De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias

Florestas intocáveis no Pará

09/10/2008

Autor: Bernardo de la Peña

Fonte: O Brasil do B - oglobo.globo.com/rio/ancelmo/brasildob



O governo do Pará criou na semana passada, a pedido do Ministério Público Federal, áreas de florestas intocáveis dentro de florestas públicas na região de Óbidos, no oeste do estado. As zonas, criadas por decreto, assim como as florestas dos contos de fadas devem ser impenetráveis aos homens, mas não pelo mal que podem fazer aos seres humanos como as "florestas negras" das tantas histórias infantis, mas pelo suposto mal que os homens poderiam fazer a elas. Na verdade, aos seus habitantes.

É que estas regiões devem ficar intangíveis, totalmente livres da presença humana, para proteger os índios Zo´é, um dos grupos mais isolados da Amazônia, com quase nenhum contato com a população branca. Os contatos devem ser evitados porque os índios não têm defesas contra doenças que afligem os brancos e podem morrer, por exemplo, de malária, mesmo sem que suas terras tenham sido invadidas.

Segundo o Ministério Público Federal, há um precedente na região, quando, em 2006, madeireiros que exploravam florestas vizinhas, apesar de terem respeitado os limites da reserva indígena, contaminaram os índios. A malária chegou a aldeia Zo´é por intermédio dos mosquitos que levaram as terríveis febres de um ponto a outro da floresta.

De acordo com estudos de antropólogos e indigenistas, que pesquisaram a história da tribo, os Zo'é vivem entre os pequenos igarapés, afluentes de rios maiores como o Cuminapanema e o Erepecuru, no município de Oriximiná. A região tem montanhas com muitos castanhais, que fornecem alimento aos índios, que também plantam mandioca. Mas é a castanha do Pará o produto mais consumido mesmo por eles. A área ocupada pelo grupo também é usada para pesca. Até porque há, segundo os especialistas, uma certa escassez de animais para caça porque estes índios já ocupam a região há muitos anos.

Os grupos se mantiveram isolados tanto dos índios seus vizinhos, que são considerados seus inimigos, quanto dos brancos, que começaram a conhecer por meio de poucos contatos, ao longo dos anos. Por volta do final dos anos 80, estes índios raros decidiram manter uma convivência pacífica com a vizinhança, mas uns 45 deles morreram por causa da malária ou mesmo de doenças simples para o homem branco como a gripe. Em 1991, eles seriam 133. Mas, hoje, já seriam uns 150.
 

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