De Povos Indígenas no Brasil
Notícias
Ocupação em área rural reúne 23 famílias pataxós
20/07/2008
Autor: Cristina Laura
Fonte: A Tarde On Line - www.atarde.com.br
Índios pataxós continuam ocupando uma área de 340 hectares de fazenda que está localizada no distrito de Cumuruxatiba, região de Prado ( a 787 km de Salvador).
No local estão 23 famílias e o clima é de tensão com queixas dos índios de que fazendeiros os ameaçam com tiroteios.
Eles chegaram ao local no início da semana passada. A fazenda fica no entorno do Parque do Descobrimento. De acordo com os índios eles não estão invadindo a terra de ninguém, pois ela pertence a seus antepassados.
Eles garantem que não vão sair. Homens armados, segundo os pataxós, atiraram contra eles na noite da última quarta-feira para forçar a saída das famílias indígenas.
DENÚNCIA De acordo com Antônio José Martins, chamado na aldeia de Imbé, um homem foi até a área que eles ocupam e disse ser o dono das terras. "Ele disse que nós não podemos ficar aqui".
Disse que era para nós nos reunirmos e chegar a um resultado, contanto que a decisão fosse para a gente ir embora?, conta.
Segundo Imbé, o homem ainda ameaçou derrubar as construções erguidas no local. Para o índio, não há nenhuma possibilidade de as famílias deixarem o local. Os índios afirmam que a terra em questão foi doada anos atrás para trabalhadores rurais sem-terra que a teriam vendido para fazendeiros.
RESISTÊNCIA - "Se eles não querem trabalhar na terra e preferem vender o que ganharam para fazendeiros, nós só queremos o que pertence ao nosso povo para que todo mundo possa ter como trabalhar", afirma o índio José Ferreira Guedes, que é chamado de Urtiga.
"A luta pela busca da retomada área já vem de muitos anos e a gente ficou vendo as terras paradas, sem utilização enquanto os mais jovens precisam trabalhar", disse numa referência ao seu filho que tomou a iniciativa de ocupar parte da fazenda.
Já o cacique Timborama (José Francisco Neves Azevedo ) afirmou que a ocupação não foi discutida anteriormente na Aldeia Pataxó e que só ficou sabendo da decisão depois.
"Mas é nosso povo, é nosso sangue e não vamos abandonar ninguém. Nossa luta é grande e não vamos ceder a ameaças. Meu pai era índio e minha mãe que tem 100 anos, também. Há mais de dez anos que tentamos o reconhecimento dos índios, já enfrentamos tiroteios antes e não vamos abaixar a cabeça para quem nos ameaça", diz.
O cacique afirma que está disposto a resistir. "Se eles têm armas de fogo, nossas armas são o arco e a flecha, mas vamos resistir", assegura.
Antônio José Santana, que é chamado na aldeia de Ariak diz que a Polícia Militar foi chamada quando os tiros começaram e que são testemunhas do risco que os índios correram. "Eles chegaram a ouvir os disparos antes de deixar a área".
CONFLITO - De acordo com a assessoria do Conselho Indiginista Missionário (Cimi), as famílias pataxós foram expulsas desta terra na década de 70, pela antiga empresa de exploração madeireira Brasil-Holanda. A área faz parte do território tradicional do povo pataxó que se encontra em fase de estudos para demarcação.
Eles consideram que a situação na comunidade é de tensão, diante das ameaças que estão acontecendo, principalmente depois que as lideranças indígenas registraram o desaparecimento de um dos índios. Ele reapareceu em Prado e contou que foi ameaçado e por isso fugiu.
Para Valdemir Alves dos Santos, o Goti, a espera de cinco anos pela demarcação da terra é um tempo longo demais. "Está mais do que na hora de definir os destinos dos povos indígenas, pois todos precisam trabalhar. É nossa sobrevivência" , contou.
A reportagem tentou, mas não conseguiu localizar nem representantes dos trabalhadores rurais sem-terra nem os donos das fazendas da região para falar sobre o assunto.
Os índios continuam a aguardar a defesa do poder público. "Já falamos com a Polícia Federal e comunicamos à Funai. Vamos esperar o resultado", diz o cacique Timborama.
No local estão 23 famílias e o clima é de tensão com queixas dos índios de que fazendeiros os ameaçam com tiroteios.
Eles chegaram ao local no início da semana passada. A fazenda fica no entorno do Parque do Descobrimento. De acordo com os índios eles não estão invadindo a terra de ninguém, pois ela pertence a seus antepassados.
Eles garantem que não vão sair. Homens armados, segundo os pataxós, atiraram contra eles na noite da última quarta-feira para forçar a saída das famílias indígenas.
DENÚNCIA De acordo com Antônio José Martins, chamado na aldeia de Imbé, um homem foi até a área que eles ocupam e disse ser o dono das terras. "Ele disse que nós não podemos ficar aqui".
Disse que era para nós nos reunirmos e chegar a um resultado, contanto que a decisão fosse para a gente ir embora?, conta.
Segundo Imbé, o homem ainda ameaçou derrubar as construções erguidas no local. Para o índio, não há nenhuma possibilidade de as famílias deixarem o local. Os índios afirmam que a terra em questão foi doada anos atrás para trabalhadores rurais sem-terra que a teriam vendido para fazendeiros.
RESISTÊNCIA - "Se eles não querem trabalhar na terra e preferem vender o que ganharam para fazendeiros, nós só queremos o que pertence ao nosso povo para que todo mundo possa ter como trabalhar", afirma o índio José Ferreira Guedes, que é chamado de Urtiga.
"A luta pela busca da retomada área já vem de muitos anos e a gente ficou vendo as terras paradas, sem utilização enquanto os mais jovens precisam trabalhar", disse numa referência ao seu filho que tomou a iniciativa de ocupar parte da fazenda.
Já o cacique Timborama (José Francisco Neves Azevedo ) afirmou que a ocupação não foi discutida anteriormente na Aldeia Pataxó e que só ficou sabendo da decisão depois.
"Mas é nosso povo, é nosso sangue e não vamos abandonar ninguém. Nossa luta é grande e não vamos ceder a ameaças. Meu pai era índio e minha mãe que tem 100 anos, também. Há mais de dez anos que tentamos o reconhecimento dos índios, já enfrentamos tiroteios antes e não vamos abaixar a cabeça para quem nos ameaça", diz.
O cacique afirma que está disposto a resistir. "Se eles têm armas de fogo, nossas armas são o arco e a flecha, mas vamos resistir", assegura.
Antônio José Santana, que é chamado na aldeia de Ariak diz que a Polícia Militar foi chamada quando os tiros começaram e que são testemunhas do risco que os índios correram. "Eles chegaram a ouvir os disparos antes de deixar a área".
CONFLITO - De acordo com a assessoria do Conselho Indiginista Missionário (Cimi), as famílias pataxós foram expulsas desta terra na década de 70, pela antiga empresa de exploração madeireira Brasil-Holanda. A área faz parte do território tradicional do povo pataxó que se encontra em fase de estudos para demarcação.
Eles consideram que a situação na comunidade é de tensão, diante das ameaças que estão acontecendo, principalmente depois que as lideranças indígenas registraram o desaparecimento de um dos índios. Ele reapareceu em Prado e contou que foi ameaçado e por isso fugiu.
Para Valdemir Alves dos Santos, o Goti, a espera de cinco anos pela demarcação da terra é um tempo longo demais. "Está mais do que na hora de definir os destinos dos povos indígenas, pois todos precisam trabalhar. É nossa sobrevivência" , contou.
A reportagem tentou, mas não conseguiu localizar nem representantes dos trabalhadores rurais sem-terra nem os donos das fazendas da região para falar sobre o assunto.
Os índios continuam a aguardar a defesa do poder público. "Já falamos com a Polícia Federal e comunicamos à Funai. Vamos esperar o resultado", diz o cacique Timborama.
As notícias publicadas no site Povos Indígenas no Brasil são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos .Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.