De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
Índio yanomami é autorizado para voltar a Manaus
04/04/2008
Fonte: Diário do Nordeste
Ele estava, há três meses, no Ceará, e diante da dificuldade de comunicação, tentou fugir duas vezes do hospital
O índio yanomami Frank Abrueweteri Yanomami, de 33 anos, internado desde o dia 4 de março, no Hospital Walter Cantídio (HUWC), foi autorizado a retornar para Manaus. Natural da aldeia "Marani", no interior do Amazonas, o índio chegou ao Ceará, em janeiro, para consulta médica. Mas ao manifestar peritonite, teve que ser internado.
Em visita ao hospital, o Diário do Nordeste apurou que o acompanhante do índio, o intérprete Cristofesson Martins, também precisou ser internado, só que no Hospital São José, por estar com malária. E, ao obter alta, Cristofesson contraiu meningite, deixando Yanomami sem tradutor. A falta de comunicação já fez com que ele tentasse fugir duas vezes.
No hospital
Como explica o diretor do HUWC, o médico Sílvio Furtado, "por intecorrências médicas, o acompanhante e tradutor esteve ausente no hospital por vários dias, período em que o paciente Yanomami continuou a ser acompanhado por integrantes da Copice (Coordenação das Organizações dos Povos Indígenas no Ceará), que infelizmente não falam a língua yanomami".
Sílvio Furtado ressalta, entretanto, que não entrou em contato com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), como dito pela reportagem divulgada ontem, mas sim com o Serviço e Cooperação com o Povo Yanomami (Secoya), em Manaus, onde o intérprete Cristofesson Martins trabalha. "Solicitei então que resolvessem o problema e nos enviassem outro tradutor, o mais breve possível, o que só ocorreu efetivamente em 31 de março".
Em nota divulgada ontem, a Funasa informou que desde o dia 18 de janeiro, "foi disponibilizado outro intérprete, além de outro indígena para acompanhar Frank Abrueweteri Yanomami, indígena internado no Hospital Universitário Walter Cantídio". A Funasa, no entanto, não informa o nome do atual acompanhante nem do atual interprete do índio.
Mesmo contra todas as evidências, o órgão diz, ainda, que o índio, que aguarda na fila por um transplante de fígado, não ficou, "em nenhum momento de sua estadia no Ceará", sem acompanhante.
"Frente ao desejo do paciente em retornar à aldeia Marani, no Amazonas, e o comportamento de recusar o tratamento, mesmo com todos os riscos declarados pela equipe médica em relação ao deslocamento - quanto à patologia - , a Funasa, em contato com a Funai, e mediante assinatura de termo de responsabilidade do intérprete e acompanhante, autorizou o retorno do paciente a Manaus", diz a nota.
FIQUE POR DENTRO
Idioma se divide em quatro dialetos
Os yanomami são um dos povos mais antigos e primitivos do planeta. Sua história de contato com a civilização branca é recente, tendo se estreitado, fundamentalmente, a partir dos anos 70. O complexo e difícil idioma yanomami divide-se em quatro dialetos: Yanã, Yanomã, Yanomamó e Sanumá. Os Yanomami são um povo nômade. Uma de suas características é a fragmentação das aldeias, que sempre gera novos grupos
O índio yanomami Frank Abrueweteri Yanomami, de 33 anos, internado desde o dia 4 de março, no Hospital Walter Cantídio (HUWC), foi autorizado a retornar para Manaus. Natural da aldeia "Marani", no interior do Amazonas, o índio chegou ao Ceará, em janeiro, para consulta médica. Mas ao manifestar peritonite, teve que ser internado.
Em visita ao hospital, o Diário do Nordeste apurou que o acompanhante do índio, o intérprete Cristofesson Martins, também precisou ser internado, só que no Hospital São José, por estar com malária. E, ao obter alta, Cristofesson contraiu meningite, deixando Yanomami sem tradutor. A falta de comunicação já fez com que ele tentasse fugir duas vezes.
No hospital
Como explica o diretor do HUWC, o médico Sílvio Furtado, "por intecorrências médicas, o acompanhante e tradutor esteve ausente no hospital por vários dias, período em que o paciente Yanomami continuou a ser acompanhado por integrantes da Copice (Coordenação das Organizações dos Povos Indígenas no Ceará), que infelizmente não falam a língua yanomami".
Sílvio Furtado ressalta, entretanto, que não entrou em contato com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), como dito pela reportagem divulgada ontem, mas sim com o Serviço e Cooperação com o Povo Yanomami (Secoya), em Manaus, onde o intérprete Cristofesson Martins trabalha. "Solicitei então que resolvessem o problema e nos enviassem outro tradutor, o mais breve possível, o que só ocorreu efetivamente em 31 de março".
Em nota divulgada ontem, a Funasa informou que desde o dia 18 de janeiro, "foi disponibilizado outro intérprete, além de outro indígena para acompanhar Frank Abrueweteri Yanomami, indígena internado no Hospital Universitário Walter Cantídio". A Funasa, no entanto, não informa o nome do atual acompanhante nem do atual interprete do índio.
Mesmo contra todas as evidências, o órgão diz, ainda, que o índio, que aguarda na fila por um transplante de fígado, não ficou, "em nenhum momento de sua estadia no Ceará", sem acompanhante.
"Frente ao desejo do paciente em retornar à aldeia Marani, no Amazonas, e o comportamento de recusar o tratamento, mesmo com todos os riscos declarados pela equipe médica em relação ao deslocamento - quanto à patologia - , a Funasa, em contato com a Funai, e mediante assinatura de termo de responsabilidade do intérprete e acompanhante, autorizou o retorno do paciente a Manaus", diz a nota.
FIQUE POR DENTRO
Idioma se divide em quatro dialetos
Os yanomami são um dos povos mais antigos e primitivos do planeta. Sua história de contato com a civilização branca é recente, tendo se estreitado, fundamentalmente, a partir dos anos 70. O complexo e difícil idioma yanomami divide-se em quatro dialetos: Yanã, Yanomã, Yanomamó e Sanumá. Os Yanomami são um povo nômade. Uma de suas características é a fragmentação das aldeias, que sempre gera novos grupos
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