De Povos Indígenas no Brasil

Notícias

Índios Terenas liberam BR-163

05/10/2002

Autor: Joselina Reis

Fonte: Correio do Estado-Campo Grande-MS



Depois de quase 35 horas de protesto, as 75 famílias de índios terenas liberaram ontem, por volta das 17h, a BR-163 em Rondonópolis (MT). Pelo menos 15 mil veículos estavam presos no congestionamento de 70 km em cada sentido da rodovia, segundo a PRF (Polícia Rodoviária Federal) de Cuiabá (MT). A perspectiva é que o fluxo de veículos volte ao normal após as 22 horas.
A liberação só foi possível porque representantes do Incra, Funai e Ministério da Justiça prometeram receber os indígenas, no dia 9, em Brasília, para discutir a desapropriação de 8 mil hectares, avaliados em R$ 10,5 milhões, no município de Guiratinga. O processo de desapropriação está em andamento desde outubro do ano passado e agora está parado nas mãos do presidente Fernando Henrique Cardoso.

Conflito
O fechamento da rodovia, importante via de escoamento da safra de Mato Grosso e ligação com Mato Grosso do Sul, prejudicou principalmente os caminhoneiros. Pela manhã, um deles tentou furar o bloqueio e teve a cabine do veículo incendiada.
De acordo com a PRF, os caminhoneiros conseguiram evitar que o veículo, carregado de soja, fosse totalmente destruído. Cerca de 80% dos veículos parados eram caminhões e carretas, devido ao período de safra.
A PRF mobilizou 26 homens para o local do conflito. Ontem pela manhã, os caminhoneiros, em protesto pelos constantes prejuízos provocados pelos indígenas, fecharam a BR-364, que estava sendo usada como desvio por veículos de passeio. Essa é a sétima vez, desde outubro do ano passado, que os indígenas fecham a rodovia deixando caminhoneiros e motoristas na estrada.
Ontem havia falta de comida e água até nos postos de gasolina, totalmente tomados pelos veículos. Algumas estradas vicinais também estavam sendo usadas, segundo a PRF, como espaço para acampamento dos motoristas.
 

As notícias publicadas no site Povos Indígenas no Brasil são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos .Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.