De Povos Indígenas no Brasil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.

Notícias

Mágoa pela demora da Justiça

22/02/2002

Fonte: Zero Hora-Porto Alegre-RS



Aléssio de Oliveira vê com satisfação os campos cultivados com soja e milho. Com um facão, passa a tarde limpando a lavoura de plantas invasoras, e planejando a colheita. Aos 32 anos, ele, a mulher e os dois filhos estão firmando raízes na terra em que seus pais nasceram e onde imaginavam viver até o final da vida. Mas Aléssio guarda profunda mágoa com a demora da Justiça no processo que poderia ter devolvido a terra aos caingangues há muitos anos.

Seu pai, o cacique Luís de Oliveira, nasceu em Ventarra Alta, de onde foi expulso aos 17 anos. Em 1991, Oliveira liderou o grupo de índios que ingressou com a ação judicial na tentativa de retomar a posse das terras para a comunidade e, em 1993, voltou a liderar o grupo de famílias que, mesmo sem decisão da Justiça, ocupou a localidade.

Uma pequena capela existente em Ventarra Alta serviu de moradia durante os últimos oito anos para o cacique e seus filhos, e quando os primeiros colonos deixaram a área, Oliveira se mudou para uma das casas liberadas pelos agricultores. Mas depois de seis meses, Oliveira morreu sem ver realizado o sonho de vencer a disputa judicial.

- Agora, não posso descansar enquanto não houver o desfecho desta ação - desabafa Aléssio.
 

As notícias publicadas no site Povos Indígenas no Brasil são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos .Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.