhavam a estrada de terra que liga Japorã a Iguatemi, centro do conflito, a 457 quilômetros de Campo Grande. Foi ali que houve o confronto de domingo, quando a tribo apreendeu um ônibus e feriu uma passageira. Os índios ainda quebraram o pára-brisa de uma caminhonete.

Testemunhas dizem ter ouvido 5 ou 6 disparos na confusão. Um dos tiros acertou Décio.

A Fazenda São Jorge foi a primeira a ser invadida pelos caiovás, em 22 de dezembro, iniciando uma série de invasões que culminou com 14 propriedades rurais ocupadas, entre Japorã e Iguatemi. Após negociação, os invasores resolveram desocupar 11 delas, ficando concentrados em 3 fazendas até que as terras que reivindicam sejam legalizadas pelo governo.

Caminhonete - Segundo a versão do fazendeiro Walfrido Medeiros Chaves, os funcionários da São Jorge foram buscar cavalos que os índios levaram para a Aldeia Porto Lindo, após um acordo com os índios, mas próximo da aldeia foram atacados. Ele disse que os capatazes foram cercados e, tentando intimidá-los, um dos empregados da fazenda disparou.

Segundo o índio Gumercindo Fernandes, que estava no local, um homem a serviço do fazendeiro Pedro Fernandes Neto estava conduzindo um Fiat Uno de cor escura e dando proteção aos funcionários, que estava em uma caminhonete.

Os tiros teriam partido dos ocupantes da caminhonete.


OESP, 17/02/2004, Nacional, p. A9
 

As notícias publicadas no site Povos Indígenas no Brasil são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos .Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.